Divino Alves Lima se desligou na última quarta-feira (14) do cargo de vice-presidente executivo financeiro do Cruzeiro e emitiu uma nota nesta sexta-feira (16) explicando sua decisão de deixar o cargo em aberto. Em sua declaração, o ex-mandatário celeste fez questão de deixar claro que o pedido de demissão foi feito por vontade própria.

Em carta, vice-presidente financeiro do Cruzeiro deixa o clube e revela frustração

O ex-dirigente ainda admitiu ter divergências com a atual gestão, porém negou ter desconfiança sobre "negócios indevidos ou obscuros feitos pela gestão atual". Quando saiu do clube, Divino chegou a enviar uma carta de despedida, na qual afirmava que não tinha "a habilidade necessária para conviver com o contraditório" por seu "excesso de transparência, contundência e retidão"

Divino Alves Lima assumiu a vice-presidência executiva financeira no início do ano, junto da gestão de Wagner Pires de Sá - presidente eleito em outubro de 2017. Com mais de 20 anos de experiência no ramo, o mandatário durou apenas dois meses à frente do cargo. Seu esclarecimento se deve, principalmente, por especulações em torno dos motivos de sua saída do clube celeste.

Confira a nota na íntegra: 

"Após o meu desligamento do Cruzeiro Esporte Clube no dia 14/03/2018, fui surpreendido por sua grande repercussão nas redes sociais e na imprensa, principalmente por se tratar do fato absolutamente normal e corriqueiro do no ambiente corporativo, ou seja, a alteração dos seus quadros. 

Atribuo essa repercussão, entretanto, apenas à grandiosidade do Cruzeiro E.C. 

Porém diante de algumas notícias falaciosas e mentirosas divulgadas na imprensa, das quais, ao que percebo, pretendem apenas atrapalhar o ótimo clima que hoje prevalece no Cruzeiro Esporte Clube, sinto-me na obrigação moral de esclarecer, de vez por todas, alguns fatos. 

1. Em momento algum, meu desligamento teve como motivação a existência, ou mesmo sequer a desconfiança, de ter havido negócios indevidos ou obscuros feitos pela gestão atual. Ao contrário, sempre participei e tive acesso a todos os documentos inerentes às obrigações financeiras do Clube assumidos pela atual gestão. Prova disso é que continuo prestando parceria com o Cruzeiro EC, e que parte da minha equipe inclusive permaneceu no clube e em cargo de confiança. Portanto, não há o menor sentido nas ilações feitas por parte da imprensa;

2. Os valores referentes às contratações de atletas, como mencionado falaciosamente e maldosamente por jornal desta capital, são falsos e não correspondem com a realidade. Trata-se de contrato, com os outros, do qual tive amplo acesso e conhecimento, desde o início das tratativas. Não convém aqui informar os valores corretos, que muito divergem daqueles divulgados, por se tratar da questão que envolve a privacidade dos contratantes; 

3. Divergências a respeito de organização e gestão de qualquer entidade, além de necessárias, são normais e salutares no ambiente corporativo como evidentemente houve durante meu tempo como gestor. Entretanto, nenhuma dessas divergências tem relação direta ou indireta com questionamentos sobre supostas condutas ilícitas ou obscuras. Ao contrário, foi a transparência da forma de me expressar, em algumas oportunidades, é que talvez tenham causado algumas arestas que serão oportunamente superadas. 

Enfim, me retirei do clube por vontade própria e por motivos de foro íntimo, e com a relação de amizade e respeito mantidos com todos aqueles que convivi.

Espero, com esses esclarecimentos, que seja sanada de vez por todas eventuais dúvidas sobre minha saída, e que a imprensa possa agora se ocupar única e exclusivamente daquilo que mais importa e merece ser retratado: a ótima fase vivida pelo nosso Cruzeiro Esporte Clube."