"Deixa de bobeira, deixa de bobagem, já virou sacanagem". O verso da canção "Feijão com Arroz", composta por Zé Paulo e cantada pelo mesmo em 1993, foi entoado a plenos pulmões por cruzeirenses empolgados pelo ótimo placar desta noite de quarta-feira (2). O Cruzeiro goleou o Vasco da Gama por 4 a 0, em São Januário, no Rio de Janeiro/RJ, valendo pela quinta rodada do Grupo 5 da Copa Libertadores da América.

O Cruzeiro dorme esta noite na liderança da chave, e aguarda o jogo entre Racing-ARG e Universidad do Chile, nesta quinta-feira (3), às 19h15, em Buenos Aires. Caso os chilenos vençam, os celestes precisarão vencer os argentinos na última rodada, dia 22, no Mineirão. Mas, se o "Ciclone" derrotar a La U, os cruzeirenses estarão virtualmente classificados para as oitavas de final da Libertadores. 

Já o Vasco da Gama, além de sofrer com a eliminação precoce na Copa Libertadores da América, se complicou de vez em uma possível briga pelo terceiro lugar do grupo, que levaria os cruz-maltinos à Sul-Americana. Os cariocas tem menos nove gols de saldo contra menos seis da Universidad do Chile. Apenas uma vitória por quatro gols de diferença, no jogo que será disputado em Santiago, capital chilena, daria aos vascaínos a vaga na Copa Sul-Americana.  

Buda Mendes/Getty Images
Buda Mendes/Getty Images

Impecável no primeiro tempo, Cruzeiro emplaca vitória 

O jogo começou com o Vasco da Gama tendo mais posse de bola, enquanto o Cruzeiro estava mais acuado, esperando a hora certa de dar o bote. No entanto, o controle vascaíno caiu por terra logo aos nove minutos. Após cobrança de escanteio, a segunda bola caiu nos pés de Egídio. O lateral-esquerdo cruzou na medida para o zagueiro Léo, impedido, cabecear para o fundo do gol de Martín Silva. 

O gol do Cruzeiro caiu muito mal para o Vasco da Gama, que se perdeu por completo no jogo. Desde então, o time celeste controlou a partida durante todo o tempo, valorizando a posse de bola e abrindo a marcação vascaína com jogadas pelos lados do campo.

Aos 24 minutos, o segundo gol do Cruzeiro saiu pela ponta-esquerda. Egídio cruzou para Thiago Neves, frente a frente com Martín Silva, na grande área, e finalizou para as redes do Vasco da Gama. A partir deste momento, os cariocas estavam entregues e a torcida cruz-maltina não deixou por menos.

A partir de então, o alvo certo foi o técnico Zé Ricardo, que conviveu o jogo inteiro com xingamentos da torcida. O Vasco da Gama estava rendido, e o terceiro gol do Cruzeiro não demorou a sair. Sassá chutou para o gol. O goleiro Martín Silva estava adiantado, e a bola encobriu o goleiro vascaíno que foi buscar a bola em suas redes, mais uma vez. 

Após o gol, a torcida do Vasco protagonizou uma briga entre si, fazendo com que o árbitro Anderson Daronco paralisasse o jogo por sete minutos. Quando a bola voltou a rolar, era só aguardar o fim do primeiro tempo.

Mauro Pimentel/AFP/Getty Images
Mauro Pimentel/AFP/Getty Images

Cruzeiro administra e marca mais uma vez

O segundo tempo começou com o Vasco da Gama tentando tirar ânimo de onde não tinha. Mesmo assim, criou algumas oportunidades de gol, como a do atacante Riascos, que mandou a bola na trave após tentativa de cruzamento que foi direto ao gol de Fábio.

Porém, o Cruzeiro estava esperando a hora de dar o bote, como fez no primeiro tempo. E mais uma vez, os celestes foram letais. Sassá tentou a jogada, mas perdeu para Werley. Por sua vez, o zagueiro falhou, o centroavante tomou a bola, passou pelo defensor, e bateu na saída de Martín Silva. 

Inutilmente, o Vasco tenta criar algumas oportunidades, mas peca pela falta de qualidade no último passe. Já o Cruzeiro, com a vitória em mãos, apenas administra o resultado. Não deixa que os vascaínos gostem do jogo, mas não se omite de chegar ao ataque. 

Ao final do jogo, nova confusão nas arquibancadas, mas com teor de violência menor perto do que aconteceu no primeiro tempo. A polícia teve trabalho para conter os ânimos dos torcedores mais exaltados. Sem dar acréscimos, o árbitro apitou o fim do jogo para a alegria dos celestes, e alívio dos cruz-maltinos.

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