A sexta-feira (2) começou com despedidas no CT Joaquim Grava. O presidente Roberto de Andrade concedeu sua última entrevista coletiva à frente do Corinthians no início desta tarde, às vésperas das eleições que vão eleger um novo mandatário no próximo sábado.

Roberto deixa a presidência do clube três anos de mandato, no qual viu o Corinthians faturar dois Campeonatos Brasileiros (2015 e 2017), além de um campeonato paulista na temporada passada. O dirigente ainda foi diretor de futebol quando Andrés Sanchez e Mário Gobbi ficaram à frente da presidência do clube. 

No início da coletiva, o presidente se mostrou  feliz com o sucesso que atingiu durante a sua gestão no Corinthians.

"Posso dizer que sou uma pessoa realizada. Chegar a ser presidente do Corinthians, acho que não tem maior realização que essa pra nenhum corinthiano. Todos gostariam de estar no meu lugar, e você cumprir o seu mandato, ir embora, cheio de taças que ficaram aí, o que eu quero mais da vida? Agradecer à Deus", celebra Roberto.

Ainda entrevista, o então presidente foi questionado sobre seu legado durante a gestão do clube, não fugindo de perguntas polêmicas, como a sua satisfação à respeito das finanças do clube, que passa por dificuldades.

"Não saio satisfeito, mas não podemos olhar só os números frios. É preciso levar em conta que passamos pelos três anos mais difíceis da economia do País. Vimos empresas quebrando, fechando. Por tudo isso, saio feliz" ressalta o presidente.

Continuando a falar sobre âmbito financeiro, o presidente foi perguntado sobre os diversos processos por dívidas com patrocinadores.

"Não existe fama de mau pagador. Acha que o Corinthians não vai pagar R$ 1 mil? Eu pago do meu bolso. Às vezes você recebe nota fiscal e nem recebe o material. Aí você vai contestar e nesse meio tempo a empresa protesta. Tudo bem que teve muita que o Corinthians deixou de pagar, como foi o caso da marmita. Nós estamos discutindo a multa do contrato, não é o pagamento. É isso que nossos advogados estão vendo", diz Roberto.

Com a recente saída do atacante Jô, o presidente foi perguntado sobre o pagamento de comissão ao atleta que deixou o Corinthians depois de ser artilheiro e campeão brasileiro de 2017. Durante a negociação, o clube pagou cerca de 30% do valor da transação aos empresários do jogador, cerca de US$ 10 milhões. 

"Um negócio não é igual ao outro. Eu já vendi jogador sem comissão. E vendi o jogador com comissão maior. Tudo passa pelo site da Fifa. Não é num papel, que se guarda na gaveta. É tudo eletrônico. Como tínhamos acordado assim na venda do Jô, foi feito. 'Ah, é fora do normal'. Sim, mas não é ilegal, tanto que a Fifa aceita."Com cinco candidatos concorrendo à presidência, o dirigente respondeu sobre a sua expectativa para as eleições, e aponta um candidato para qual está torcendo" pontua.

"Espero que a eleição transcorra na maior normalidade do mundo, sem confusão, e se todos pensarem no Corinthians, isso vai acontecer. Particularmente eu espero que o Andrés Sanchez vença até porque ele vem liderando as pesquisas, além de ele fazer parte do meu grupo político", revelou.