No próximo sábado (3), Botafogo e Flamengo irão disputar a terceira rodada da Taça Rio, no Estádio Nilton Santos. Esta não costumava ser uma combinação agradável para o torcedor alvinegro. Em 2010, depois de perder três finais do estadual, o Botafogo quebrava o tabu e voltava a soltar o grito de “é campeão” em cima do rival Flamengo, que era comandado por Vagner Love e Adriano Imperador, no Maracanã.

A vitória veio com um gostinho estrangeiro e muita raça: com gols de Loco Abreu e Herrera, o time de General Severiano fazia 2 a 1 e levava para casa a Taça Rio e, consequentemente (já havia levantado a Taça Guanabara), o Campeonato Carioca. Antes disso, o último clube a vencer os dois turnos e ser campeão direto foi o Vasco, em 1998.

A final foi um jogo disputado com expulsões, muitas faltas, pênaltis e, o que viria a se tornar uma marca do uruguaio Loco Abreu: a cavadinha. O jogo também foi memorável para o goleiro Jefferson, que defendeu a cobrança de Adriano Imperador, ídolo rubro-negro. Do outro lado, Bruno, conhecido pela ótima reputação de pegador de pênaltis, não conseguiu conter o ataque sul-americano: Herrera e Loco.

A partida

O Botafogo já havia se consagrado campeão da Taça Guanabara, mas não havia favoritismo naquela decisão. O Flamengo chegava com o “Império do Amor” formado pelo artilheiro do campeonato, Vagner Love, e o ídolo Adriano. Logo aos 30 segundos, Fahel fez a primeira falta – um retrato do que seria o confronto.

O time da estrela solitária começava o primeiro tempo melhor e logo aos dois minutos já tinha tido a sua primeira chance. Aos sete, o Botafogo somava quatro cruzamentos contra o gol de Bruno. Aos 12, o árbitro Gutemberg de Paula não marcou uma falta de Ronaldo Angelim em cima de Herrera na entrada da área. Quase como um recado do destino, alguns minutos depois Herrera foi derrubado novamente. Com a falta marcada, Renato Cajá cobrou por cima da barreira e Bruno mandou para escanteio. Durante a cobrança do escanteio, Fábio Ferreira sofreu uma falta e o pênalti foi marcado com acerto. Herrera, protagonista do jogo até ali, deslocou Bruno para o canto direito e cobrou no meio do gol. Botafogo 1 a 0.

O Flamengo acabou empatando a partida no final do primeiro tempo após muitas tentativas e bate rebate na área. Adriano desviou a bola de cabeça na área, David apareceu na segunda trave e cabeceou, Jefferson defendeu, mas a bola sobrou para o artilheiro Vagner Love que não perdoou e só empurrou para o fundo da rede.

O segundo tempo começou com a partida empatada e os times sem alterações. Com o número de chances ao gol inferior ao da primeira etapa, o Botafogo voltou a tentar os cruzamentos diretos para a área, mas a partida foi se resolver da mesma forma que no primeiro tempo: com pênalti.

Aos 25 minutos, durante uma cobrança de falta, Maldonado puxou Herrera e o árbitro assinalou pênalti. O jogador rubro-negro, que já tinha cartão, acabou sendo expulso. Dessa vez, Loco Abreu colocou a bola de baixo dos braços e assumiu a responsabilidade da cobrança que ficou eternizada na história do Botafogo. O uruguaio deu apenas um toquinho de leve na bola e a bola foi, quase em câmera lenta, em direção ao gol. Ainda tocou no travessão, mas entrou. Botafogo assumia a frente do confronto e o grito de campeão já começava a ser ensaiado.

Mesmo com um a menos, o Flamengo tentou pressionar. E em um dos lances de perigo, Fahel segurou Ronaldo Angelim e mais um pênalti foi marcado. Dessa vez, a favor do rubro-negro. No mesmo lance, Herrera acabou discutindo com o árbitro e foi expulso. A história parecia se repetir, dessa vez, em prol do Fla. Adriano, então, foi à cobrança, mas parou em Jefferson. O goleiro se esticou todo para espalmar a bola no canto direito e causar a explosão da torcida botafoguense. Fim de tabu. O Botafogo era campeão da Taça Rio e Carioca.