O Santos empatou com o Internacional no último domingo (26), e manteve a invencibilidade na Vila Belmiro em 2019. Apesar disso, problemas extracampo ditaram o tom da entrevista coletiva do  presidente do Santos, José Carlos Peres, principalmente sobre o incômodo de Jorge Sampaoli com a falta de um centroavante.

A coletiva do presidente santista ocorreu após a apresentação oficial do atacante Marinho, que aconteceu no início da tarde desta segunda-feira (27). Peres iniciou com citações ao camisa 31 e disse que quem vir jogar no Santos não pode pensar apenas na parte financeira.

"Quem não quer vestir uma camisa nove do Santos. Nós temos o Marinho que vocês assistiram agora, numa simplicidade, o cara está feliz de ter vindo para o Santos, aqui não é só pelo dinheiro, tem que vir feliz para jogar com essa camisa, uma camisa centenária. O Santos é o time (brasileiro) mais conhecido no exterior".

Quando perguntado sobre as reclamações de Sampaoli, Peres disse entender os pedidos, mas prefere agir com cautela para não quebrar o clube.

"Entendo, o treinador está certo. O que me encanta é a vontade de ser campeão, vontade extrema. Quer o melhor. E temos que valorizar muito isso. Força para ter time forte. Mas clube tem que tomar cuidado para não quebrar. Se eu tivesse no lugar dele, faria a mesma coisa. Não me senti ofendido. A ansiedade dele é a minha. Estou na linha dele, estamos juntos nisso. Estamos tentando, é verdade, mas clube tem que tomar cuidado".

Porém, o presidente fez questão de frisar o trabalho feito na busca de reforços e dos pedidos da comissão técnica do Peixe. Segundo ele o treinador é o mais privilegiado na história recente do clube.

"Nenhuma vez um treinador teve tantos jogadores cedidos como fui buscar. Busquei tudo que pediu, agora é o nove, como foi o três. Busquei dois (camisas) três de nível, volante, e aí por diante. O nove é a maior dificuldade, o Santos tem padrão de pagamento e de salário. Não vai ser da noite para o dia. Ambas as partes precisam entender isso. Tem que fazer o sacrifício".

Negociação com Uribe

A busca por um centroavante atualmente tem o foco específico no atacante do Flamengo, Fernando Uribe. Questionado sobre uma possível contratação do atacante colombiano, José Carlos Peres foi claro ao falar que o maior empecilho é a questão salarial.

"Todas as transações esbarram no salário. Menino da base esbarra no salário, no exagero. Não é especificamente o Uribe, é de todas. Uma realidade que temos que aceitar. Mercado de cinco anos atrás era completamente diferente. Esbarramos no parâmetro criado, de uma maneira que se quebra o clube. Vamos trazer, sim, e posso trazer uma dúzia amanhã, mas não é o caso. É o específico, do perfil que Sampaoli precisa."

Peres ainda completou o assunto ao ressaltar que não existe um centroavante de origem no Brasil no futebol atual.

"Hoje não tem nove. É o Uribe que tentamos. Estamos perseguindo um nove, não podemos fazer loucuras. O Santos tem um orçamento, fizemos esforço para contratar 11. Não faremos loucuras. Não posso aumentar a folha sem poder pagar como outros grandes. Não quero fazer isso. Farei o possível para trazer o mais breve possível".

Jogos na Vila Belmiro e investimento na base

O presidente confirmou que dois dos três jogos do Santos antes da pausa para a Copa América serão na Vila Belmiro, inclusive o jogo de volta da Copa do Brasil contra o Atlético-MG. A torcida que compareceu no empate sem gols contra o Internacional animou o mandatário.

"Ontem foi maravilhoso, tenho que dar os parabéns para a torcida que lotou. Se a gente tivesse liberação da outra parte (cadeiras cativas), teríamos 15 mil tranquilamente".

A negociação com a empresa Bolton, o grupo de investimento que será responsável pelo retrofit da Vila Belmiro e a construção de um novo CT para as categorias de base se atrasou. A vinda do CEO, Roberto Diomedi, para o Brasil emperra um acordo definitivo para as ações no local.

"Temos reunião em junho. Houve atraso nosso na questão do arquiteto. Mudamos projeto anterior, não é Power Point. Através de um arquiteto, vamos apresentar ao Conselho. Fechamos, fazemos maquete e aí é uma conversa mais apurada. Mas sem esquecer: não priorizamos a Vila, é prioridade para o CT dos Meninos, negociamos por um terreno aqui em Santos. Oito campos de futebol, alojamento, intercâmbio... Engrandecer o Santos e trazer infraestrutura nova. Nos preocupamos com a base primeiro e estádio em paralelo com o mesmo grupo".