Cleiton Ribeiro Xavier, conhecido apenas como Cleiton Xavier ou CX10 para os Palmeirenses, falou com exclusividade com a VAVEL  Brasil . Atualmente com 35 anos, o jogador está sem clube e aproveitando a vida em sua cidade natal, mas não descarta a possibilidade de voltar a jogar, pois está em excelente forma física.

Cleiton foi responsável por um dos gols mais bonitos do Palmeiras em 2009, diante do Colo-Colo, pela Libertadores daquele ano.

"Aquela partida diante do Colo-Colo, foi muito emocionante por tudo que ocorria. Naquele momento do jogo, já nos minutos finais, estávamos sendo eliminados e eu ter acertado um chute daquele, acredito que fui muito iluminado. Foi um chute convicto (risos), convicto, mas com desespero também. Naquele momento a gente precisava fazer o gol, tentávamos de todas as maneiras e não acertávamos. A bola não entrava. Tinha que ser daquele jeito mesmo: sofrido e emocionante"​. Afirmou  CX 10
 
 Após anos longe do Palmeiras, ele retornou em 2015 após o presidente Paulo Nobre mostrar um novo projeto do clube para ele. No ano seguinte, pelo campeonato brasileiro ele fez gol no arquirrival Corinthians, gol esse que ajudou o Palmeiras a se consagrar campeão naquele ano:

"Quando cheguei pela primeira vez, tínhamos uma boa equipe, o Vanderlei era o treinador e o planejamento era para dois, três anos e não naquele primeiro ano. Foi bom, fizemos bons campeonatos, chegando sempre nas finais, disputando até a reta final do brasileiro daquele ano, mas não teve sequência esse planejamento. Logo em seguida começou a desmanchar o elenco, trocas de treinadores e foi quebrado todo planejamento. E em 2015 quando retornei, era diferente. O Paulo Nobre me apresentou um projeto que ele queria executar e foi bem executado, tanto que está colhendo frutos até hoje, essa foi a principal diferença: a sequência do projeto que foi mantida."


Confira a entrevista na íntega

 

VAVEL Brasil: Você foi revelado pelo CSA em 2002 e jogou no CRB em 2018. Como foi esse reencontro com a torcida do CRB, dessa vez defendendo o clube?

 
Cleiton Xavier: Todo mundo sabe que fui relevado pelo CSA, e sou profissional, faz parte da profissão. Tenho um carinho grande pelo CRB por ter me acolhido, ter aberto as portas para eu voltar a atuar no futebol de Alagoas. Fui muito feliz e hoje posso dizer que sou torcedor também do CRB por terem me recebido tão bem, principalmente pela torcida.
 
VB: Você chegou ao Palmeiras em 2009 e obteve a marca de cinco gols, nos seus cinco primeiros jogos, feito que não ocorria desde a época de Tupãzinho. Qual foi a importância do Palmeiras na sua carreira?
 
Cleiton Xavier: O Palmeiras tem uma grande importância na minha carreira profissional, hoje falo para todo mundo que torço pelo e acompanho sempre o time. Foi uma equipe que marcou na minha carreira, me abriu as portas me dando oportunidade de vestir essa camisa, já usada por tantos ídolos. Ter feito o total de cinco gols nos cinco primeiros jogos e igualar uma marca histórica junto com Tupãzinho foi muito importante e está marcado no resto da minha carreira
 
 
VB: Você considera esse gol o mais importante da sua carreira ou aquele diante do Corinthians em 2016, na busca pelo título brasileiro?
 
Cleiton Xavier: Os dois foram muito importantes. Contra o Corinthians praticamente foi um título, fazer gol no clássico é muito importante, principalmente na reta final do brasileiro e com o Palmeiras precisando ganhar o jogo, por conta dos adversários que estavam próximos. Mas o gol contra o Colo-Colo, me deu uma visibilidade maior. Todo lugar que eu chego comentam comigo sobre esse gol. Esse contra o Corinthians, as pessoas não irão lembrar dele daqui dois, três anos, o diante do Colo-Colo, onde eu chego, até mesmo fora do país as pessoas comentam sobre esse gol. Os dois foram importantes, mas o mais marcante é contra os chilenos.
 
VB: O que você acha que faltou para aquele Palmeiras de 2009, para ganhar o título que parecia tão perto?

Cleiton Xavier: O campeonato de 2009, faltou um pouco mais de elenco. Tínhamos um grupo muito bom, um time excelente, conseguimos abrir uma boa vantagem, mas na reta final infelizmente perdemos alguns jogadores por lesões e por outras situações, foi nesse momento que a perdemos o campeonato para o Flamengo. Se tivéssemos peças de reposição no elenco, poderíamos ter levantado o caneco. Mas faz parte do futebol e foi uma lição que devemos tirar de aprendizado.
 
VB: Você também marcou um golaço com a equipe, diante do Chornomorets, do meio-campo. Na sua opinião qual foi mais bonito: esse ou contra o Colo-Colo?
 
Cleiton Xavier: Pela pintura do gol, por ser do meio campo, é sempre mais difícil. Por estar mais longe e é um gol que como diz nós brasileiros “nem o Pelé fez”, então é fantástico. É muito bonito. Mas pela importância do gol diante do Colo-Colo, ele se torna mais bonito: pelo momento, o drama do jogo, o nervosismo.

VB: Você já teve diversos companheiros que formavam uma boa dupla com você, para você e um atacante ou você e outro meia. Com quem você se deu melhor jogando ao lado? E qual o melhor técnico que você já trabalhou?

Cleiton Xavier: Já tive vários companheiros, mas acredito que o que mais deu certo foi em 2009. É indiscutível a parceira com o Diego Souza, a gente se deu muito bem. A gente se completava, tanto jogando como meia ou como atacante. Ele é um cara muito inteligente para jogar.
Treinador, tive muitos que eram bons. Difícil indiciar um que foi o melhor, fui treinado pelo Vanderlei Luxemburgo, pelo Muricy que é um paizão para mim no futebol. O finado Mário Sergio, também foi meu treinador. O próprio Cuca. É difícil citar somente um para ser o melhor, graças a Deus eu tive a felicidade de ter trabalhado com vários que são tops no futebol.

 
VB: E qual o jogador mais difícil que você já enfrentou? Porque?
 
Cleiton Xavier: O jogador mais difícil que enfrentei (risos), já enfrentei muitos jogadores. Talvez as pessoas não irão se lembrar, mas um cara que era muito difícil de ser marcado era o Felipe (ex-Vasco, canhotinho). Era difícil jogar com ele, ás vezes você sabia o que ele ia fazer, mas não tinha como marcar. Um cara muito inteligente para jogar e o Vasco tinha um time que era diferenciado.
 
VB: Em 2009 você compôs o elenco da seleção de Dunga, para as eliminatórias, diante do Chile. Sente algum ressentimento por não ter entrado no jogo ou a sensação de vestir a amarelinha já valeu a pena?
 
Cleiton Xavier: Aquele ano, nas eliminatórias para a Copa do Mundo, o Diego e eu tivemos a chance de ser convocado. E não tenho ressentimento por não ter entrado não, só o fato de ter vestido a camisa da seleção brasileira, já foi gratificante. É obvio que a gente cria a expectativa de entrar no jogo, mas sabemos que o Brasil estava e está muito bem servido de craques e fui feliz por ter sido lembrado.
 
VB: Você atuou duas temporadas no Vitória da Bahia. O que mais marcou de positivo lá? E negativo?
 
Cleiton Xavier: Joguei no Vitória um ano e meio e o que marcou foi o título, sempre marca. A forma que ganhamos o Baiano invicto foi incrível. O que ficou de negativo, foi a sequência que eu tive, as lesões que atrapalharam de ter uma sequência regular. Sou grato ao Vitória pela oportunidade de ter defendido as cores do clube.
 
VB: Você está com 35 anos: Pretende continuar jogando ou já quer encerrar a carreira?
 
Cleiton Xavier: Estou com 35 anos e o corpo já não é mais o mesmo, aparece algumas dificuldades. Mas temos que estar preparado para tudo, principalmente na carreira. Sou um cara feliz, abençoado por tudo e não gosto de definir futuro, deixo nas mãos de Deus para ver o que pode acontecer. O mais importante é ser feliz, estar tranquilo, contente e se tiver bem fisicamente

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