Durante a semana, Vitória e Bahia protagonizaram medidas e iniciativas para que o principal jogo de futebol do estado pudesse ser realizado em um clima amistoso e pacífico, com a rivalidade exercida apenas dentro de campo. O jogo voltava a ter a presença das duas torcidas e foi um ingrediente positivo. Entretanto, as iniciativas não foram exercidas neste domingo (18), no Estádio Barradão. Em um clássico tumultuado e polêmico, nove jogadores foram expulsos e o jogo foi encerrado pela arbitragem antes do tempo. O clássico, que era para ser da paz, se transformou em uma confusão generalizada.

Durante o tempo em que a bola rolou, 1 a 1 no placar. Denílson abriu o marcador para o Leão da Barra, enquanto o Esquadrão de Aço chegou ao empate com Vinícius. E o gol tricolor foi o início da balbúrdia. Ao fim das contas, o árbitro Jailson Macedo Freitas expulsou, no Vitória, os zagueiros Kanu e Bruno Bispo, o meia Uillian Correia e os atacantes Rhayner e Denílson. No Bahia, a arbitragem deu cartão vermelho aos zagueiros Rodrigo Becão e Lucas Fonseca, o volante Edson e o meia Vinícius.

Todo o ocorrido vai a julgamento no Tribunal de Justiça Desportiva da Bahia (TJD-BA). A tendência é que o Bahia seja considerado vencedor, uma vez que o Regulamento Geral de Competições da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reza que, quando uma equipe tem menos de sete jogadores em campo, é considerado W.O. e o resultado do jogo vira 3 a 0 para o outro clube.

Fora de campo

No início da tarde deste domingo (18), uma confusão entre torcedores poderia prever o que ocorreria logo depois. Na região da Baixa dos Sapateiros, no Centro de Salvador, a Polícia Militar fazia rondas na região quando viu a briga. Após perseguição aos envolvidos, 13 pessoas foram presas, enquanto drogas, garrafas, madeiras e pedras foram apreendidas.

Jogo disputado e clima quente durante primeiro tempo (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia)

Dentro de campo: início do entrevero

Antes da bola rolar, jogadores das duas equipes se abraçaram e respeitaram um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao meia Danilinho, morto semana passada enquanto participava de um treinamento na Juazeirense. O primeiro cartão amarelo veio aos dois minutos, quando o zagueiro rubro-negro Danilo Bispo foi advertido. A bola parada era o recurso utilizado pelos times para chegarem à meta adversária. A primeira chance mais perigosa foi tricolor. Após cobrança de falta, Kayke desviou de cabeça e Fernando Miguel fez grande defesa. A resposta veio em dose dupla logo depois. Na primeira, Kanu entrou na área e chutou em cima de Douglas Friedrich. Em seguida, Neílton pegou a sobra, mas errou o alvo.

Depois da parada técnica por causa do forte calor em Salvador, permaneceu o panorama do clássico: muita movimentação, algumas oportunidades e muitas faltas, o que resultava em alguns jogadores pendurados com pouco tempo de jogo. Quando ocorreu uma chance mais perigosa, o placar foi aberto. Aos 33 minutos, Neílton dividiu com Thiago pela direita, Rhayner ficou com a sobra e acionou Denílson. O atacante chutou forte e Douglas espalmou. No rebote, o próprio centroavante chutou para marcar o gol do Vitória. O time leonino quase ampliou quando Neílton cruzou e a bola passou perto da meta.

Nos minutos finais da primeira etapa, o Bahia foi mais perigoso com Edigar Junio. Depois do escanteio cobrado, o atacante desperdiçou grande chance sozinho, dentro da área. Os seis minutos de acréscimo dados no primeiro tempo registraram mais movimentação dos dois times.

Comemoração de Vinícius no empate Tricolor: o estopim de toda a pancadaria (Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia)

Segundo tempo: estopim da briga, expulsões e jogo abreviado

Logo aos três minutos da etapa complementar, veio o lance que começaria com a confusão dentro de campo. Depois do escanteio, a bola bateu na mão do meia Uillian Correia e a arbitragem assinalou penalidade máxima. Na cobrança, Vinícius bateu colocado e empatou o jogo para o Bahia. A confusão começou na comemoração do meia, já tradicional, mas que incomodou os rubro-negros. O goleiro Fernando Miguel partiu para cima, mas o zagueiro Kanu e o atacante Denílson agrediram o jogador tricolor. A confusão ficou generalizada e envolveu titulares e reservas dos dois times.

Foram 15 minutos de confusão e chuva de cartões. Foram expulsos diretamente seis jogadores: Edson, Rodrigo Becão, Vinícius e Lucas Fonseca pelo Bahia, enquanto Kanu, Denílson, Rhayner receberam cartões vermelhos pelo lado do Vitória. Nas arquibancadas, a briga também aconteceu e a polícia interveio para separar os brigões.

A bola voltou a rolar aos 20 minutos. Com o apoio do torcedor, o Vitória partiu para cima, mas o Bahia foi mais perigoso. O lateral-esquerdo Bryan se atrapalhou com a bola e Nino Paraíba aproveitou para chutar forte. Aos 32 minutos, Uillian Correia cometeu falta em Zé Rafael, recebeu o segundo cartão amarelo e foi expulso. Para que o jogo fosse interrompido, mais uma expulsão no lado rubro-negro foi provocada. O zagueiro Bruno Bispo também recebeu segundo amarelo e, consequentemente, o vermelho. Com isso, a partida foi encerrada aos 34 minutos.

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Sobre o autor
Taynã Melo
Editor VAVEL Brasil