O sonho do Fluminense e da torcida tricolor de voltar a receber jogos nas Laranjeiras não é de hoje, afinal, desde 2003 o estádio está fechado para jogos oficiais por falta de estrutura. No entanto, um grupo de tricolores está liderando um projeto que, com o apoio da diretoria, poderá mudar esse quadro e ainda resolver uma parte dos problemas financeiros em que o clube se encontra atualmente.

O plano é de realizar uma mega-reforma no local, com direito a museu, megaloja, telão e principalmente um aumento de capacidade para 15 mil pessoas, com uma "arquibancada-raiz" sem cadeira para os torcedores. O projeto visa homenagear o aniversário de 100 anos do estádio em 2019, que foi fundado em 1919 para ser a casa da Seleção Brasileira.

Conforme apurado pelo globoesporte.com , a ideia tem o aval do presidente Pedro Abad e os responsáveis já estão começando as tentativas de conseguir a liberação através dos órgãos públicos. Mesmo sendo um "conto de fadas" para o clube (principalmente na questão financeira), o projeto terá algumas dificuldades antes de começar a sair do papel.

Como o local é tombado, uma modernização desse tamanho precisa da aprovação do Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (INEPAC) e de órgãos municipais e estaduais. Além disso, a obra precisaria se adequar aos parâmetros do Estatuto do Torcedor e do Corpo de Bombeiros, onde são estes os únicos empecilhos que impedem que o Fluminense receba seus jogos atualmente.

Já a Associação dos Moradores de Laranjeiras (AMAL) é outra questão a ser resolvida. Segundo o globoesporte.com, o grupo não seria uma oposição a reforma e não teria poder de vetar a obra. Entretanto, a AMAL divulgou em sua página oficial do Facebook que não está ciente do projeto e nem foi procurada para se manifestar oficialmente sobre o assunto.

Se concretizado, o novo estádio das Laranjeiras irá resolver um dos maiores problemas atuais do clube no âmbito financeiro: sendo itinerante, o Flu sofre muitos prejuízos jogando no Maracanã, pois na grande maioria dos jogos menores o valor arrecadado da bilheteria não cobre o alto custo de aluguel. Tendo uma capacidade para 15 mil pessoas, o clube poderia receber jogos do Carioca, das fases iniciais da Copa do Brasil e da Copa Sul-Americana, além de partidas de menor porte no Campeonato Brasileiro.

O Estádio Manoel Schwartz, vulgo Laranjeiras, é um pedaço da história do futebol brasileiro: financiado pelos próprios torcedores e inaugurado em 1919, sendo o primeiro grande estádio no Brasil, o local foi onde a Seleção Brasileira foi criada e disputou suas primeiras partidas (a primeira sendo o 6-0 em cima do Chile).

A intenção era construir um lugar para que o Rio pudesse receber o Campeonato Sulamericano de Seleções (atual Copa América) daquele ano, em que o Brasil foi campeão e conquistou seu primeiro título de expressão, sendo até hoje o estádio em que o país mais levantou taças.