Nesta quarta-feira (7), antes do treinamento visando o clássico contra o Flamengo, válido pela 33ª rodada do Campeonato Brasileiro, Rodrigo Lindoso concedeu entrevista coletiva no Nilton Santos. Autor do gol da vitória do Botafogo contra o Corinthians e um dos principais nomes do time na temporada, o volante foi alvo de vaias dos torcedores recentemente, apesar de ser o vice-artilheiro da equipe no Brasileirão. 

Perguntado sobre essa pressão sofrida pela situação incômoda que o glorioso vive na competição, Lindoso disse ser necessário ter tranquilidade nas adversidades e pregou foco no clássico contra o Flamengo. Para ele, fazer o 'dever de casa' é o primeiro passo para afastar o fantasma do rebaixamento. 

"A gente tem que manter a tranquilidade sempre, não pode se desesperar. Aí que vê quem é quem, nos momentos difíceis. Com as vitórias as coisas fluem naturalmente, tem dia que acordava e não acreditava no que aconteceu antes, como na derrota para o Bahia aqui. Segunda foi outro clima, hoje está um pouco melhor. Sempre prezo por isso, seja em primeiro ou em último lugar". 

"Falei até antes que eram sete jogos, antes tinha quatro em casa, e se fizéssemos o nosso dever de casa escaparíamos dessa situação bem tranquilos. Já passamos por uma etapa, temos mais três em casa, mas deixamos para pensar isso mais para frente. Foco é no Flamengo agora. Sem dúvida que uma vitória no sábado vai dar tranquilidade bem maior. No resumo de tudo, se fizermos o papel em casa saímos dessa situação". 

Questionado sobre o conhecido adversário, o volante não entrou em detalhes, mas frisou a importância do resultado no clássico e descartou qualquer comparação com os jogos do Campeonato Carioca, onde o Botafogo eliminou o rubro-negro na fase semifinal. 

"Estrategicamente não posso falar muito, estamos nesse processo ainda, o Zé vai ajustar nesses três dias que faltam. As duas equipes, tanto o Corinthians que já passou quanto o Flamengo foram jogos bem parecidos no primeiro turno. Tomamos gols no início depois tivemos controle do jogo, mas dificulta um pouco. Agora tudo muda, nossa fase, novo treinador também... Dá confiança, a gente vinha de quatro ou cinco jogos sem vencer. Dar um algo a mais, é um clássico". 

"Apesar de serem situações distintas, a gente para não cair, eles com esperança de serem campeões. Passa tudo por esse jogo para ambas as partes. Vamos impor nosso ritmo de jogo, clássico é detalhe. Botafogo x Vasco é exceção, foram jogos de muitos gols. Carioca é passado. Serviu, foi muito bom para nós, acabou com nosso título. Mas hoje a competição é totalmente diferente, coisas distintas. Pensar nesse clássico que vai ser bem difícil, jogo muito importante". 

Lindoso também comentou sobre o fato do Alvinegro ter um dos piores ataques do campeonato e destacou o peso da torcida para que os atletas consigam superar as dificuldades jogo a jogo. 

"Não é legal ser um dos piores ataques, tem a parte defensiva também, nosso saldo está bem negativo. Tenho só uma parcela de contribuição na parte dos gols. Mas sempre que tenho oportunidade nas bolas paradas procuro estar bem focado na hora. É tudo em conjunto, tanto eu como os demais. Nesta reta final teremos poucas chances e temos que aproveitar. Essa média de poucos gols vai aumentar". 

"Ano passado chegamos longe em mata-mata, bastantes jogos com estádio cheio. isso a gente espera todos os jogos, a gente precisa, está em situação um pouco delicada. Esse apoio extra é motivante, empolgante, sentimos bem a vibração contra Corinthians. Em todo lance ouvíamos o grito da torcida, dá aquele gás no final do jogo. Talvez seja uma das motivações também do Gatito ter pego aquela bola no último segundo e mantido nossa vitória. Nessa reta final estar lado a lado, importante torcida comparecendo e apoiando". 

O volante analisou seu desempenho no sistema do técnico Zé Ricardo, onde tem mais liberdade e pode ser mais ofensivo. O jogador de 29 anos ainda assumiu conviver com dores no pé e jogar no sacrifício. 

"Essa função atual é minha de origem, quando cheguei por carência, opção do Ricardo Gomes, fiquei de primeiro volante. Os sucessores deles me deixaram assim, mas é função que gosto. Requer adaptação, joguei nessa ano passado, mas esporadicamente. Não tive a sequência que estou tendo com o Zé. Função um pouco mais à frente, o Jean dá segurança. Tem também o Dudu, Bochecha, Matheus... Mas no geral, o ponto forte do Jean é a marcação, isso me dá segurança para atacar". 

"Ando com dores no pé muito fortes, venho jogando à base de remédio e injeções. Gatito passa também essa situação, acabou que fomos nós dois os protagonistas do último jogo. Mas foi o apoio da torcida e a entrega o jogo todo que fez com que a gente vencesse". 

Por fim, falou sobre o ano de 2018 no Botafogo, o melhor até agora desde que chegou a clube, segundo o próprio. Além disso, Lindoso reafirmou que o gol marcado contra o Corinthians, muito discutido devido ao desvio crucial de Ralf para que a bola entrasse, foi seu e não contra. 

"Sempre prezo pela regularidade, desde que cheguei tenho média muito boa. Mas gol é o grande momento, e é o ano que mais gols fiz. Contando ainda que faltam seis jogos, pode ser que essa média melhore. Mas podemos cravar que é meu melhor ano, sim". 

"Recebo zoações dos meus companheiros, teve também o do América-MG. Costumo dizer que gol-contra é quando não toca em ninguém e o adversário manda para dentro. Nas duas eu toquei na bola primeiro... Se eu não tivesse tocado ali, o Ralf tirava a bola e não seria gol. No jogo do América-MG não falei nada, nesse assumo que perguntei ao Vuaden (árbitro). Importante que estou bem tranquilo, certeza que foi meu. Tomei a iniciativa ali, a bola que determina o que vai acontecer depois. Quem sabe iria entrar direto? Importante que está anotado lá que o gol foi meu". 

Possíveis retornos

Na atividade desta tarde, apenas o aquecimento foi aberto para a imprensa. Nos poucos minutos que se pode observar, Kieza, que se recupera de uma lesão no pé direito, e Jefferson, que já está apto depois da grave contusão em choque com Lucas Paquetá, estiveram em campo e podem retornar a equipe contra o Flamengo. Em contrapartida, o zagueiro Marcelo Benevenuto ficou apenas na transição e é dúvida para o clássico.