Maior campeão carioca do século XXI (2010 e 2012), o Fluminense inicia mais uma campanha no Campeonato Brasileiro. Em meio a uma crise política e financeira, o Flu tenta melhorar sua classificação final em comparação aos últimos anos. O Tricolor brigou contra o rebaixamento nas edições anteriores.

Início da temporada

A equipe comandada por Fernando Diniz foi uma das sensações do Campeonato Carioca. Com seu estilo de jogo  de manter a posse de bola e muita troca de passes, o Fluminense foi a equipe que mais incomodou o Flamengo durante a competição. 

Foto: Lucas Merçon / Fluminense
Foto: Lucas Merçon / Fluminense

No geral, chegou na final da Taça Guanabara vencida pelo Vasco, na semifinal da Taça Rio (sendo eliminado pelo Fla) e na semifinal geral também foi eliminado pelo Rubro-Negro. Na Copa do Brasil e Sul-americana está na fase de oitavas de final esperando os sorteios para conhecer seus adversários futuros. 

ESCALAÇÃO

A equipe sofreu muitas mudanças em relação ao último jogo do Brasileiro de 2018. Praticamente em todos os setores do campo temos novos jogadores. Fernando Diniz ainda não tem uma equipe titular definida, principalmente por conta das lesões de Digão e Mascarenhas e da possível saída de Everaldo.

Dessa forma a equipe base seria: Rodolfo; Gilberto, Digão (Nino), Matheus Ferraz e Caio Henrique (Mascarenhas), Airton e Allan (Dodi), Ganso, Everaldo, Luciano; Pedro (Yoni Gonzalez).

DESTAQUE: Paulo Henrique Ganso

Maior contratação realizada dentro da gestão de Pedro Abad, Ganso chegou para comanda a equipe do Fluminense. Com certa desconfiança por parte da mídia especializada, o jogador foi abraçado pela torcida desde sua chegada ao rio, sendo recepcionado por mais de 300 pessoas no aeroporto do Galeão.

Foto: Lucas Merçon / Fluminense
Foto: Lucas Merçon / Fluminense

Paulo Henrique Ganso, foi revelado pelo Santos e se destacou na equipe campeã Paulista e da Libertadores ao lado de Neymar e Robinho. Era apontado como mais talentoso que o camisa 10 da Seleção Brasileira na época. Foi vendido para o São Paulo, se sagrou campeão da Copa Sul-Americana e de lá se transferiu para o Sevilla (ESP). Não teve o destaque que se esperava e acabou se desentendendo com Jorge Sampaoli, atual treinador santista. Cobrava do argentino mais tempo como titular, mas acabou sendo afastado.

Ainda teve uma passagem no Amiens (FRA), mas mais uma vez não se destacou. No fim da temporada de 2018, pediu a diretoria da equipe espanhola para ser negociado para o Brasi, e após alguns meses de tratativas se transferiu de forma definitiva para o Tricolor assinando um contrato de quatro temporadas e com a responsabilidade de vestir a camisa 10.

FIQUE DE OLHO: Marcos Paulo e João Pedro

No elenco atual, o Flu trata com muito carinho suas duas principais jóias de Xerém. Marcos Paulo e João Pedro tem idade de sub-17, mas desde o fim de 2017 treinam com o elenco profissional no CT Pedro Antônio. Os dois se destacaram no vice-campeonato da Taça BH no ano passado. 

Foto: Lucas Merçon / Fluminense
Foto: Lucas Merçon / Fluminense

Em 2018, já tiveram alguns minutos de jogo com Fernando Diniz e mostraram personalidade em campo. João Pedro marcou um gol de cabeça e deu uma assistência em seu primeiro clássico Fla X Flu, no Maracanã como profissional. Desde 2012 no Flu, após ser observado em um torneio de escolinhas em São Paulo, João viveu em 2018 a melhor temporada. Marcou 29 gols. Só no Carioca sub-17 fez 20 gols. ele foi vendido ao Watfford (ING) ainda na temporada passada. A negociação prevê a ida para a Inglaterra em janeiro de 2020 - a legislação só permite venda a partir dos 18 anos. 

Foto: Lucas Merçon / Fluminense
Foto: Lucas Merçon / Fluminense

Marcos Paulo carrega nas costas o status de maior promessa de Xerém na atualidade. E pode nem jogar pela Seleção Brasileira. O atacante tem nacionalidade portuguesa e vêm sendo convocado constantemente para a Seleção sub-18 do país. Recentemente, foi campeão de um torneio amistoso e levou a artilharia. Em 2018, marcou 8 gols em 23 jogos. Ao lado de João Pedro os garotos tem tudo para brigar pelo posto de revelação do Brasileirão 2019.

Foto: Instagram pessoal Marcos Paulo
Foto: Instagram pessoal Marcos Paulo

TÉCNICO

Fernando Diniz chegou como uma aposta ao Fluminense no início da temporada. Não era a primeira opção da diretoria que demitiu Marcelo Oliveira antes da última do Brasileirão 2018, naquele momento a equipe precisava da vitória para se garantir na elite do futebol brasileiro e derrotou o América-MG, no Maracanã com pênalti defendido pelo goleiro Júlio Cesar.

Diniz tem seu estilo próprio de jogo e não abre mão do toque de bola rápido, da manutenção da posse de bola e usa muito o goleiro com os pés, em uma espécie de líbero. Deu bronca quando seus goleiros deram chutão em situações de pressão nos primeiros jogos de 2019. Seu início de trabalho tem sido promissor.

Foto: Lucas Merçon / Fluminense
Foto: Lucas Merçon / Fluminense

Apesar de não tem chegado na final, fez um bom Campeonato Carioca e está invicto na Copa do Brasil e Copa Sul-Americana. Resta saber como será o desempenho da equipe com o maior número de jogos e com o aumento do grau de dificuldade dos adversários, principalmente nas partidas fora de casa que seu sistema defensivo for pressionado. 

ESTÁDIO

O Fluminense tradicionalmente tem o Maracanã como casa para seus jogos no Rio. Após dividir em 2017/2018 alguns jogos no Giulite Coutinho, a diretoria definiu o Maior do Mundo como estádio para mandar as partida do Brasileirão.

Foto: Lucas Merçon / Fluminense
Foto: Lucas Merçon / Fluminense

E esse ano será com gosto especial. O Governo do Rio fechou um contrato de licitação de 6 meses com Fla e Flu como permissionários do local, ou seja, os dois clubes na prática são os donos do estádio e esperam diminuir os custos que era exorbitantes com a Odebrecht no comando. 

POSIÇÃO EM 2018

Logo na estreia, como visitante, o Flu iniciou o campeonato de 2018 com uma derrota para o Corinthians, por 2 a 1. Apesar disso, se recuperou e, aos poucos, foi conseguindo resultados positivos. No Maracanã, venceu o Cruzeiro (1 a 0) e empatou (1 a 1) com o São Paulo. Ainda obteve um triunfo (2 a 1), em Salvador, sobre o Vitória, até perder (2 a 1) o clássico para o Botafogo. Na nona rodada, teve a chance de assumir a vice-liderança, diante do Paraná, em Curitiba, mas perdeu, por 2 a 1, para o time que seria rebaixado na última posição

O Tricolor fazia um campeonato de meio de tabela. No dia 16 de junho, Abel Braga pediu demissão do cargo de treinador, após um ano e seis meses no clube, alegando um “desgaste muito grande”. O clube atrasava salários e não conseguia contratar jogadores. Seis dias depois, Marcelo Oliveira foi anunciado como novo treinador.

Foto: Lucas Merçon / Fluminense
Foto: Lucas Merçon / Fluminense

A equipe mostrou evolução, seguiu caminhando no Brasileiro e na Sul-Americana, mas, em certo momento, apresentou decadência. Após a eliminação no Rio para o Athletico-PR, no torneio continental, Marcelo caiu antes da última partida do Brasileirão. Fábio Moreno, auxiliar técnico permanente do clube, comandou o time com a missão de evitar uma derrota, no Maracanã, para o América-MG, o que poderia representar o rebaixamento tricolor.

O capítulo final desta história foi com muito drama: Júlio César pegou pênalti, Richard colocou a bola dentro da rede mineira e o Fluminense escapou da Série B, jogando o Coelho para o rebaixamento. De quebra, o clube carioca ainda pegou uma vaga na Sul-Americana, com o 12° lugar.

Foto: Lucas Merçon / Fluminense
Foto: Lucas Merçon / Fluminense

EXPECTATIVA PARA 2019

O Flu fará sua estreia na temporada 2019 do Brasileirão em casa, contra o Goiás, e a expectativa do torcedor é de que seja um bom ano para o Tricolor. O treinador Fernando Diniz tem o apoio da arquibancada para implementar seu sistema de jogo e o sonho da diretoria e dos jogadores é a de buscar uma vaga na Copa Libertadores 2020. Desde 2014, o Flu não disputa a principal competição de clubes de futebol do continente sul-americano e é seu sonho retornar aos jogos. Alô América do Sul? Cuidado o Fluminense vem aí!