Na noite desta terça-feira (3), houve um protesto na sede do Fluminense, nas Laranjeiras.  Um grupo de torcedores tentou invadir o clube, munidos com explosivos e pedras.  A manifestação começou após o início da reunião do Conselho Deliberativo.

Os seguranças do clube, junto com a Polícia Militar, conseguiram evitar a invasão, mas o caos nas ruas no entorno da sede era evidente. Lixeiras foram queimadas nas ruas Álvaro Chaves e Moura Brasil. Houve disparos de tiros de borracha para dispersar os manifestantes.

O protesto foi para pressionar o presidente, Pedro Abad. Havia a expectativa de que o documento que pede o impeachment de Abad fosse protocolado, o que não aconteceu. Nesse documento, há 51 assinaturas de grupos de oposição.

Representantes das torcidas entregaram uma carta aos conselheiros e que a violência não era o objetivo. Grupos de situação tentaram impedir a leitura do manifesto, pois o presidente já havia conversado com torcedores anteriormente. O sócio que levou a carta foi expulso da reunião.

Seguem abaixo trechos da carta:

Podem nos processar, mas não podem nos calar, muito menos diminuir a nossa paixão. Não assistiremos de braços cruzados o que vocês estão fazendo com o Fluminense somente para se manterem no poder. (...)

Venderam nossos ídolos, vendem nossos jogos e nossa torcida. Vendem Xerém a preço de banana.  Vendem mandos de partidas (como fizeram no Fla x Flu) nos deixando sem nenhuma proteção. (...)

Jogadores com valor no mercado, como: Cavalieri, Scarpa, Henrique e alguns outros que foram dispensados, são consequência dessa gestão. A saída do vice-presidente (que também tem culpa), a saída do Abel, a saída do Autuori, ingressos caros, marketing inefetivo, folha de pagamento atrasada, funcionários sem receber...isso tem um responsável. (...)

Gostaríamos também de dizer que a torcida não é culpada por sumir do estádio. Os culpados estão aqui dentro e trabalham aqui dentro. Mas nós seremos os responsáveis por essa mudança! (...)

Dia 21 de julho vamos trazer 10 mil tricolores para tomarmos essa rua e esse clube. O único jeito dessa manifestação não acontecer é se o Sr. Pedro Abad renunciar imediatamente seu cargo de presidente do Fluminense Football Club, caso contrário, será responsável pela maior manifestação que uma torcida já fez nos últimos anos!