A partida teve seu início no pré-jogo, há pouco mais de uma hora antes do início do clássico. Pedras foram arremessadas contra o ônibus do Cruzeiro por vândalos e o clima que antecedeu foi de revolta por parte dos torcedores e da comissão celeste. Se dentro de campo a tensão já dava todos os indícios de que predominaria no confronto, a situação dos clubes era outro fator precursor.

O Atlético-MG entrou em campo no G-4 do Campeonato Brasileiro e após uma boa vitória contra o Botafogo no meio da semana passada, que culminou na classificação da equipe alvinegra para a fase de quartas de final da Copa do Brasil. O Cruzeiro seguia a mesma sina dos últimos dois meses, já que não vencia há 16 jogos, um jejum e tanto para a equipe estrelada. Além disso, na última partida realizada, deixou a Copa Libertadores após a eliminação nos pênaltis para o River Plate em pleno Mineirão.

No que se esperava dentro de campo, algumas foram as novidades entre as duas equipes. O Galo foi a campo com Jair, Vinícius e Ricardo Oliveira, três novidades em relação às últimas escalações alvinegras. A defesa seguia a mesma e Rodrigo Santana postou sua equipe com um 4-2-3-1. No Cruzeiro, Mano Menezes não poupou (como muitos esperavam) e levou o que tinha de melhor para campo. Fred foi a grande novidade da equipe, já que o time não vinha jogando com um camisa nove fixo nos principais jogos. Foi uma grande chance para Ricardo Oliveira e Fred - dois centroavantes experientes porém em má fase - tentarem uma recuperação e ter 90 minutos para se provarem diante um confronto de muita importância.

Assim que a bola rolou o Atlético já chegou com perigo, pelo lado esquerdo, com Vinícius. Depois disso ainda foi bastante eficaz pelo lado esquerdo, com as subidas do lateral Fábio Santos

Contudo, a situação logo mudou. Muitas foram faltas bobas no meio-de-campo e os erros de passes dos dois lados, o que deixou o nível do jogo abaixo do esperado. A proposta das duas equipes em certo momento do jogo foi claramente a de usar os contra-ataques como aliados depois da recuperação da bola.

O Galo foi bastante superior a partir da segunda metade do primeiro tempo. Aos 22 minutos, Cazares e Chará fizeram uma boa tabela pelo lado esquerdo do ataque, o equatoriano avançou e só não abriu o placar graças a uma belíssima intervenção de Fábio. No lance de perigo seguinte, Chará ficou no chão acusando uma carga de Orejuela com o braço e o juiz interrompeu a partida com cerca de cinco minutos para a devida checagem do VAR. No fim, Leandro Vuaden anulou o lance e assinalou uma falta no escanteio anterior.

Patric, aos 40, também levou perigo ao gol de Fábio ao arriscar um chute forte com a perna esquerda cerca da trave. Já a caminho do fim do primeiro tempo, aos 45 minutos, na última jogada de perigo, o Atlético abriu o placar no Horto após um belo chute de Vinícius. 1 a 0 e muita confiança por parte atleticana. O clássico tinha tudo para retornar com uma outra postura do time celeste, que tinha extrema dificuldade para marcar seus gols, o que não ocorria há seis jogos.

Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG
Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG

O reinício de partida, assim como o último quarto da primeira etapa, foi bem movimentado. Pelo lado direito, a Raposa conseguia agredir o mandante com boas tabelas entre Orejuela e Pedro Rocha. Por parte do time alvinegro, Chará e Cazares continuavam incomodando bastante o time adversário. E foi Cazares quem deu o primeiro chute com mais perigo ao gol adversário. Thiago Neves, o armador do visitante para a partida, não vinha sendo efetivo e forçava as jogadas individuais de Marquinhos e Pedro Rocha.

Aos 16’, Egídio tentou surpreender Cleiton e chutou de longe, porém o goleiro atleticano agarrou a bola com firmeza. Mano chegou a sacar Ariel Cabral para colocar Robinho, dando mais dinâmica para o time celeste. No lado atleticano, Cazares deu lugar para Geuvânio, que entrou para assumir o lado direito do ataque.

As grandes chances atleticanas até a primeira metade do segundo tempo saíram dos pés de Geuvânio. O atacante entrou bastante ligado na partida e sem medo de chutar de fora da área. Aos 30' acabou acertando a trave esquerda do goleiro Fábio. A resposta da Raposa veio com Thiago Neves, após uma cabeçada que passou ao lado do gol do Galo.

Este, que saiu para a entrada de David, o que abriu de vez o jogo nos minutos finais. Egídio, novamente muito mal, quem fez do lado esquerdo uma válvula de escape para as jogadas em velocidade do Atlético. E foi assim até o fim da partida.

Sassá, que entrou no lugar de Pedro Rocha nos minutos finais, até chegou a mandar a bola no pé da trave de Cleiton quando teve uma boa chance na pequena área, mas a bola não ajudou o time celeste. Nos acréscimos foi o Atlético quem matou o jogo. Patric puxou um bom contra-ataque pelo lado direito, pegou mal na bola mas, com uma boa dose de sorte a bola chegou limpa para Nathan escorar de cabeça e marcar o segundo gol atleticano.

A vitória consolidou o time alvinegro no G-4 do Brasileirão e manteve o Cruzeiro na zona da degola. O Atlético-MG chegou aos 24 pontos e se mantem na 4ª colocação. O Cruzeiro é o primeiro time na zona de rebaixamento, na 17ª posição e uma situação bastante difícil dentro de campo, atingindo sete jogos sem marcar.