Na noite dessa sexta-feira (15), a Seleção Brasileira estreou na Copa América com uma vitória sobre a Bolívia, 3 a 0, no Morumbi. Os mais de 47 mil torcedores não gostaram do que viram na primeira etapa, onde o Brasil criou apenas uma grande chance, e vaiaram os jogadores. Após a partida, Tite buscou entender as críticas e apontou que o tema foi alvo de conversa no vestiário:

"Quando não se está produzindo, não espere que o torcedor tenha uma compreensão maior, ele vai vaiar. Se fizer o drible e a tabela, eles vão aplaudir. Nós temos que compreender que por vezes a construção passa por troca de passes para chegar na frente. Se chegar lá, driblar, construir, ele vai aplaudir. Nós temos que construir. É do jogo. Não gostaria, mas tem que saber absorver. Claro que (o jogador) sente (a vaia), o jovem sente, o técnico sente. No intervalo, eu coloquei que temos que passar por essa adversidade".

O comandante também explicou o que estava dando errado na primeira etapa, e a mudança na equipe após o intervalo, que levou a vitória na segunda etapa:

"A gente veio com a liberdade de Dani (Alves) na criação, bastante grande, e Richarlison encostado no Firmino. Era deixar o atacante pelo lado esquerdo, o Neres, depois bem aberto para uma jogada de inversão e infiltração. Baixou a marcação da Bolívia, o lado esquerdo acompanhava o Dani até o fim e ficávamos com um jogador sem utilidade. No intervalo, a mexida foi de posicionamento, trouxemos mais um jogador avançado (Fernandinho) na criação. Aí a equipe começou a criar".

Com a ausência de Neymar, um questionamento feito é sobre a necessidade de um líder em campo. Porém, para o treinador, o que o Brasil precisa é de um coletivo mais forte, para não ficar dependente do individual, que aparecerá em determinadas situações:

"(Precisa) sempre do grupo como um todo. Por maior que individualidade possa ter, mas não carrega o grupo todo. O esporte tem mostrado que é assim. Claro que num momento um aparece mais, o criativo, é inevitável, mas o conjunto tem que aparecer".

Titulares contra os bolivianos, David Neres e Richarlison tiveram seus posicionamentos explicados por Tite. O jogador do Ajax ficou mais preso no lado esquerdo, enquanto o atleta do Everton-ING alternava entre a ponta e mais próximo do centroavante:

"O Allan quando faz área a área faz com que Daniel Alves venha para trás. Aí não dou mais liberdade do Dani, tenho que escolher um ou outro. Com inversão de lado, o Neres do lado esquerdo, foi o mesmo gol que ele fez contra a Juventus, lá no Ajax ele flui dessa forma. Antes do primeiro gol ele criou oportunidades, jogadas de enfrentamento. Richarlison tem posicionamento que é peculiar. É diferente do que a gente vinha jogando antes. Jogador mais de área, fica mais próximo ao pivô, Firmino ou Gabriel Jesus. Se eu colocar o Neres ali, não vou tirar o melhor dele".

A próxima partida da Seleção Brasileira será contra a Venezuela, na terça-feira (18) às 21h30, na Fonte Nova, em Salvador. No Grupo A, a equipe de Tite é a líder, momentaneamente, com 3 pontos. A Vinotinto estreia na competição contra o Peru nesse sábado (15) às 16h.

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