O Criciúma viveu um ano conturbado em 2018. Foram passados momentos de apreensão na luta contra o rebaixamento, tanto o Campeonato Catarinense, quanto na Série B. Mas para o alívio da torcida carvoeira, o clube conseguiu se recuperar a tempo nas duas competições.

No estadual, durante o primeiro turno, foram três rodadas seguidas segurando a lanterna. No returno, após passar boa parte do campeonato perto da zona da degola composta por dois times, o Tigre conseguiu engatar uma sequência de quatro vitórias consecutivas na reta final, terminando na quarta colocação.

Na Copa do Brasil, disputada simultaneamente com o Catarinense, o clube também não foi longe. Eliminou na primeira fase o São Caetano, com um empate em 1 a 1 fora de casa, mas deixou a zebra passear no Heriberto Hülse na fase seguinte. Um novo empate no tempo normal contra o Cianorte, nesta vez levou a decisão para os pênaltis, onde a equipe paranaense levou a melhor. Logo depois, seria eliminada perante o Internacional de Porto Alegre.

Os péssimos resultados continuaram no início da Série B. O Criciúma largou no torneio nacional com incríveis cindo derrotas seguidas. Nas sete primeiras partidas, fez apenas um ponto. O primeiro triunfo só chegou na oitava rodada, quando venceu por 1 a 0 o Avaí, na Ressacada. Com este início, o Tigre passou 16 rodadas seguidas na zona de rebaixamento, conseguindo sair na última rodada do primeiro turno, com uma vitória em casa sobre o Vila Nova.

Durante o segundo turno, o time do sul catarinense fez uma campanha mais sólida, mantendo boa distância do Z-4. Chegou a ficar sete jogos invicto, colando na zona intermediária da tabela de classificação. Porém, no fim do campeonato, a equipe voltou a oscilar. Foram oito jogos sem vitórias, o que deixou o Criciúma ameaçado até a rodada final. Precisando vencer, fez seu dever de casa contra o já rebaixado Sampaio Corrêa para garantir-se na segunda divisão com o 14º lugar.

O melhor momento da temporada

No início do segundo turno, o Criciúma venceu três partidas seguidas, sendo duas delas contra times que conquistaram o acesso à Série A: Fortaleza e Avaí.

Foto: Ulisses Job/Criciúma EC
Foto: Ulisses Job/Criciúma EC

A melhor partida foi contra o líder Fortaleza. Jogando no Heriberto Hülse, o Carvoeiro não deu chances ao Leão do Pici, e com gols de Zé Carlos e Vitor Feijão, venceu por 2 a 0.

O pior momento da temporada

Foram muitos momentos de infelicidade durante o ano, mas iniciar a Série B com cinco derrotas foi o golpe mais duro de todos. Nem o mais pessimista torcedor poderia imaginar tamanho vexame.

Foto: Leticia Martins/Guarani FC
Foto: Leticia Martins/Guarani FC

O estopim foi contra o Guarani. Jogando em Campinas e já ocupando a lanterna, o apático time comandado por Argel Fucks foi derrotado pela quinta vez e culminou na demissão do treinador.

O artilheiro improvável

Contrariando as previsões, o volante Liel foi o artilheiro do Criciúma na Série B. Foram oito gols em suas 29 partidas disputadas, todos de cabeça. Com grande força física, o jogador foi um dos mais importantes para o Tigre alcançar a permanência na Segundona.

Foto: Caio Marcelo/Criciúma EC
Foto: Caio Marcelo/Criciúma EC

Quem também se destacou foi o meio-campista Elvis, mas com outra função. Ele distribuiu oito assistências ao longo da competição, se tornando o vice-líder neste quesito. O meia também marcou o último gol carvoeiro na temporada, fechando o placar de 2 a 0 contra o Sampaio Corrêa, já nos minutos finais do jogo.

Quem não vingou 

Foram várias contratações equivocadas ao longo da temporada, mas algumas merecem maior atenção. O atacante Siloé chegou em janeiro sonhando alto, mas com sucessivos problemas médicos e sem conseguir jogar com frequência, acabou deixando o clube meses depois. Participou de apenas quatro jogos e saiu sem nenhum gol marcado.

Outra chegada que não deixou nenhum proveito foi a de Leandro Melo. O volante foi contratado ao fim do Catarinense, inicialmente com um vínculo de três meses, por ter sido um dos destaques do Hercílio Luz. Sem sequer ter entrado em campo, o atleta de 32 anos deixou o clube em julho, ao fim de seu contrato.

Os treinadores

Em dezembro de 2017, Lisca foi anunciado como técnico do Criciúma para o ano seguinte. Sua participação no clube durou pouco mais de um mês, pois em 29 de janeiro, após levar 3 a 0 do Atlético Tubarão, pediu para sair.

Coube ao interino Grizzo, auxiliar fixo do Tigre, “apagar as chamas”. Ele dirigiu a equipe nas rodadas seguintes do Catarinense, mas depois de ser eliminado da Copa do Brasil para o Cianorte, o presidente Jaime Dal Farra bancou o retorno de Argel Fucks. Com bastante crédito perante a torcida, Argel chegou com grande respaldo, e até fez um bom resto de campeonato estadual. Eliminou o eminente risco de queda e deixou a equipe na quarta colocação.

O problema veio assim que a Série B começou. Apresentando um mau futebol, o Criciúma foi presa fácil para os seus cinco primeiros adversários e não tinha perspectivas de melhora. Coube a diretoria tomar a decisão de mais uma vez trocar comissão técnica. Mazola Júnior chegou e conseguiu a reação necessária para que o Tricolor pudesse evitar uma tragédia maior neste ano. O treinador comandou o time até o final da competição, terminando com um aproveitamento dos pontos disputados próximo a marca dos 50%. 

Foto: Ulisses Job/Criciúma EC
Foto: Ulisses Job/Criciúma EC

 

O que esperar para 2019?

Depois dos apuros passados em 2018, a esperança é de que junto com um novo ano, novos ares surjam em Criciúma. Passando longe da briga por acesso e brigando para não cair até a última rodada, a expectativa fica em torno das lições que serão tiradas desta temporada. 2019 será a quinta participação consecutiva do Tigre na segunda divisão nacional.

Visando um melhor planejamento, a diretoria carvoeira já anunciou novos nomes que a partir de agora irão compor o staff. Ricardo Rocha, ex-zagueiro tetracampeão com a Seleção Brasileira, será o assessor de futebol do clube. Também foi divulgada a contratação de Júlio Remor como gerente administrativo, outro novo cargo criado para o próximo ano.

Foto: Celso da Luz/Criciúma EC
Foto: Celso da Luz/Criciúma EC

 

Novo Comandante

As mudanças seguem no comando técnico. Mazola Júnior, mesmo com bom retrospecto, não acertou a renovação. Para o seu lugar chega Doriva, que mais recentemente estava no CRB. Em sua apresentação, ele afirmou que deseja brigar pelo título do Catarinense, competição que o Tigre não vence desde 2013, mas deixou claro que a principal meta será o acesso à Série A. Com ele, cerca de 10 novos jogadores deverão ser contratados, mesclando com uma base do elenco atual que permanecerá para 2019.

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