Quando Gabriel Barbosa, o Gabigol, fez o terceiro gol do Flamengo aos 12 minutos do segundo tempo, o torcedor rubro-negro por um momento pensou que a equipe de Abel Braga iria impor uma goleada humilhante ao Fluminense, que estava com a equipe reserva em campo.

Porém, os erros defensivos apresentados - desde o primeiro tempo - quase colocaram a vitória em risco, e deixaram muitos torcedores irritados com a equipe que, inclusive, recebeu algumas vaias na reta final da partida. 

Na realidade, o 3 a 0 mascarava, por meio de outra grande atuação do ataque rubro-negro, o fato do Flamengo novamente encontrar dificuldades contra a equipe de Fernando Diniz, mesmo com 10 reservas, excetuando Ganso.

Após a parada técnica na primeira etapa, o Tricolor adiantou a marcação por cerca de quinze minutos e complicou demais a vida rubro-negra na saída de bola, gerando inclusive a única grande oportunidade da equipe das Laranjeiras antes do intervalo, com Caio Henrique e Mateus Gonçalves, no rebote.

No segundo tempo, Abel optou por apostar em um Flamengo mais reativo e, antes dos dois gols que deixaram a falsa impressão de que a partida estivesse resolvida, o Fluminense já tinha demonstrado que não estava com medo da milionária equipe da Gávea.

Quando Dodi diminuiu aos 18, o Tricolor passou a dominar completamente e, só não buscou o empate pois faltaram pernas para os jogadores que não tem ritmo de jogo. Mas o que se viu foi uma equipe inferior que, quando passava a linha central, causava calafrios na defesa rubro-negra, que não se encontrava na marcação, gerando insatisfação na arquibancada.

Mas esses calafrios não foram causados por "falta de respeito", como a torcida cantou. O principal ponto para esses momentos de domínio tricolor foi a forma como o Rubro-Negro se dispõe a marcar no campo defensivo. Se na parte ofensiva, a equipe comandada pelo Abelão vem encontrando sucesso quando pressiona forte na saída de bola adversária, quando essa marcação é furada, o problema se aprofunda.

Nas redes sociais, torcedores tentaram justificar esse problema de marcação, especialmente no meio, na ausência do colombiano Cuéllar, que está disputando amistosos da Data Fifa, mas isso ocorre inclusive quando o colombiano está em campo.

Abel, seja com Arão ou até com outro volante mais "cão de guarda" em seu lugar, precisa ajeitar a forma como o Flamengo marca seus adversários quando está em seu próprio campo, ou poderá voltar a sofrer com esse problema em algum (ou até alguns) jogos de maior importância, contra times mais fortes tecnicamente, que tendem a aproveitar mais esses vacilos defensivos.

O treinador, após o jogo, reconheceu que erros aconteceram e afirmou que planeja corrigi-los, principalmente visando o próximo Fla-Flu, na quarta-feira (27), também no Maracanã, pela semifinal da Taça Rio:

"Nós não podemos cometer os mesmos erros que cometemos hoje. Já conversei com eles (jogadores). Fizemos os gols, estivemos perto de marcar o quarto, mas saiu o primeiro deles e depois saiu o segundo. E o jogo esquentou no final".

Para a semifinal, o Rubro-Negro não terá a vantagem do empate e, por isso, o sistema defensivo precisa cometer pouquíssimos erros, para que a equipe consiga se 'vingar' da eliminação na Taça Guanabara, e tenha a chance de disputar a primeira final na temporada.