Acabou! Após a derrota para o Internacional por 1 a 0 no Mineirão, pelo jogo de ida das semifinais da Copa do Brasil, Mano Menezes foi demitido do Cruzeiro. Tratava-se do treinador mais longevo das equipes da série A. Foram 216 partidas, com 103 vitórias, 62 empates e 51 derrotas; 296 gols marcados e 186 sofridos. Seu trabalho contou com duas Copas do Brasil e dois Campeonatos Mineiros.

Veja abaixo um resumo cronológico de seu trabalho na equipe celeste:

2016: Retorno ao Cruzeiro em novo cenário de luta contra rebaixamento

No dia 26 de julho, Mano Menezes volta ao Cruzeiro, após salvar a equipe da série b em 2015 e ter ido rumo a China, 7 meses antes, por vontade própria. Na ocasião, o treinador conseguiu salvar o time da zona de perigo e, em 16 compromissos, teve um aproveitamento de 62,5%, com oito vitórias, seis empates e duas derrotas.

Temporada seguinte, a situação se encontrava semelhante: A Raposa era vice lanterna do Brasileirão, após um fraco trabalho de Paulo Bento de apenas 15 pontos no campeonato nacional e um aproveitamento de 41,17%. Com sua chegada, o Cruzeiro saltou da ruim colocação para o 12º lugar, e alcançou 51 pontos. A temporada ainda se encerrou com a ida da equipe às semifinais da Copa do Brasil, quando foi eliminado pelo Grêmio

Números na temporada:

66 jogos 32 vitórias 15 empates 19 derrotas

2017: O primeiro título e a consagração

Enfim, Mano Menezes teria a oportunidade de iniciar um trabalho desde o início da temporada. Com um time mais fortalecido e a ideia de continuidade de trabalho colocada em prática, despertava esperança nos torcedores e grandes expectativas eram notórias, e que, mais tarde, seriam atendidas.

O Cruzeiro se tornou campeão da Copa do Brasil, coroando um trabalho que unia jogadores experientes e longevidade de trabalho. Pelo caminho, São Paulo, Palmeiras, Grêmio e Flamengo foram adversários superados. Este último pela final. Após o primeiro jogo terminado em 1x1 no Maracanã, a volta ficou em 0x0 - jogo que contou com 61.017 pagantes no Mineirão. Nos pênaltis, Thiago Neves bateu a cobrança que sacramentou a primeira conquista de Mano Menezes frente aos cruzeirenses.

Foto: Cristiane Mattos/Cruzeiro
Foto: Cristiane Mattos/Cruzeiro

Nas outras competições, obteve-se eliminação precoce para o Nacional do Paraguai, ainda na 1ª fase; pelo Campeonato Brasileiro, terminou na 5° colocação.

Números na temporada:

75 jogos 36 vitórias 24 empates 15 derrotas

2018: O bi da Copa do Brasil

Mais dois títulos são conquistados no ano. Com 13 vitórias e conquista em cima do maior rival, Mano garante seu primeiro estadual. Além disso, tem sua segunda taça significativa frente ao clube: trata-se de uma nova Copa do Brasil, carregada de muita emoção para os torcedores; é a consolidação de uma equipe forte e entendida como uma das melhores do país. Na ocasião, o Cruzeiro passou por Athletico Paranaense, Santos, Palmeiras e, por fim, Corinthians, em final decidida, desta vez, fora de casa. Depois de um primeiro placar em 1x0 para o mandante, o Cruzeiro novamente se saiu vencedor por 2x1, e Mano torna-se bicampeão da Copa do Brasil, dando, consequentemente, ao Cruzeiro o hexa e o posto solitário de maior campeão da competição.

Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro
Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Pela Libertadores, uma nova decepção: vale ressaltar que o Cruzeiro já se encontrava em situação de alto investimento e grandes jogadores e, apesar da conquista de um título significativo, a Libertadores era prioridade. O time estrelado, no entanto, não passou das quartas de final. A competição, cercada de muitas expectativas, teve seu desfecho contra o Boca Juniors, em confronto, é verdade, caracterizado por polêmicas envolvendo VAR, expulsões polêmicas de Dedé e chance clara perdida por Raniel. Tendo vencido no jogo de ida por 2x0, Boca contou com empate de 1x1 e seguiu na competição.

Números na temporada:

73 jogos 36 vitórias 18 empates 19 derrotas

2019: Baixo rendimento e fim do ciclo

O Cruzeiro investiu pesado para este ano. Jogadores como Rodriguinho e Pedro Rocha chegaram e as expectativas eram das maiores, da equipe de uma das maiores folhas salariais do Brasil.

Mano Menezes iniciou bem e conquistou o bi do Campeonato Mineiro – novamente em cima do Atlético-MG. Dado momento, era a equipe de melhor campanha da fase de grupo da Libertadores e o único invicto dos times da Série A no Brasil. Tal invencibilidade foi perdida na estréia para o Flamengo, quando teve sua primeira derrota, iniciando o caos.

Foram incríveis 18 partidas e apenas uma vitória e, àqueles que achavam que não poderia piorar, o Cruzeiro ficou (está) 8 partidas sem marcar gol – a maior de toda história do clube, e a amarga 18° colocação do Brasileirão, com apenas 2 vitórias.

A nova eliminação da Libertadores tornou ainda mais grave a situação de Mano. Ainda pelas oitavas de final, foi eliminado pelo River Plate, em casa, placar que se repetiu em 0x0, no evento que marcou o recorde de público do Mineirão no ano, de 55.567 pagantes.

Ontem, quarta-feira (7), transparecia ser a última oportunidade para que Mano se redimisse e pudesse seguir, com alguma sobrevida, sob o comando celeste. No entanto, após derrota para o Inter, pela primeira partida da semifinal da Copa do Brasil, a situação ficou insustentável, gritos de “burro” surgiram das arquibancadas e, em comum acordo, o treinador deixou o Cruzeiro.

Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro
Foto: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Números na temporada:

42 jogos 19 vitórias 13 empates 10 derrotas

Top 4: Entre os treinadores com mais tempo no clube

Mano Menezes alcançou, em 2019, a presença entre os quarto treinadores com maior durabilidade no Cruzeiro. O técnico superou Ayrton Moreira, que obteve 206 partidas:

Ilton Chaves 362
Levir Culpi 257
Niginho 256
Mano Menezes 216

Relembre a primeira grande conquista do treinador pelo Cruzeiro. A Copa do Brasil de 2017.