Pedro Abad não irá se candidatar a uma próxima eleição no Fluminense, mas também deixou claro que não pretende renunciar ao cargo de presidente do Tricolor. Essas declarações foram dadas pelo presidente do clube em uma entrevista ao"Globoesporte.com" e falou sobre diversos assuntos.
“Estou aqui para cumprir uma etapa que é dura. A torcida quer time, mas o momento é de reestruturação. Então, o investimento é menor. O torcedor tem direito de não gostar de mim. Agora, eu quero ganhar também. Qual a lógica de eu perder convívio familiar, tempo profissional e momento de lazer? Se eu desistir no meio, estou jogando fora tudo. Não vou fazer isso. Não vou renunciar” afirmou Abad.
Abad, mesmo com o momento atual, garantiu que a situação está melhor do que na época do ex-presidente, Peter Siemsen. E assumiu que a situação do clube não era como ele estava esperando quando assumiu.
“Cabe um pedido de desculpas. Eu entendo que chegou uma informação equivocada. Mas também me reservo o direito de dizer que não foi de propósito. Eu acreditava naquilo que estava dizendo”.
O presidente do Tricolor também contou como foi a saída do ex-técnico Abel Braga, que pediu demissão após a derrota para o Santos, no Maracanã, na última rodada antes da pausa para a Copa do Mundo.
“Ele me comunicou na quinta, após o jogo contra o Santos, que não tinha a intenção de continuar. Ele explicou que se sentia desgastado e que tinha que cuidar da família. Não teve chance de demovê-lo, mas o Fluminense tem de andar”.
Após a saída de Abel, a diretoria tentou, sem sucesso, trazer Zé Ricardo e depois, Dorival Júnior. Por fim, o nome escolhido foi o de Marcelo Oliveira. Abad explicou os motivos pela escolha.
“Primeiro, tinha de ser um treinador experiente. Se o nosso grupo é menos experiente, precisamos de um comando cascudo para balancear. O ideal era ter um currículo de vitórias, ele já ganhou. Ele foi bicampeão brasileiro, ganhou a Copa do Brasil. Teve vários trabalhos bons”.
Antes de deixar o cargo, Abel Braga afirmou que necessitava de reforços. Abad reconheceu que o elenco é pequeno e afirmou que o clube irá em busca de reforços para a continuação do Campeonato Brasileiro. Mas também fez questão de frisar que o clube não tem condições de trazer jogadores com salários muito altos.
“É claro que vamos trazer. A saída do interrompeu esse processo pois se tem de fazer isso com o treinador, não adianta trazer quem não vai encaixar no esquema que o treinador não quer. Vamos trazer bons, que vão agregar, que façam valer o investimento. Não vamos trazer atletas de R$500 mil, essa não é a nossa realidade”.
Recentemente, o zagueiro Luan Peres deixou o elenco Tricolor após poucos meses e foi vendido para um clube da Bélgica. Ele havia chegado ao time através de uma negociação que envolveu a ida de Reginaldo, também zagueiro, para a Ponte Preta. Abad falou sobre essa situação.
“Quando a gente quis o jogador, ele tinha proposta desse mesmo time da Bélgica para ganhar mais do que ganharia aqui. Convencemos ele a vir, veio ganhando menos. Agora veio outra oferta, não adiantava a gente querer cobrir a proposta. O Reginaldo foi cedido para a Ponte Preta ceder o Luan. Ele não voltará”.
Além da contratação de um novo técnico, o clube também trouxe Paulo Angioni, que substituiu Paulo Autuori no cargo de diretor executivo de futebol. Abad explicou os motivos pela escolha dele.
“Angioni tem muita experiência no futebol. Ele dá curso na CBF, tem ótimo currículo. As pessoas acham que ele é antiquado, mas não é. É atualizado. Conhece todo mundo”.
No início deste ano, o Fluminense reincidiu o contrato de jogadores importantes, como Diego Cavalieri, Marquinho, Henrique e Wellington Silva. No entanto, as rescisões, assim como os salários dos atletas que permanecem no clube, estão atrasadas.
“A gente começou o ritmo de pagamento normal, mas depois precisou interromper. Assim que tivermos recursos, vamos regularizar. Comunicamos a alguns, outros entenderam. Tivemos a compreensão de todos. Há crença de que vamos resolver. Mas, sim, o problema existe”.
Outro caso a se destacar é o de Gustavo Scarpa, no qual a Justiça deu ganho de causa ao Fluminense. O presidente falou sobre esse episódio e se irá negociar o atleta.
“Claro que ele pode ser um dos vendidos. A nossa intenção sempre foi fazer acordo pois isso evita de o jogador não puder atuar e respeita os direitos do Fluminense. Cada um toma as suas decisões. Não me cabe julgar a decisão dele. O Fluminense não quer prejudicar o Scarpa e o Palmeiras”.
Abad falou que reformar as Laranjeiras é um projeto do clube, mas não há dinheiro para isso. Ele falou também sobre a possibilidade de um novo estádio.
“Temos três opções em uma área bem estabelecida. Acredito que teremos condições de mostrar em breve. Até o final da minha gestão, esse assunto estará claro: onde será, o que será e como será pago. Posso dizer que o estádio terá entre 30 e 40 mil lugares”.
Por fim, ele deixou uma mensagem para a torcida Tricolor. E também afirmou que o clube precisa do torcedor nessa fase de reestruturação.
“Eu sou Fluminense, gosto de ganhar jogo, cresci com times fortes. Eu quero que saibam que em alguém trabalhando forte aqui. O clube vai melhorar. O Fluminense precisa do torcedor” finalizou.