O Fluminense empatou em 0 a 0 com o Ceará, nesta segunda-feira (19), no Maracanã. Foi o quinto jogo sem vitória no Campeonato Brasileiro e a equipe ainda não está totalmente livre do rebaixamento. Apesar o resultado ruim, o técnico Marcelo Oliveira reconheceu esforço dos jogadores e lamentou a falta de inspiração nas finalizações.

Fizemos uma partida com muito esforço físico, muito suor, mas pouco capricho na parte técnica final. Não é coincidência (a falta de gols). A falta de inspiração, de arriscar mais as jogadas. Se tem cobrança que temos feito é essa. A equipe ronda muito a área do adversário, mas são poucas as finalizações. No futebol o que vale é gol, e se você não arrisca, não chuta, não vai conseguir vencer os jogos. Esse tem sido o problema. Treinamos muito finalizações, mas não temos tido sucesso, inspiração e capricho técnico maior para chegar ao gol” disse o técnico.

O treinador avaliou a partida e afirmou que a equipe poderia ter saído com derrota também, pois o Ceará teve boas chances, mesmo que tenha vindo para se defender.

Corremos até o risco de perder o jogo. O Ceará veio para defender muito e tem uma velocidade boa no contra-ataque, criou situações perigosas”.

O Tricolor tem 42 pontos na competição, apenas cinco a mais que o América-MG, primeira equipe na zona de rebaixamento. Marcelo Oliveira falou sobre a situação do Fluminense.

Está muito apertado lá embaixo para todo mundo. Pelo que estudamos, com dois pontos dará para escapar. Eram os três pontos de hoje”.

Fora de campo, a situação também não é boa, pois o os jogadores estão com dois meses de salários e cinco de direitos de imagem atrasados. Marcelo Oliveira afirmou que essa situação acaba refletindo em campo.

Eu não quero entrar nesse mérito em relação às dificuldades administrativas do clube, mas elas são públicas e óbvias. O ideal é que fosse completamente diferente. Os jogadores por mais que estejam concentrados e treinando muito, isso acaba refletindo um pouco. Mas eu sinto, ao mesmo tempo, uma diretoria de pessoas do bem. Estão todos empenhados em resolver as questões, mas até então não conseguimos resolver de maneira completa. Nesse momento é necessário blindar os jogadores para que eles possam doar o máximo”.

A equipe saiu de campo sob vaias e gritos de “time sem vergonha”. Marcelo Oliveira fez questão de afirmar que o clube vai sair dessa situação o mais rápido possível.

A torcida é o maior patrimônio que o clube tem. Eles pagam, querem sempre que façamos uma boa apresentação e, se não fizemos, que ao menos ganhemos o jogo. Também queremos muito. Trabalhamos intensamente no dia a dia para que isso aconteça. Uando o torcedor está o tempo todo do lado, nossa possibilidade de vencer é maior. Quando ensaia uma vaia a determinado jogador, às vezes acaba refletindo em outro jogador mais jovem e dá muita força ao adversário. Mas o torcedor tem seu limite, está sempre procurando nos incentivar. A certeza que temos é que esses jogadores vão doar tudo até o fim. Por mais que estejamos tristes com o resultado, o discurso no vestiário foi muito positivo. Temos certeza que sairemos disso o mais breve possível”.

Marcelo Oliveira também falou sobre a pressão que a equipe vem sofrendo. Afinal, já são cinco jogos sem vitória e sem marcar gols. Segundo ele, em um clube com a grandeza do Fluminense sempre gera uma pressão maior.

Mas é importante, ao mesmo tempo, passar tranquilidade e confiança os jogadores. E cobrança também. No sentido de que possamos repetir sempre esse comprometimento, esse esforço, essa entrega de todos, mas com um pouco mais de poder de fogo”.

Marcelo Oliveira avaliou a situação dos atacantes Cabezas, que foi titular na partida desta segunda-feira, e de Matheus Alessandro, que entrou no intervalo, substituindo o atacante equatoriano.

A utilização de jogadores variados é buscando uma solução. O Cabezas tem treinado bem. O Matheus Alessandro fez bons treinamentos. Estamos tentando criar surpresas e situações novas para achar o caminho do gol”.

O treinador também explicou porque jogadores como Calazans e Danielzinho têm tido poucas oportunidades na equipe. Segundo ele, falta convicção para escalar tais atletas.

Sempre perguntam de jogadores que não estão jogando. Danielzinho, Calazans. Podem ficar tranquilo vocês, os empresários dos jogadores, investidores, familiares. Sempre procuramos ser justos. Na minha carreira sempre procurei ter coerência e justiça”.

Para esta partida, o treinador voltou a jogar com apenas dois zagueiros, Gum e Digão. No meio, o treinador promoveu a entrada do volante Airton ao lado de Richard. Ele explicou o motivo das suas escolhas.

Nós jogamos com dois zagueiros, fortalecemos o meio com Airton e Richard, que controlaram bem o jogo ali. Esperávamos um Ceará fechado dificultando as ações e por isso precisávamos de laterais e meias pelo lado do campo. Foi o que buscamos fazer com Julião e Cabezas de um lado, e com Everaldo e Ayrton Lucas do outro. Depois tentamos renovar o fôlego do time com o Macula – que vem jogando bem e já treinou algumas vezes conosco, tem força – e depois o Marcos Jr., mas não foi o suficiente” finalizou.

Na próxima quinta-feira (22), o Fluminense enfrenta o Bahia, na Fonte Nova, às 21h. O confronto é válido pela 36ª rodada do Campeonato Brasileiro. O Fluminense é o 13º colocado, com 42 pontos. Enquanto a equipe baiana é o 11º, com 44 pontos.

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