A vitória por 1 a 0 sobre o Internacional na partida de ontem foi a quarta seguida do Botafogo na competição. Embalado e vivendo um grande momento no Campeonato Brasileiro, o alvinegro carioca acabou de vez com qualquer risco matemático de rebaixamento e, de quebra, passou a figurar a parte de cima da tabela, alimentando cada vez mais o sonho de conquistar uma vaga na pré-libertadores. Com 47 pontos, a equipe está na 9ª colocação e está seis pontos atrás do Atlético-MG, time que fecha o G6. 

Após o ótimo resultado diante de um candidato ao título, Zé Ricardo concedeu entrevista coletiva no Nilton Santos e não escondeu a felicidade. O treinador mostrou-se aliviado pelo glorioso ter escapado do sufoco e traçou novas metas dentro do Brasileirão. 

"É importante para tudo na vida. Certamente clube grande como Botafogo passando aquele momento difícil perto do Z-4 incomoda todo mundo. Certamente as coisas não ocorrem como gostaria, mas quem trabalha sério sempre acaba colhendo algo de bom. Esse grupo merecia esse respiro. Vamos trabalhar para quarta-feira e tentar trazer os três pontos de Santos. Confronto direto, mas não impossível, esse grupo mostrou que é capaz de coisas grandes". 

O técnico botafoguense fez uma análise da partida e destacou a tensão de ambos os lados. Além disso, falou sobre a importância de mais um triunfo, frisando a necessidade de aproveitar melhor as chances de gol. 

"Sequência boa, acho que fizemos um jogo bom, não sei dizer se foi melhor que contra Flamengo, duas equipes fortes. Primeiro tempo oferecemos espaço, Inter teve domínio até tempo técnico, depois conseguimos nosso gol. Segundo tempo nervoso das duas equipes. Tivemos duas chances e não fizemos, por isso teve tensão até o final. Conseguimos nosso primeiro objetivo (escapar do rebaixamento) e vamos pensar jogo a jogo para quem sabe buscarmos uma Sul-Americana". 

"É um fato que a gente precisa trabalhar, conversar, não credito à falta de treino, mas questão de momento. No lance do Leo percebi que ele ia bater, mas o Lomba foi esperto, não definiu o canto, quando ele tentou tirar perdeu o timing. Do Pimpão ele foi feliz, opção por cima era plausível, faltou pouquinho de força. Mas temos que bater nisso, poderia ter escapado a vitória e seria frustrante". 

Zé comentou sobre a postura do alvinegro dentro de campo, enaltecendo as trocas de posição de Erik e Luiz Fernando, e citando a evolução tática dos jogadores com o passar do tempo. 

"Atribuo ao crescimento individual dos atletas, com eles crescendo a coletividade tende a crescer. Tentamos estar distribuídos organizados em campo. Tecnicamente estando melhor, a confiança aumenta. Quatro jogos, sofremos só um gol. Criamos oportunidades nos quatro. "Mérito dos atletas. Quando perdemos o Jean, jogador do nosso elenco com maior poder de destruição, falei que cada um teria que dar um pouquinho a mais. Você vê o Lindoso, Matheus Fernandes, Erik, Leo Valencia, Brenner aJudou encostando no Dourado, Marcinho, Moisés, a dupla de zaga... Foi doação".

"Mais uma vez trabalho em equipe. Comunicando com nossos auxiliares, entendemos que nosso principal velocista que é o Erik estava sendo muito sobrecarregado pelas subida constantes do Iago. O Zeca, que estava há dois meses sem jogar, estava de forma mais conservadora. Resolvemos inverter para não perder o Erik, que tem profundidade de ir lá atrás. O Luiz Fernando faz a função de ir à frente e atrás com tranquilidade, só não fez melhor porque estava gripado. Hoje deu certo. Mas novamente foi o trabalho em equipe. O Erik foi feliz no domínio em tirar o marcador e ter tranquilidade para finalizar".

Perguntado se o fato dos salários estarem em dia ajuda na melhora de desempenho, o comandante afirmou que isso pesa positivamente e fez questão de exaltar a entrega dos atletas nos momentos de adversidade.

"Da mesma forma quando perguntavam para mim se achava que a volta do Gatito e do Jefferson era o responsável pelos resultados positivos, é difícil mensurar o quanto, mas certamente é importante. Falo com tranquilidade, não deixamos de trabalhar. Não tenho pretensão de achar que foi um fator como pagamento, uma pessoa. Foi um conjunto de fatores que fizeram entender a responsabilidade de jogar em um grande clube".

"A gente se cobrava porque nosso elenco talvez não seja o mais valoroso, mas é bom. Falei: 'Rapaziada, é hora de continuar plantando, que vamos colher uma hora'. Vitória sobre Corinthians deu o respiro que precisava, logicamente sequência. Jogo a jogo fomos construindo as vitórias. Está todo mundo de parabéns, espero mais uma decisão na quarta. Pensamos em coisas grandes, temos que ir a Santos trazer pontos de lá".

Em relação ao sonho da pré-libertadores, Zé Ricardo disse que todos precisam ter pés no chão, pois o caminho é bem difícil. Ele ainda aproveitou para projetar o confronto direto diante do Santos na próxima rodada, e elogiar muito o apoio da torcida nesses últimos jogos dentro de casa. 

"Difícil uma vaga para a Pré-Libertadores. São muitos confrontos diretos, temos Santos e Atlético-MG fora, mas adversários também têm jogos difíceis. Temos que pensar no Santos. Se vencermos, aí sim, e se resultados ajudarem, poderemos pensar. Mas estamos na zona da Sul-Americana e faremos o possível para pelo menos nos mantermos ali. Se chegar na última rodada com chances, faremos todo o possível".

"A torcida entendeu nossa necessidade, mostrou que é fundamental para a gente. Tomara que daqui a uma semana, nosso último jogo aqui, possamos fazer lotação máxima, 40 mil, faço um apelo. Não deixe um espaço vazio. Além de se despedir de 2018, vai ser fundamental. Pode ser uma vitória que nos empurre para a Pré-Libertadores. Não tem problema sonhar".

Por fim, ao ser questionado sobre um possível planejamento para 2019, o treinador pregou o foco no término dessa temporada, mas declarou a vontade de sentar e conversar após o fim de seu contrato com o Botafogo.

"Penso exclusivamente em terminar bem o Brasileiro. Se me perguntar a avaliação do nosso trabalho, são números que ainda não me deixam satisfeitos. Essas quatro vitórias são importantes, mas acredito que a gente poderia estar um pouco melhor. Perdemos alguns pontos de forma até infantil. algumas coisas que a gente acabou não produzindo".

"A responsabilidade é nossa, mas a gente não controla tudo. Temos relação com atletas, diretoria, DM, fisiologia, imprensa... E tem nossas vidas fora, é muita coisa. Às vezes não conseguimos traduzir para dentro de campo o que está aqui. No futebol brasileiro o resultado é fundamental para a manutenção de trabalho. Estou muito feliz, tenho contrato até metade de 2019. Quando acabar, vou sentar e planejar, terei o maior prazer".

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