Após nove anos de espera, o Ceará conquistou o acesso para a Série A do Campeonato Brasileiro e disputará a competição na temporada de 2018. Essa subida de divisão aconteceu depois de um longo processo de reconstrução desde 2012, quando a equipe voltou a jogar a segunda divisão nacional. Mesmo batendo na trave algumas vezes, o clube não desistiu até que conseguiu, com Marcelo Chamusca, o tão sonhado acesso. 

Como preparação no primeiro semestre, o Vovô jogou três torneio simultâneamente, já tendo entrado em campo 28 vezes no ano. Copa do Nordeste, Campeonato Cearense e Copa do Brasil foram os certames pelos quais o alvinegro defendeu suas cores nos gramados. Isso pode ajudar na base que irá disputar a Série A, mas também já pode demonstrar cansaso antes mesmo do início da competição, diferente de outros clubes. 

Eliminação na Copa do Brasil, avanço na do Nordeste e -- Cearense: os torneios de primeiro semestre do Ceará

Montando dois times para poder conseguir conciliar com todos os campeonatos disputados, o alvinegro cearense conseguiu colocar equilíbrio nas coisas. No Cearense esteve em baixa em alguns momentos, mas conseguiu chegar na segunda fase sem problemas e avançou às semifinais e finais. Lá, foi bicampeão ao bater o rival Fortaleza na final, vencendo os dois jogos por 2 a 1. Na Copa do Brasil, eliminou o Brusque e o Londrina, vencendo por 1 a 0 e 2 a 1, respectivamente, mas acabou sendo eliminado na terceira fase pelo Atlético-PR nos pênaltis do segundo jogo, no Castelão.

O certame que o time de Chamusca deu prioridade no primeiro semestre, porém, foi a Copa do Nordeste, onde a equipe busca o bi. Nela, terminou em primeiro no seu grupo e líder geral da primeira fase, passando para as quartas de final, onde irá jogar contra o CRB-AL. Primeiro jogo acontece no dia dois de maio, fora de casa. 

Com necessidade de montar dois times, Ceará contrata 19 jogadores para 2018; três deles não estão mais no elenco

Quando o planejamento para a atual temporada iniciou, tanto o presidente Robinson de Castro quanto o técnico Marcelo Chamusca garantiram que o Ceará iria entrar em campo com dois times para conseguir equilibrar o aspecto físico que acabou sendo exigido ao alvinegro no primeiro semestre de 2018. Isso acabou acarretando na chegada de 19 nomes, ainda que três deles (Andrigo, Denilson e Parrudo) já deixaram o clube. Dos que ficaram, destaque para o volante Juninho, o meia Wescley e o atacante Felipe Azevedo. 

Chegadas: Renan (goleiro), Ernandes (lateral-esquerdo), Renato (lateral-direito), Leandro Silva (lateral-direito), Douglas Coutinho (atacante), Reina (meia), Felipe Azevedo (atacante), Romário (atacante), Bruno Pires (zagueiro), Naldo (volante), Luidy (meia-atacante), Denilson* (zagueiro), Parrudo* (volante), Leandro Canhoto (meia), Andrigo* (meia-atacante), Patrick (zagueiro), Juninho (volante), Wescley (meia), Romário (lateral-esquerdo). 

Escalação

Chamusca chega em 2017 para 'colocar ordem na casa' e conquistar acesso para Série A

Em 2017, na campanha da Série B, o Ceará iniciou com o treinador Givanildo Oliveira, o segundo treinador oficial do clube naquela temporada. Com um começo inconsistente, ele acabou sendo demitido, dando lugar para Marcelo Chamusca, conhecido no estado por ter tido passagens pelo Fortaleza, rival do Vovô. Ele conseguiu impor uma estrutura de jogo, o que rendeu elogios para o técnico e para a equipe, que chegou a ser taxada como 'o time mais tático da Série B'. 

Toda essa consistência tática foi vista com algumas alterações no esquema e em funções, conforme o tempo foi passando. Lima chegou para se destacar na reta final, junto do ídolo Ricardinho, que conseguiu ser importante na parte da criação. Bons jogos no fim, dentro e fora de casa, asseguraram o acesso com uma rodada de antecedência, encerrando o ano em terceiro lugar. 

Chamusca está no Ceará há quase um ano (Foto: Lucas Moraes/CearaSC.com)
Chamusca está no Ceará há quase um ano (Foto: Lucas Moraes/CearaSC.com)

Ceará aposta na força do meio de campo como destaque e no atacante Arthur como promessa

Para a Série A deste ano, o alvinegro entra para a disputa contra o rebaixamento. Essa é a realidade do clube e encarada de maneira profissional por parte da diretoria, comissão técnica, jogadores e torcida. O que acontece, é que o planejamento do Ceará e todo o investimento dá o direito do time até sonhar com competição internacional, sendo ela a Sul-Americana. Contudo, por enquanto, é apenas um sonho. 

E, para a conquista da realidade - e quem sabe do sonho -, o Vovô tem à disposição um forte meio de campo, que manteve a base da temporada passada. Richardson, Juninho, Pedro Ken e Raul briga por duas vagas no centro do gramado. Os dois primeiros vêm jogando nesse ínicio de temporada - e dando certo -, mas o terceiro tem uma base tática do Chamusca maior, enquanto que o quarto é cria da casa e querido pela torcida. A verdade é que, independente de quem for escolhido, fará um bom trabalho. 

Para que esse trabalho seja concluído, um finalizador é necessário. E nele encontra-se Arthur, a grande promessa da base do Ceará. O camisa 40 marcou 15 gols no primeiro semestre, brigando pela artilharia do Brasil e encantou os torcedores. Ele já é observado de perto por alguns dos grandes clubes brasileiros e, caso o alvinegro consiga mantê-lo, será um diferencial para a campanha. 

Arthur começou a temporada como reserva, mas assumiu a titularidade com o tempo e reafirmou seu lugar (Foto: Mauro Jefferson / CearaSC.com)
Arthur começou a temporada como reserva, mas assumiu a titularidade com o tempo e reafirmou seu lugar (Foto: Mauro Jefferson / CearaSC.com)

Arena Castelão e Estádio Presidente Vargas são os palcos disponíveis para o Ceará na Série A

Logo de cara, o Castelão deve ser o estádio mais utilizado pelo time cearense. Tem capacidade para mais de 60 mil torcedores, é uma arena de Copa do Mundo e tem toda a simpatia dos torcedores alvinegros. E, pra quando quiser um local menor, com característica de 'caldeirão', o Ceará pode levar o jogo para o Presidente Vargas, o conhecido PV. Palco tradicional do futebol cearense, ele pode suportar até pouco mais de 20 mil pessoas.