Agora em 2018, a Copa do Mundo será realizada pela primeira vez em terras russas, que nunca conquistaram o torneio máximo de seleções. Maior vencedor com cinco títulos, o Brasil visa esquecer o fracasso em 2014 - quando foi o país-sede e sofreu uma goleada histórica diante da Alemanha nas semifinais - para seguir isolado. Em 1962, demonstrou a força da conquista inédita em 1958 e garantiu o bicampeonato invicto.

Campeão na edição anterior com show de Pelé, que tinha somente 17 anos à época, o Brasil garantiu classificação sem precisar passar pelas Eliminatórias da Conmebol. Bem como o Chile, país-sede, a Canarinho chegou à sétima participação - defende uma marca de ser o único país a disputar todas as Copas - e manteve a base usada em 58, realizando um mês de preparação. De 22 convocados, 13 jogavam em São Paulo, já outros nove no Rio de Janeiro.

Invencibilidade e bom futebol: Brasil garante bicampeonato

Mostrando um futebol envolvente, que ficou conhecido no mundo em 1958, o Brasil continuou intenso e começou 1962 a todo gás. A estreia, contra o México, foi no dia 30 de maio. Pelé, ainda em campo, marcou o segundo dos dois gols ao vencer por 2 a 0. O primeiro, na ocasião, foi de Zagallo.

No segundo jogo, três dias depois, encarou a Tchecoslováquia e sofreu para empatar sem gols, deixando classificação às quartas de final para a última rodada. Diante da Espanha, contudo, já não tinha mais o Rei e levou a melhor de virada por 2 a 1 com tentos do amuleto Amarildo; o espanhol foi de Adelardo.

Brasil despachou Inglaterra de Bobby Charlton para conquistar bicampeonato (Foto: Popperfoto/Getty Images)
Brasil despachou Inglaterra de Bobby Charlton para chegar ao bicampeonato (Foto: Popperfoto/Getty Images)

Nas quartas de final, após se classificar na liderança do Grupo 3, teve a Inglaterra de Bobby Charlton pela frente. O English Team, que fechou a fase de grupos na 2ª posição e à frente da Argentina por ter saldo mais positivo, acabou sendo derrotado pela Amarelinha por 3 a 1, com dois de Garrincha e um de Vavá; Hitchens descontou.

Para se garantir na decisão pela segunda vez consecutiva, a Canarinho tinha que passar, dessa vez, pelos anfitriões. Foi na tarde do dia 13 de junho que os brasileiros não se intimidaram e deixaram os chilenos no meio do caminho, derrotando por 4 a 2. Os tentos foram de Garrincha e Vavá, ambos duas vezes; Jorge Toro e Leonel Sánchez marcaram em favor da Roja.

Reencontro com Tchecoslováquia e mais um título

Menos de um mês depois e para mais de 68 mil torcedores, a Seleção Brasileira reencontrou a Tchecoslováquia na grande decisão, podendo assegurar o segundo título na história. O Nacional de Santiago, mesmo sem os donos da casa, estava lotado para ver o país sensação que teve a possibilidade de encantar novamente o mundo.

Favoritismo do Brasil na Copa é recompensado com bicampeonato invicto (Foto: Popperfoto/Getty Images)
Favoritismo do Brasil na Copa é recompensado com bicampeonato invicto (Foto: Popperfoto/Getty Images)

Dentro das quatro linhas, um embate bem equilibrado, principalmente durante a primeira etapa. Masopust deixou os checos em vantagem e, no minuto seguinte, Amarildo igualou o placar. No segundo tempo, foi a vez de Zito e Vavá balançarem as redes, sacramentando os 3 a 1 em favor do escrete verde e amarelo.

Amarildo surpreende e substitui Pelé à altura

Nascido em Campo dos Goytacazes, no Rio de Janeiro, Amarildo entrou para a história na Copa do Mundo ao ser nomeado substituto imediato de Pelé. Após sair machucado ainda na primeira rodada, o Rei deixou a titularidade ao Possesso, que soube representar a camisa do Brasil em 1962 à altura.

Substituto do lesionado Pelé, Amarildo foi o destaque da Canarinho (Foto: Keystone/Getty Images)
Substituto do lesinado Pelé, Amarildo foi o destaque da Canarinho no Mundial (Foto: Keystone/Getty Images)

Com muita habilidade, o ponta-esquerda marcou três gols ao longo do Mundial, carregando a Canarinho no bicampeonato junto a Garrincha. Ficou mais consagrado ao defender o Botafogo, ao lado do Mané, e do Milan, sendo vice-campeão da Copa Intercontinental em 1963, tendo o craque italiano Mazzolla como companheiro de ataque.

Pés tortos e artilharia: Garrincha carrega Brasil sem Pelé

Na ausência do "Rei do futebol", coube a Garrincha carregar o Brasil na Copa do Mundo de 1962. Conhecido por sua velocidade e pelos dribles mágicos, o "Anjo das Pernas Tortas" foi fundamental para a conquista. Na competição internacional, conduziu a Canarinho junto a Amarildo, substituto do camisa 10.

Substituto de Pelé, Amarildo (camisa 20) foi o destaque do Brasil (Foto:
Por ausência do lesionado Pelé, Garrincha garante artilharia com quatro gols (Foto: Popperfoto/Getty Images

No Mundial, balançou as redes por quatro vezes, sendo duas delas na semifinal diante do anfitrião Chile. Segundo a Fifa, foi nomeado o Bola de Ouro do torneio, além de entrar na seleção de destaques. Atuando pela Amarelinha, durante 11 anos, marcou 17 gols no total ao longo de 60 jogos.

Segunda passagem e título: Aymoré Moreira entra para história no bicampeonato

Contratado pela CBD - hoje CBF - em 1953, dirigiu o Brasil na época de craques como Zizinho e Ademir Menezes, mas sem sucesso. Em 1961, voltou ao comando para disputa da Copa do Mundo no ano seguinte e colocou seu nome na história, sendo escolhido o substituto de Vicente Feola.

Técnico: Aymoré Moreira comandou a Amarelinha no bicampeonato da Copa do Mundo (Foto: Popperfoto/Getty Images)
Técnico Aymoré Moreira comandou a Amarelinha no bicampeonato mundial (Foto: Popperfoto/Getty Images)

Com a Canarinho, acumula o total de 63 partidas. São 38 vitórias, nove empates e 16 derrotas, o que dá um retrospecto de aproximadamente 65,1% de aproveitamento. Foi também atleta, atuando ainda em times como Palestra Itália (atual Palmeiras), Botafogo e Fluminense. À frente do Verdão, inclusive, foi campeão do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, em 1967.