Com estreia marcada pelo empate em 1 a 1 contra a Suíça, o técnico da seleção brasileira, Tite, concedeu entrevista coletiva após o jogo que aconteceu na Rostov Arena, no final desta tarde de domingo (17).

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Pra abrir a entrevista, Tite foi logo questionado sobre as polêmicas de arbitragem e o uso do VAR, que não foi utilizado em dois lances capitais da partida.

"Gostaria de estar respondendo outra pergunta de performance e desempenho. Pode parecer desculpa pelo empate. Não tem que pressionar a arbitragem. Tem gente para avaliar, não podemos ter uma equipe desequilibrada. O lance do Miranda é muito claro. E não estou justificando o resultado. Muito claro. O lance do pênalti é passivo de interpretação. Mas o primeiro não. Não dá para conceber alto nível dessa forma'', revelou.

Em seguida, Tite respondeu sobre a mudança de postura da seleção Canarinho após o gol. O Brasil quando marcou na primeira etapa, manteve certo controle do jogo, mas não criou tantas chances de perigo até o início da segunda etapa, quando os suíços igualaram o placar.

"Tivemos algumas partes que oscilaram. Até o gol o volume foi forte. E depois retraiu demais, que não é o nosso normal. No intervalo corrigimos alguns posicionamentos, tentamos ter uma saída mais adiantada. Mas durante o jogo a Suíça conseguiu ser melhor a partir do gol. Depois equilibramos de novo. E mantivemos um nível de Brasil, mas a ansiedade bateu forte. Apressamos demais o jogo. Quando apressa demais, o último movimento (finalização) fica impreciso. Foram 20 chutes, mas muitos para fora. Poderíamos ter feito o goleiro trabalhar mais", ressaltou

O empate, foi a estreia de Tite em Copa do Mundo à frente de uma equipe. O comandante, respondeu que almejava a vitória no primeiro jogo, mas preferiu não se ater ao resultado em si, mas no desempenho do Brasil durante os 90 minutos.

"Temos que focar em performance. Nesse momento de Copa do Mundo tem que absorver o gol, quando o adversário arrisca mais, manter mais a posse de bola, equipe elétrica, acesa, ligada... Às vezes cadenciar, fazer o adversário correr. Nosso ritmo é intenso. Ela tem condição de produzir mais e de forma equilibrada. Ela sentiu emocionalmente o gol, dez minutos depois dele. E depois vamos ter chance de decidir, como tivemos. As finalizações precisam ser mais precisas, mais frias. Claro que a minha expectativa era de vitória. Não estou feliz com o resultado'', frisou.

Utilizando as três substituições que tinha direito, Tite reconheceu que seus comandados não estavam em seus melhores dias. Além disso, Casemiro estava pendurado após ter sido advertido com um cartão amarelo, e estar se envolvendo em outras duas jogadas perigosas que poderiam resultar em uma expulsão.

''Casemiro levou o cartão. Não substituo só por isso. Mas dois ou três movimentos em seguida foram perigosos. E tenho um jogador de alto nível no banco como o Fernandinho. Renato é articulador, pensador, e Paulinho não estava em seu melhor dia. E do Firmino que está muito bem, apesar da movimentação do Gabriel. Firmino está em momento de alta confiança. Os três entraram bem na minha opinião", esclareceu.

Ao final da entrevista, o treinador foi questionado sobre a falta de precisão já mencionada durante a entrevista. Para o comandante, a imprecisão nos chutes eram resultado de uma marcação incômoda da Suíça, que não deixou o Brasil desenvolver o seu jogo ofensivo. Ao todo, foram 19 chutes da seleção e somente cinco acertaram o alvo.

"Talvez a falta de precisão de finalização tenha sido pela marcação mas algumas situações foram limpas e faltou precisão. Um pouco de ansiedade, primeiro jogo, vontade de vencer. No técnico também bateu isso. E essa pressão associada às duas coisas. Nós queremos jogar, queremos jogo. E a orientação é bater rápido a falta. Vamos continuar assim. Vamos tomar a falta e sair para o jogo. O Brasil propõe o jogo'', pontuou.

Para finalizar, Tite ainda pediu a palavra para dizer que conversou com o zagueiro Miranda, após o jogo. O defensor foi um dos protagonistas no gol de empate do Brasil, visto que foi deslocado pela marcação na batida de escanteio, resultando no gol da Suíça.

"Miranda me disse que talvez deveria ter caído após o empurrão para deixar a falta mais clara. Eu disse para ele: ''Não, ai caracterizaria simulação e eu não quero isso", finalizou.