O Vitória conseguiu superar um momento de crise no Brasileirão. Com três triunfos nas últimas quatro partidas, o Rubro-negro baiano já subiu para a 12ª colocação, com 29 pontos, abrindo vantagem de cinco pontos para o 17º colocado. Mas, o zagueiro Aderllan lembrou, em entrevista, como foi complicado conviver com as gozações quando o time passou por um momento difícil.

"Tiravam tanta onda da minha cara. Agora, por exemplo, eu joguei contra o Fluminense, fiquei fora, agora entro novamente. É complicado também. O momento está bom, mas para quem está entrando a responsabilidade aumenta porque a equipe vem sem sofrer gols. É também difícil substituir quem vem jogando", disse.

"Os porteiros do meu condomínio, todo dia eles baixavam as correntes [para eu entrar com o carro], aí eles falavam: "[O Vitória] está igual a essa corrente aqui. Só baixa. Cai e sobe". Eu falava para ele que ia melhorar. E a gente manteve esse equilíbrio nesses quatro jogos e queremos seguir assim", completou.

O zagueiro comentou também que a convivências com torcedores nas redes sociais ficou prejudicada com o momento turbulento.

"Até tem que tomar cuidado. Às vezes você se expressa aqui...E tem que tomar cuidado. Torcedores do Bahia me mandaram, encheram minha rede social. Fiquei 15 a 20 dias sem mexer porque tinham muitos comentários. Alguns descobriram meu número de telefone e ficavam falando: "E aí? Vai comer carne de segunda". E é chato também. Infelizmente, no jogo contra o Palmeiras, foi um desastre. E agora tem que comer carne de primeira. Graças a Deus que o momento está bom e tomara que seja até o fim do campeonato", declarou.

Já que Lucas Ribeiro, suspenso, desfalca o time baiano, Aderllan deve ser titular. Com a oportunidade, ele aproveitou para falar sobre a concorrência no time e o incômodo de figurar na reserva.

"Ninguém vai falar que está feliz no banco de reservas. Só quem fica feliz é o Carlo Alberto de Nóbrega, da Praça é Nossa. É o único que fica 50 anos ali. Claro, eu vinha de lesão, o momento agora é bom, sem sofrer gols, e tenho a humildade de esperar o meu momento agora e trabalhar. A concorrência está grande. Não só [para] o Aderllan, mas outros jogadores. Por exemplo, o caso de Léo Ceará. André estava jogado, mas vem de lesão. O Léo fez dois gols. Que cara o professor vai chegar e tirar [o Léo Ceará]? Ia dar papo para vocês da imprensa. Eu estou ali. Claro, feliz, feliz, ninguém fica no banco. Mas estou para apoiar eles, Ramon e Lucas, que a gente conhece por Barata. Tem que trabalhar, para entrar novamente", comentou.

Aderllan falou também sobre o "fundo do poço" que a equipe atingiu depois da derrota para o Palmeiras, no Barradão.

"A diferença somos nós jogadores. É um ciclo. Primeiro foram três ou quatro jogadores mandados embora, que os contratos estavam vencendo, depois o diretor, Mancini. E a gente sabia que depois da derrota para o Palmeiras, não fomos para a última posição, mas batemos no fundo do poço e tínhamos que dar a resposta. Falava para alguns companheiros meus que quando a gente bate no fundo do poço, você só tem como subir. Não tem como descer mais. O campeonato ia apertar. O pessoal falava que a sequência de jogos não era complicada, mas claro que era. Tivemos Atlético-MG, América-MG, Vasco, Flamengo e agora o Ceará, que vem em momento bom também. Sabemos que o Ceará em casa é forte, deu trabalho a todas as equipes grandes que passaram lá. E a gente vai com aquele sentimento de que temos que vencer e dar sequência nesse momento positivo, sabendo que vai ser um jogo difícil", finalizou.

Vitória e Ceará se enfrentam no próximo sábado (15), às 16h, na Arena Castelão. A partida é válida pela 25ª rodada do Campeonato Brasileiro.