A semana de treinos do Botafogo foi agitadíssima. Vindo de uma sequência de resultados ruins e próximo da zona de rebaixamento, o alvinegro carioca sofre com o descontentamento dos torcedores, que estiveram presentes na atividade de quinta (13) visando uma conversa com o elenco. A pressão por resultados gerou inclusive uma reunião da diretoria com os jogadores, na manhã desta sexta-feira (14). 

Em entrevista coletiva no Nilton Santos, Zé Ricardo comentou sobre o papo que aconteceu no dia de hoje. O treinador elogiou a postura da diretoria e disse que o clima foi ameno e de motivação. 

"A palavra da direção foi no sentido de mostrar que estão ao lado dos atletas. Conhecendo como eles conhecem os atletas, principalmente os que estão aqui mais tempo e que sempre deram resultado, a visita deles foi superimportante. De bicho não tratamos. O atleta não valoriza apenas o dinheiro. Valoriza sua carreira". 

Perguntado sobre a ida dos torcedores ao treinamento para uma eventual cobrança aos atletas, Zé reconheceu o direito dos protestantes, mas pediu força e apoio aos botafoguenses para sequência de jogos de suma importância no campeonato. 

"A gente entende que a pressão faz parte do meio do futebol. Acontece, e a gente tem que saber administrar. Entendo que faz parte e que a torcida tem direito de cobrar. É o maior patrimônio do clube. Essa pressão tem que vir junto com o apoio agora". 

O técnico do glorioso analisou o América-MG, adversário deste domingo (16). Apesar de ter enaltecido os mineiros, Zé afirmou a necessidade de vitória e contou o que espera dos visitantes para essa partida. 

"A vitória é fundamental, mas o respeito é muito grande num campeonato tão importante como o Brasileiro. Conheço o Adilson um pouquinho, está fazendo um trabalho muito bom. Conseguiu manter a campanha do Enderson. O América tem vitórias de fora de casa, e eles sabem do nosso momento e podem querer aproveitar. Temos que ter equilíbrio o jogo todo, mas isso não pode ser confundido com passividade". 

"Tenho acompanhado o América, eles têm jogadores bastante experientes, principalmente no meio-campo. Vi jogando contra o Vasco, eles têm boas transições. Acredito que vão esperar um pouco a gente. Temos que estar preparados não só para isso mas também para o caso de adotarem postura diferente. Adversário que respeitamos bastante e teremos que jogar muito para vencer". 

Questionado sobre possíveis mudanças no time titular, o comandante desconversou, mas ventilou uma possível saída de Marcinho e o retorno de Leo Valencia

"Marcinho tem muito potencial, está em desenvolvimento na sua posição porque fez sua base toda no meio e no ataque, assim como muitos atletas que fazem essas transições. Deixar claro que a substituição foi feita num momento em que a gente ia adotar um 4-2-4 com dois homens com o Kieza. Íamos deixar muitos espaços, e o Marcinho estava com amarelo, e havia um jogador muito rápido atuando pelo seu lado. Até para não acontecer o que aconteceu com o Palmeiras, quando o Moisés foi expulso". 

"O atleta sempre se prepara com muita força, independentemente de iniciar ou não. Com Valencia não é diferente. Fizemos algumas avaliações, observações. A efetividade não passa só pelo meio, mas por todas as posições (...) Tenho certeza que precisaremos de uma equipe mentalmente equilibrada. A gente precisa falar menos e agir mais. Para que a gente possa dar de presente uma vitória para nossa torcida". 

Por fim, Zé Ricardo apontou os dois fatores mais importantes para o Botafogo voltar a vencer no Brasileirão: Equilíbrio e Psicológico. De acordo com ele, aliar esses dois pontos ao foco dentro de campo é o que o time mais precisa nesse momento. 

"Tenho certeza que precisaremos de uma equipe mentalmente equilibrada. A gente precisa falar menos e agir mais. Para que a gente possa dar de presente uma vitória para nossa torcida. Tranquilidade é algo que estamos procurando, mas, com bastante atitude, buscamos sair dessa situação. Todos nós profissionais sabemos onde queremos chegar. Nenhum de nós gostaríamos estar nessa situação, mas temos que falar menos e fazer mais. Temos que levar da teoria para prática o que temos pedido e o que eles têm se cobrado. O grupo se cobra muito".