Calma e paciência. Calma e paciência foram as palavras que definiram o sentimento de Mano Menezes após a derrota do Cruzeiro para o São Paulo por 2 a 0, nesse domingo, no Mineirão. Apesar de demonstrar insatisfação com as vaias da torcida pelo resultado,o treinador não viu o tropeço como o pior dos mundos.

O Cruzeiro viu o São Paulo sair na frente com Diego Souza, no primeiro tempo, e ainda desperdiçou a chance do empate, com Barcos acertando o travessão na cobrança de um pênalti, na etapa complementar. Pouco depois, Everton marcou o segundo do time paulista, fechando o placar.

Mano se mostrou descontente com as vaias de parte da torcida no fim da partida. O treinador cruzeirense chegou a citar Thiago Neves, poupado no jogo deste domingo, ao rebater as críticas recebidas pela derrota em casa. Mais uma vez, o comandante voltou a explicar o modelo de rodízio de jogadores adotado pelo Cruzeiro, que reflete na escalação do time na sequência de partidas.

"Não estamos trabalhando com poupança (de jogadores). Eu tenho falado isso e talvez o pessoal não tenha entendido. Estamos trabalhando com revezamento, pois entendemos que em determinados jogos, lá na frente, vão exigir quem tenha todo mundo à dispoisção. Se utilizar agora, não terei eles, certamente, no melhor da sua condição. Fizemos um planejamento e estamos executando. O que não pode é: quando o Thiago (Neves) jogar ele ser culpado pela derrota, e quando ele não jogar também ser culpado pela derrota por que é injusto a análise. Futebol não é assim. Quando a gente perde, geralmente, aqueles que estão fora são os melhores. Quando se perde como foi hoje, em determinado momento, ninguém presta. Começa pelo treinador e vai por todo mundo", afirmou Mano.

Sem desmerecer o oponente, Mano disse que o Cruzeiro teve maior volume de jogo durante o jogo. No entanto, a ansiedade pela vitória em casa afetou negativamente a equipe. Na verdade, nós perdemos um jogo em que o adversário chutou duas bolas no gol, e nós criamos oportunidades para não perder. "Tivemos três ou quatro bolas passando dentro da pequena área, em pé de jogador que não costuma errar pela qualidade que tem, mas hoje a bola não entrou, nem na penalidade máxima, que era um momento expecional nosso no jogo, com pressão, volume, com um pouco de dificuldade na criação, mas empurrando na força, na garra, no coração, com a ajuda do torcedor Era hora de empatar, deixamos escapar e depois tomamos o segundo gol. Essas coisas acontecem, tem que ter calma, baseado no conhecimento que temos, saber analisar bem. Pequenos detalhes aí estão escapando e não pode escapar, por isso que o adversário está sendo mais feliz do que a gente, como foi nos dois últimos jogos", declarou o comandante.

Para Mano, postura da equpe em campo foi bom. Como na derrota para o Corinthians, o Cruzeiro pressionou e por pouco não conseguiu o resultado positivo. Contra o São Paulo, o problema coletivo ocorreu devido a uma nova questão, segundo o treinador. "Se a equipe não tivesse criando, eu iria dizer que o problema é na estruturação da equipe, na construção daquilo que se pensa em termos de tática para cada jogo, mas está criando. Perdeu gols incríveis contra o Corinthians, no meio de semana, hoje de novo, com gol dentro da área, gol de penalidade máxima, mas não acho que as coisas são tão simples assim. São pequenas explicações, provavelmente não são as que as pessoas querem ouvir, porque já dirigem para esse ou aquele, e o futebol não é individual. Futebol é coletivo, e temos que acertar as questões coletivas a partir dessas situações que aconteceram. Cá para nós, são situações novas de derrota que a gente não vinha convivendo", afirmou o técnico.

O treinador cruzeirense avalia que as escolhas do time em campo não funcionaram da maneira desejada. Sem eleger culpados e mostrando confiança no grupo, Mano espera que o time tenha mais frieza nos próximos jogos para que não tenha de voltar a sair em desvantagem no placar. "É muito dfícil no futebol brasileiro você sofrer o primeiro gol. É uma vantagem significativa, não é só no nosso (futebol), pois tem uma pesquisa que mostra que 60% das equipes que saem na frente não tomam a virada. É um dado significativo, então uma equipe precisa ter esses cuidados quando passa por momentos de instabilidade, de aparecer alguns problemas. Você quer ganhar, tem vontade de ganhar, e não foi isso que faltou para a equipe do Cruzeiro hoje, em termos de dedicação, mas você começa a escolher alguns caminhos mais perigosos, de risco maior. Com essa tranquilidade é que nós temos que recuperar, pois em jogos grandes não se ganha intranquilo. Jogos grandes tem que saber jogar", disse Menezes.