A final da Taça Libertadores da América de 2019 foi tão histórica quanto coincidente. Em 23 de novembro de 1981, liderados por Zico, o Flamengo venceu o Cobreloa por 2 a 0 no Estádio Centenário, em Montevidéu/URU. Pela primeira vez, o rubro-negro desbravava o continente. Exatamente 31 anos depois daquele momento inesquecível para uma das maiores torcidas do mundo, o time carioca voltou a disputar uma final do principal torneio de clubes da América Latina e conquistou uma vitória monumental, tal como o nome do estádio sediado em Lima/PER. Diante do River Plate, coube a Gabriel Barbosa mudar o ritmo do confronto nos minutos finais e novamente pintar o continente em vermelho e branco. O camisa 9 marcou os dois gols da vitória por 2 a 1 sobre o River Plate. O Flamengo é bicampeão.

É uma heresia comparar números, atuações e a representatividade para o clube entre Zico e Gabriel. Mas, nesse jogo, os dois jogadores são as referências dos maiores títulos conquistados no clube mais popular do Brasil, ao lado do Mundial de Clubes. Mas o desempenho de Gabigol na decisão precisa ser analisado com detalhes.

O camisa 9 veste a camisa e assume a responsabilidade. Mas o River Plate foi dominante no primeiro tempo. O técnico Marcelo Gallardo conseguiu armar um esquema tático que anulou qualquer ideia de jogo do Flamengo no primeiro tempo. Nada que Jorge Jesus apresentou de repertório desde sua chegada ao Brasil dava certo. Erros primários, forte marcação sofrida, principais jogadores anulados por não tocarem na bola devido ao meio de campo não ter condições de fluir o jogo. Apenas uma finalização rubro-negra no alvo no início da partida.

O segundo tempo começou complicado, mas Gabriel Barbosa apareceu aos sete minutos com a primeira finalização na direção do gol. Chute fraco, defesa fácil de Armani. Mas a situação começou a mudar com as alterações. O Flamengo reagia, mostrava que estava vivo. Gabriel Barbosa ainda tinha pouca aparição. Mas a entrada de Diego Ribas trouxe uma organização e experiência necessárias para o momento. Vieram os minutos finais e a esperança do torcedor foi recompensada, agraciada, de um jeito que poucos acreditariam. Graças a Gabigol.

Aos 44 minutos, Bruno Henrique usou sua aprimorada visão de jogo para atrair a marcação e deixar Arrascaeta com liberdade para Gabriel completar ao gol vazio e empatar o jogo. Mas o melhor ainda estava por vir. Aos 47, Diego Ribas fez longo lançamento e, sem querer, o zagueiro Pinola escorou de cabeça para o herói estufar as redes e garantir o título. Foi expulso no fim. Mas nada impediu o atacante, o grupo rubro-negro e a torcida espalhada ao redor do mundo de comemorar por eles e por seus antepassados. Fim de jejum. Hoje teve gol do Gabigol.

Gabigol foi o artilheiro da Libertadores 2019, com nove gols marcados | Foto: Alexandre Vidal/CR Flamengo
Gabigol foi o artilheiro da Libertadores 2019, com nove gols marcados | Foto: Alexandre Vidal/CR Flamengo
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