Após 16 anos o São Paulo está na final do Campeonato Paulista e Cuca, que após seu primeiro jogo no comando da equipe, já é um finalista do torneio estadual. Claro, Vagner Mancini também teve muita responsabilidade nesta classificação, mas Cuca já dava grandes sinais antes de sua estreia, principalmente ao fim da primeira fase.

Duas perguntas mostraram o bom humor do técnico durante a coletiva depois do duelo. A primeira foi sobre a sua volta e na segunda o goleiro Tiago Volpi foi o protagonista.

"Tiago Volpi quase mata todo mundo, né? Estava sendo herói, dali a pouco seria vilão... O que é o futebol, né? Acabou que foi herói de novo. Gosto de emoção. Não precisava de tanto... Fica gostoso estar em casa, fica na zona do conforto, mas ela é boa um pouquinho. Falta a adrenalina que a gente reclama tanto. Na verdade, a gente não sabe o que quer. O ideal é ficar meio a meio. Esse ano tem Copa América, um mês para respirar. Final do ano tem mais. É seguir".

A postura da equipe foi outra, mas como reconheceu o técnico há muito o que fazer nas duas próximas semanas.

"Os primeiros jogos não foram bons, você está mudando o perfil da equipe. É natural que requisite um tempo. É até muito cedo para que eles estejam dando resposta em cima de resultados. Os dois jogos com o Ituano deram confiança. Os dois jogos com o Palmeiras, e esse jogo de hoje. Na segunda, tivemos tempo para trabalhar em cima do Palmeiras. O treino é essencial. Conversamos muito com os jogadores".

O empate na partida de hoje levou o confronto para os pênaltis e Cuca já havia trabalhado o fundamento durante a semana, visando o possível embate que acabou por acontecer.

"Valorizamos o empate, levamos para os pênaltis. Trabalhamos bem os pênaltis na semana e pudemos quebrar um tabu aqui, empatar e vencer nos pênaltis. Acredito que a torcida esteja muito feliz com o que viu, com o que os meninos representaram. Agora vem outra parte, tão ou mais difícil, que é encarar uma final".

"O Mancini tem sido muito importante"

O trabalho de Mancini também foi muito valorizado por Cuca, que também enfatizou o fato da equipe não ter vencido um clássico no Paulistão, mas que agora está na final.

"O Mancini tem sido muito importante. E vai ser. Também tinha muita confiança em passar, ajudou muito a semana toda. É peça-chave nessa conquista final. Não é fácil enfrentar o Palmeiras, é muito grande, ainda está na frente do São Paulo dento do campo, porque tem um grupo montado, um elenco muito grande. Estamos em reformulação e dentro dela conseguir os resultados. Tem que valorizar, sem folga, já trabalhar no começo da semana para melhorar um pouquinho mais e domingo fazer outro grande jogo... Não venceu clássico, mas está na final. Hoje é uma vitória. Você pode ser campeão sem vencer clássico. O importante é tentar ser campeão".

“Esta vaga resgata a nossa confiança"

Na zona mista os jogadores não escondiam o sentimento de dever cumprido e fizeram questão de exaltar a união do grupo Tricolor na classificação para a final do Campeonato Paulista.

Hudson, capitão são-paulino que está improvisado na lateral desde as quartas de final, destacou o resgate da confiança no São Paulo e o apoio da torcida que compareceu em peso no treino aberto do último sábado (6).

"Lutamos pela nossa torcida, que mostrou que era acreditava. Os torcedores nos fortaleceram no treino aberto, e levamos esta energia positiva para dentro de campo. No momento mais difícil, quando o time estava pra baixo, a torcida nos abraçou e foi importante neste novo momento. Esta vaga resgata a nossa confiança e mostra que as coisas podem mudar para o São Paulo. Lutaremos mais uma vez pelo nosso torcedor, mas já conseguimos dar um importante passo para ter um time mais competitivo na temporada".

O lateral esquerdo Reinaldo também exaltou a mudança de postura da equipe ao final da primeira fase, além de elogiar o trabalho em conjunto entre Cuca e Vagner Mancini.

"Quando conquistamos a vaga no mata-mata, após o jogo com o São Caetano (0 x 0), dissemos que era necessário virar a chave. E fizemos isso. O Cuca foi importante também, assim como o Vagner Mancini, porque chegou confiante ao clube e demonstrou otimismo em todos os momentos. No dia a dia, ele nos fez acreditar que era possível avançar para a final".