Presidente do CSA, Rafael Tenório confirmou nesta terça-feira (14) a venda do mando de campo do jogo contra o Flamengo para Brasília. O confronto acontece no dia 12 de junho, pela nona rodada do Brasileirão. O próprio mandatário do Azulão concedeu entrevista e disse que a venda era necessária para o clube.

"Acabamos de ter uma reunião. Para o bem do CSA, temos a necessidade de fazer a venda do jogo contra o Flamengo [...] Tudo nosso aqui é muito planejado, muito discutido."

Presidente Rafael Tenório (Foto: Divulgação/CSA)
Presidente Rafael Tenório (Foto: Divulgação/CSA)

O mandatário justificou a preferência por Brasília ao Trapichão alegando que não tem "condições de concorrer" com clubes grandes, do porte do Flamengo. Por isso foca na saúde financeira do CSA nesses casos.

"Nós sabemos os dez clubes que nós não temos condições de concorrer com eles diretamente. Nós não podemos pensar em um Flamengo, um Palmeiras, um Grêmio, um Inter, Cruzeiro, Atlético-MG... Nosso grupo qual é? É Avaí, é Fortaleza, é Ceará, é Bahia, é Chapecoense, é Vasco, Botafogo, Fluminense, Goiás.... Então, nós estamos nesse grupo aí. Então, de repente, por exemplo, eu não penso em fazer a venda de um jogo CSA e Vasco, por exemplo. Não vou, porque eu posso trazê-lo para cá e porque é meu concorrente direto para livrar da zona de rebaixamento."

Presidente azulino: "Todo mundo vende o mando. O CSA não é diferente".

Rafael Tenório também contou que as rendas arrecadadas no Rei Pelé não deixa a situação financeira do clube confortável, pois o CSA mudou de patamar e agora é o time de Série A. É claro que a torcida azulina não gostou da notícia e rendeu críticas à diretoria. Lembrando que o valor da venda do mando gira no entorno de R$ 1,2 milhão e R$ 1,5 milhão.

Desrespeito com o torcedor alagoano!

É lógico que o CSA não é o primeiro e nem o último time a vender mando de campo sob o argumento de ser localizado distante dos grandes centro de não ter casa que renda o suficiente para se manter financeiramente. Logo, este é apenas mais um capítulo vergonhoso. Como o Paraná Clube em 2018, a equipe maceioense praticamente abre mão da competição ao alimentar esse distanciamento de seu próprio torcedor. Quer dinheiro? Então faça promoções que chamem os nordestinos para o estádio, receba shows, invista no marketing. Há diversas formas de promover seu próprio produto.

A torcida sempre está com o clube. E o clube? Sempre está com a torcida? (Foto: Reprodução/FAF)
A torcida sempre está com o clube. E o clube? Sempre está com a torcida? (Foto: Reprodução/FAF)

Não é sempre que um flamenguista, um colorado, um corintiano de Alagoas tem a oportunidade de ver seu time por lá. Não é sempre que o próprio azulino consegue ver seu time medindo forças com gigantes nacionais. Vale lembrar que o Azulão está ausente da Série A há 39 anos. São quase quatro décadas sem ver grandes confrontos em sua terra. Isso precisa ser levado em conta.

Nos dois primeiros jogos do CSA neste Brasileirão o setor casa já valeu a pena, pois não perdeu para Palmeiras e Santos, clubes que Rafael Tenório com certeza afirmava que não teria "condições de concorrer com eles diretamente". Vide o exemplo da Chapecoense, em 2016. Os catarinenses conquistaram o coração de muitos brasileiros por serem uma pedra no sapato de muitos grandes, como Internacional, Fluminense, Grêmio, Cruzeiro, Botafogo e São Paulo.

Contudo, a única vítima dessa ilusão de renda é o torcedor azulino!

VAVEL Logo
Sobre o autor