Palmeiras e Boca Juniors na Libertadores de 2018 não é uma novidade. Na fase de grupos, ambos os gigantes de seus países se enfrentaram, com um saldo positivo para o lado alviverde, que empatou no Allianz Parque e venceu na Bombonera. Mas agora a partida é maior e tem uma importância maior. Uma semifinal de Libertadores contra um dos maiores da competição, um clube que se transforma quando chega nos mata-matas. O lendário Boca Juniors, que sabe como poucos jogar a competição. Então, a grande questão é: como tirar proveito de vitória obtida na fase de grupos para a semifinal?

Pra um início, a formação do Boca naquela noite na Bombonera deve ter 4 mudanças para o primeiro jogo: Na defesa, Izquierdoz entra no lugar de Vergini. Más sai para Olaza jogar na lateral esquerda. Barrios entra no lugar de Pérez e Zarate, grande contratação do meio do ano, entra no lugar de Tévez. Essas mudanças já dão uma consistência a mais para o Boca Juniors, que deve vir escalado com: Rossi, Jara, Izquierdoz, Magallán e Olaza; Barrios, Nández e Pablo Pérez; Zárate, Pavón e Ábila.

A grande diferença fica  por conta de Barrios, o primeiro volante destaque do time. A formação de Schelotto, que pressiona muito seu adversário, tem problemas de encaixes, o que deixa seus jogadores no mano a mano muitas vezes na partida. É aí que entra o volante, muito bem fisicamente e tecnicamente, que cobre muito bem os espaços. Olaza e Izquierdoz devem dar uma consistência defensiva maior à defesa exposta dos argentinos, além de Zarate, que se junta ao Pavón como os dois pontas velocistas que darão muito trabalho para o Palmeiras.

Os caminhos para a vitória talvez possam ser exatamente nesses enfrentamentos individuais que a defesa do Boca acaba deixando acontecer. Se conseguir colocar Willian e Dudu nessa situação, o Palmeiras pode sobrecarregar Barrios, que apesar de destaque, não pode segurar muitos jogadores sozinho. Outra situação que o Palmeiras pode aproveitar são as vantagens pelo alto, onde o Palmeiras tem jogadores muito bons pelo alto e o Boca não se mostra muito forte nesse aspecto, com uma zaga não muito alta; Magallán tem 1 metro e 81 centímetros, enquanto Izquierdoz tem 1 metro e 85. Para efeito de comparação, Luan tem 1 metro e 88 e Gustavo Gómez tem 1 metro de 85. 

Apesar disso, o Boca é muito bom tecnicamente, principalmente no ataque. As jogadas pelas laterais são algumas das principais armas da equipe argentina. É por lá que o Palmeiras deve se preocupar. Zarate e Pavón devem ser acionados a todo momento, tentando achar Ábila dentro da área para a conclusão.

O Boca também usa e abusa das tabelas rápidas entre seus pontas e meias, onde os atacantes aproveitam os espaços, fazendo com maestria o famoso 'facão' (uma entrada em diagonal do atacante, saindo do bico da área para o meio, recebendo a bola na cara do goleiro). Essa jogada pode gerar muitas chances se não bem bloqueada pela defesa palmeirense.

A defesa tem de ser também um destaque alviverde. Não sofrer gols na Argentina seria muito bom para o o time, podendo administrar muito bem o resultado no Allianz Parque. Por um outro ponto, jogar na lendária, mística e intimidante La Bombonera, não é uma novidade para o elenco palmeirense. Essa novidade aterrorizante já se passou, então isso pode até ser uma vantagem psicológica da equipe, que deve aproveitar essa experiência para não se deixar levar pela pressão da torcida adversária.