O ano de 2017, para o Palmeiras, foi difícil e conturbado, onde o principal problema esteve na defesa, que foi muito contestada.
Antônio Carlos foi o escolhido, junto com Thiago Martins, para ser o titular da zaga do time de Roger Machado. O zagueiro, que é pouco badalado, deu entrevista coletiva após a reapresentação do elenco na última terça-feira (30), na Academia de Futebol, depois de vencer o Bragantino fora de casa, por 2 a 0. Keno e Dudu marcaram os gols dessa vitória.

O zagueiro pode no próximo jogo, dia 4 de Fevereiro, clássico contra o Santos, igualar a marca de jogos como titular da temporada que se passou, onde jogou apenas 5 jogos. Antônio abriu a coletiva falando sobre ser o escolhido para jogar na defesa palmeirense:

"Eu não vou dizer que não me surpreendi porque foi uma surpresa, mas é fruto de um trabalho que vem sendo construído desde o ano passado, onde eu fui ganhando confiança, fui trabalhando, me dedicando. Eu me esforçava e acho que foi isso, a sequência de um trabalho feito no ano passado que gerou frutos. Voltar com o mesmo pensamento no começo do ano, onde trabalhar seria o foco. Lutei, trabalhei, respeitando meus companheiros que estão comigo todos os dias e a confiança que eu passei pros meus companheiros dentro de campo e no vestiário. A confiança que eles passaram pra mim, isso gerou uma família. E esse trabalho deu frutos. Graças a Deus comecei esse ano titular".

Antônio  contou sobre o grupo e elogiou o trabalho de Roger Machado, que está apenas se iniciando no alviverde: "Todos nós que estamos aqui somos amigos. Criamos uma família. Independente de quem for, todos que estão aqui vão fazer um ótimo trabalho quando entrar. Até porque tudo vem sendo muito bem executado pela comissão técnica e pelo professor Roger. A gente vai evoluindo a cada dia. Qualquer jogador que chegar hoje no Palmeiras vai se adequar bem ao estilo de jogo, somar e fazer com que o time evolua. E a amizade aqui é muito grande, esse grupo é sensacional. A cada dia a gente tá tentando melhorar pra conquistar os objetivos lá na frente".

O zagueiro exaltou também seu companheiro de time, Felipe Melo, que em 2017 participou de muitas polêmicas durante o ano:

"Um jogador excepcional, de grupo que ajuda todo mundo, cobra também que é muito importante. Isso faz com que a gente evolua, não só na parte dele mas de todos. Hoje nos treinamentos a gente se cobra mais e pede mais foco porque sabe que vai ser importante dentro do treino e no jogo. E o Felipe é um jogador sensacional, que ajuda a gente, passa tudo o que ele viveu lá fora (fora do país) e que, também está evoluindo junto com a gente".

Antônio foi muitas vezes visto puxando uma fala de motivação, durante a reunião de jogadores antes do começo das partidas, apesar e ele não ser um dos "capitães do elenco". 
"Eu sempre procuro ajudar meus companheiros ao máximo antes de entrar em campo. Acho que o espírito de liderança veio de casa. Eu sou o caçula, eu tenho três irmãs, então meu pai falou : "Você vai ter que cuidar delas" então foi sempre assim. Eu escuto primeiro o que todo mundo (Dudu, Felipe Melo) vem falando, vou assimilando, mas chega uma hora que eu tenho que ajudar. Por ser zagueiro tem aquele jogo de raça, de vontade e eu tento colocar ao máximo todos os jogadores pra cima", contou o zagueiro.

Antes de continuar no elenco, após amargar banco por todo o ano de 2017, Antônio contou que teve chances de sair do time: "Teve sim (uma tentativa do São Paulo de o contratar), mas meu pensamento sempre foi continuar no Palmeiras, até porque desde quando eu cheguei, eu cravei pra minha esposa, pros meus amigos, que eu queria fazer história aqui dentro. Num clube tão grandioso quanto o Palmeiras, eu sabia que, se trabalhasse, minha hora ia chegar. Quando o Alexandre me ligou, eu fiquei muito feliz por poder fazer meu segundo ano aqui. E eu falei pra ele: "É a minha hora, vou dar minha vida aqui" ".

Por conta do ano conturbado de 2017 e a quantidade de contratações de nome para o meio e ataque do time, a defesa acabou sendo alvo de desconfiança para o ano de 2018. O jovem zagueiro rechaçou a ideia:

"Desconfiança nenhuma, isso dá motivação pro jogador. Tinha que confiar no meu trabalho, então eu abracei a minha oportunidade e eu sabia que quando entrasse num clube grande eu tinha que dar a minha vida. É isso que eu faço todo dia. Eu estou num clube grandioso, onde muitos jogadores queriam a oportunidade. Eu tenho que agarrar com unhas e dentes a chance de fazer história na minha vida e nesse clube tão grande".

Por último, o assunto clássico foi pauta na coletiva. Por conta do investimento, o alviverde paulista está sendo colocado como favorito para o clássico contra o alvinegro praiano. Porém Antônio Carlos discorda desse favoritismo palmeirense: 


"Clássico não tem favorito. Apesar de um time estar em reconstrução e o outro com uma base desde o ano passado. Acho que vai ser um jogo bem jogado, onde as duas equipes vão buscar a vitória a todo momento. Espero que a gente faça o que viemos fazendo nesse últimos quatro jogo pra que a gente possa sair com a vitória. Vai ser um jogo muito difícil. Mas em clássico não tem favorito", disse o camisa número 25.