Após cinco anos longe dos gramados do Morumbi, o jogo de 10 de maio de 1998 marcara o retorno de Raí ao São Paulo e a partida de volta da final do Campeonato Paulista contra o Corinthians. Naquela oportunidade o tricolor paulista encheu os olhos dos 79 mil espectadores que lotavam o estádio Cícero Pompeu de Toledo, e se recuperava do título perdido para o rival na edição anterior do campeonato.

Primeira fase impecável e vacilo no primeiro jogo da final

Mesmo com a excelente campanha do São Paulo durante a fase anterior da competição, a equipe perdeu a primeira partida da decisão por 2 a 1 no dia 3 de março. A derrota no primeiro jogo foi considerada decepcionante já que o tricolor do Morumbi detinha a melhor campanha do campeonato.

Foram oito vitórias, um empate e apenas uma derrota na fase inicial, incluindo quatro vitórias em clássicos. Duas contra o Santos (3 a 2 e 2 a 1) e a eliminação do Palmeiras na semifinal (novamente duas vitórias, 2 a 1 e 3 a 1).

O triunfo corintiano obrigava o São Paulo a vencer a segunda partida para que pudesse sagrar-se campeão estadual. O Corinthians de Vanderlei Luxemburgo venceu o primeiro jogo da final com gols de Marcelinho Carioca e Cris, dessa maneira passando a jogar por um empate no segundo jogo.

Mesmo com jovens talentos como Rogério Ceni, Denílson e França atuando em alto nível durante a campanha do clube, ainda parecia faltar algo para que a vantagem alvinegra fosse revertida.

O jogo de volta e o retorno do ídolo coroado com título

A temporada de 1998 do tricolor começou de forma especial. Logo no início, um evento com Santos e Flamengo marcavam a reinauguração do Morumbi que havia passado por reformas e o retorno do ídolo Raí. Apesar de sua volta, o camisa 10 ainda teria de atuar por mais quatro meses pelo Paris Saint Germain até voltar definitivamente ao clube paulista.

Oito dias antes do segundo jogo da decisão, 2 de maio, Raí conquistava a Copa da França pelo PSG. Há cinco dias, rescindia o contrato com o clube francês, e na tarde seguinte já estava na cidade de São Paulo. Na quinta-feira (7) estava sendo apresentado a sua volta ao tricolor.

A rápida negociação de uma semana e o regulamento que permitia a inscrição de jogadores às vésperas da decisão, possibilitaram que Raí disputasse a partida, e posteriormente se transformasse em peça fundamental para conquistar o título do estadual sobre o maior rival.

Nem mesmo o meio campista esperava jogar tão imediatamente. Mas aconteceu: o técnico Nelsinho Baptista escalou o craque, que foi para o jogo e se tornou o principal nome daquela final. Raí marcou o gol que abriu o placar e no segundo gol deu assistência para França, que ainda viria a fechar o placar em 3 a 1 no fim da partida.

“O Raí foi, como se diz, a cereja do bolo. Ele realmente foi muito importante” - Nelsinho Baptista

O ídolo já bicampeão do mundo com o São Paulo em 1992 e 1993 acabara de coroar a mágica atuação da equipe e encerrar com o jejum do clube depois de seis anos sem títulos do estadual.

 

 

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