A construção do CT para a base, localizada no Espaço Lonier, em Vargem Grande, se tornou um novo problema para o Botafogo. O clube, que já enfrenta imbróglios financeiros, têm uma de suas soluções futuras travada com a paralisação das obras no local. A expectativa da diretoria Alvinegra de que, tanto a base quanto o profissional, pudessem treinar na localidade a partir do início de 2020, foi reduzida.

Segundo o diretor de futebol da base, Manoel Renha, a crise financeira na qual o glorioso vive, está sendo um entrave para o progresso da obra. Vale lembrar que os irmãos Moreira Salles emprestaram R$ 25 milhões - serão ressarcidos em 360 parcelas corrigidas pelo IPC - para a compra do CT, R$ 20,3 milhões foram usados para a compra do terreno e outros R$ 4,7 milhões destinados a melhorias do espaço.

Renha também se mostrou pessimista ao falar sobre uma possível previsão para a conclusão das obras. O Botafogo projetou, em 2018, poder contar com o terreno na atual temporada.

"Diria que hoje a chance é zero de levar toda a base e o profissional para o CT em janeiro 2020. Ainda não se tem os recursos financeiros para a conclusão de toda a obra. Não começou nem a parte de infraestrutura. Estão fazendo a terraplanagem na parte de cima, onde ficarão três campos. Mas essa área somente não suporta a base inteira" explicou Renha ao site "Globoesporte.com".

O futebol do clube carioca hoje está dividido em três núcleos. No Estádio Nilton Santos estão os profissionais, enquanto o sub-20 treina em General Severiano. Já as demais categorias realizam as atividades no Caio Martins. Esta separação é vista com maus olhos por Manoel Renha, que defende a centralização do futebol em um só centro de treinamento.

“Atrapalha você não ter CT. Dos grandes, só dois não têm CT para a base. O Botafogo é um deles. Alguns outros clubes de menor investimento também têm os seus CTs. Tendo um CT, você centraliza todo mundo e tem diversas vantagens, como logística, integração, desenvolvimento e financeiras.”

“Há a troca de experiências e maior sinergia entre as comissões técnicas, que podem observar tudo de perto. A comissão técnica do profissional tem mais facilidade de interagir e observar os atletas da base, principalmente do sub-20”, completou o diretor de futebol da base.