Nesta quarta-feira (5), às 21h45, Atlético-MG e São Paulo se enfrentam no Independência pela 23ª rodada do Brasileirão. O time do Morumbi está em boa fase, precisa de um empate para se garantir no topo por mais uma rodada e se encontra com o Galo, que não vence no Campeonato Brasileiro há três jogos e viu sua distância para os cinco primeiros colocados aumentar.

Neste segundo turno, o Atlético ainda não venceu: somou apenas dois pontos (contra Vasco e Corinthians). O Tricolor tropeçou no fim-de-semana, recebendo o Fluminense, em jogo cujo resultado acabou tendo bom gosto. Diante destes cenários, ambas as equipes precisam demonstrar em reação em momento importante do campeonato. O Galo tem deixado rivais sonharem com o G-6, e o São Paulo enxerga pelo retrovisor adversários mais entusiasmados na busca pela liderança.

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Esperança só pode morrer depois de quarta

No grupo atleticano, o duelo contra o São Paulo é visto como decisivo para que o time permaneça sonhando com o título que não conquista desde 1971. Um empate, dependendo das circunstâncias, será considerado um mau resultado. Portanto, só a vitória interessa ao Galo na ambição pela taça do Brasileirão.

Na última entrevista coletiva antes do jogo, o atacante Ricardo Oliveira (artilheiro do time no ano com 18 gols) usou toda sua retórica pastoral para falar por mais de 11 minutos seguidos em um discurso dirigido aos torcedores do Galo.

"Eu assisti o Atlético jogar em 2013 e 2014, quando o Atlético tinha que se reinventar em cada partida. E houve um canto que contagiou o Brasil, que foi o “eu acredito” da nossa torcida. Todos os jogos no Independência ou no Mineirão escutava-se esse grito. Eu joguei contra o Atlético, ouvi esse grito contra e era de arrepiar. É algo que me motivou a vir para cá, além do financeiro, que foi bom para mim." - iniciou o atacante.

Ricardo Oliveira disse sentir que a torcida está insegura e triste: "Não estou satisfeito com o resultado como um todo, e eu sei que posso melhorar. Eu não desisti de sonhar e acreditar que isso vai virar. Acho que o torcedor precisa demonstrar que ele é Galo, que ele é apaixonado por esse clube, que ele vai abraçar os jogadores que estão aqui, porque não depende só de nós. É uma parceria. Eu, com 38 anos, continuo sonhando como criancinha." - finalizou Ricardo Oliveira.

A boa notícia para a torcida do Galo é a confirmação de que o lateral-esquerdo Fábio Santos não sofreu nenhuma lesão no joelho direito. Ele, porém, segue como dúvida para a partida. Chará, convocado pela seleção colombiana, é desfalque certo.

Sem Diego Souza, Aguirre aposta em Tréllez

Com o desfalque de Diego Souza, expulso na última partida contra o Fluminense, o treinador são-paulino deve investir novamente no colombiano Tréllez. O centroavante tem sido um talismã e fez gols decisivos contra Vasco e Fluminense.

"Às vezes, por circunstância do jogo, não conseguimos vencer só na técnica. Gostamos de jogar bem, gostamos de ter a bola, mas em muitos jogos não dá para ter esse futebol vistoso. Quando falta isso temos vencido com vontade e força física. Melhoramos muito nisso: parte física está muito bem. O São Paulo corre os 90 minutos. Isso é importante." - avaliou Tréllez.

O treinador uruguaio tem mostrado bastante criatividade e garantido bons resultados ao time do Morumbi em substituições feitas no decorrer das partidas. Agora, terá como missão encontrar uma forma para o São Paulo alcançar os pontos sem seu centroavante titular.

Ainda no ataque, o Tricolor não deve contar com o extrema Everton (estiramento na coxa esquerda); na parte defensiva, os desfalques ficam por conta do zagueiro Arboleda (amistosos pelo Equador) e do volante Luan (amistosos com a Seleção Sub-20). São dúvidas: os zagueiros Rodrigo Caio e Anderson Martins, os laterais Bruno Peres e Araruna e o atacante Gonzalo Carneiro. O tratamento de Anderson Martins e Bruno Peres é visto com mais otimismo e ambos devem estar à disposição nesta quarta.

O reencontro

Outra situação de jogo que deverá chamar a atenção será o reencontro de Iago Maidana com o São Paulo. Pivô da renúncia do então presidente são-paulino Carlos Miguel Aidar, o zagueiro não é bem visto por torcedores e dirigentes tricolores devido a um dos momentos mais turbulentos do clube no século.

Histórico

O Atlético não perde para o São Paulo desde 2016, quando foi derrotado em casa no returno do Brasileirão por 2 a 1. Naquele ano tricolores e atleticanos se enfrentaram quatro vezes, sendo duas pela Libertadores - que teve o São Paulo classificado para as quartas-de-final.

Pelo Brasileirão, o duelo está em total equilíbrio: em 57 jogos, foram 20 vitórias para cada lado, além de 17 empates. Empate foi justamente o resultado do jogo no primeiro turno, que terminou 2 a 2.

O São Paulo teve em 1978, seu jogo mais decisivo contra os mineiros. Diante deles, o Tricolor do Morumbi levantou pela primeira vez a taça do Brasileirão, em final válida pelo campeonato de 1977.

Em jogo único, no dia 5 de março de 1978, com mais de cem mil pessoas no Mineirão, a partida foi para os pênaltis após empate sem gols no tempo normal. Com Waldir Peres brilhando, o Tricolor se consagrou campeão.