O Juventus da Mooca se prepara para mais uma temporada onde os desejos de sucesso se renovam. Diante da fanática torcida que atravessa gerações e denota a raiz do futebol brasileiro mesmo fundado por imigrantes italianos, a tradicional equipe está em reta final de preparação para o primeiro e o mais importante desafio da temporada: a disputa do Campeonato Paulista Série A2. Se um bom time começa por um bom goleiro, Tom Cristian quer se firmar como o arqueiro do Moleque Travesso.

Tom passou muitos anos na Portuguesa de Desportos, mas também atuou em equipes de outras regiões do Brasil, como ASA, Nacional-AM, Rio Verde-GO, Grêmio Anápolis e Central de Caruaru. Além disso, o atleta jogou no Real SC, de Portugal. Com a experiência adquirida por todos esses clubes onde passou, Tom quer agregar o seu potencial ao time na disputa do Paulistão. Em entrevista à VAVEL Brasil, sua carreira, sua estada em terras lusitanas e sobre seus objetivos no Juventus foram abordados. Leia abaixo.

VAVEL Brasil- Como foi o início da sua carreira?

Tom Cristian - Cresci na Zona Sul de São Paulo, em um bairro chamado Vila Missionária. Comecei nas categorias de base do ECUS Suzano. Era muito longe. Acordava às quatro horas da manhã, pegava dois ônibus, um metrô e dois trens todos os dias. (risos) Era complicado, quase quatro horas de viagem, mas valeu a pena. Depois, fui ao Grêmio e à Portuguesa. Eu vi no futebol a oportunidade de dar uma vida melhor para a minha mãe, que ralou muito para não me deixar faltar nada, apesar das dificuldades.

O início da minha carreira profissional foi magnífico. Tudo começou na Portuguesa de Desportos, onde passei a maior parte da minha carreira até então. Foram quase oito anos na equipe profissional. Já no início, com apenas 19 anos de idade, fiz parte da equipe de 2011, campeã da Série B daquele ano – ficou conhecida como ‘Barcelusa’. Em 2012, manutenção e classificação à Copa Sul-Americana. Em 2013, jogando partidas pela Portuguesa, pude ser campeão da Série A2 do Campeonato Paulista. Foi incrível.

VAVEL - Sua passagem por Portugal foi breve. Existe algum fato interessante de lá que você queira dividir?

TC- Só tenho coisas boas que carreguei de Portugal para minha vida, um país incrível e tranquilo. As expressões de lá eram complicadas de se ouvir pelo costume brasileiro. Sempre que eu saía com a minha esposa para jantar ou para fazer compras no supermercado, ficávamos perdidos, dávamos risadas sozinhos por não entender o que eles queriam dizer e eles sempre sérios. Era divertido e, ao mesmo tempo, constrangedor. (risos) Por exemplo, “água fresca” quer dizer “água gelada”. Nunca acertávamos essa. Sempre quando perguntavam “água fresca ou natural?”, falávamos fresca quando queríamos natural. E a água vinha gelada no frio. (risos)

Tom em jogo-treino do Juventus contra o Batatais, vencido pelo Moleque Travesso por 1 a 0 | Foto: Ale Vianna/CA Juventus
Tom em jogo-treino do Juventus contra o Batatais, vencido pelo Moleque Travesso por 1 a 0 | Foto: Ale Vianna/CA Juventus

VAVEL - Aproveitando essa ascensão dos técnicos portugueses no país e sua experiência por lá, existe diferença entre o futebol de Portugal e do Brasil?

TC - Sim. O futebol europeu é muito mais elaborado em cima de detalhes e intensidade. Por exemplo, os treinos na semana são mais curtos que no Brasil, porém, muito mais intensos. Nos jogos, não é diferente. Conseguem manter o ritmo de intensidade nos 90 minutos, mas já vejo muitas equipes brasileiras que conseguem fazer o mesmo. Jogar em Portugal foi uma experiência e um aprendizado incríveis, com certeza me agregou muito profissionalmente.

VAVEL - Quais são suas expectativas para este novo ciclo no Juventus?

TC - A expectativa é que seja um ano de muito trabalho, um ano vitorioso e de conquistas para todos nós, com o objetivo de chegar à Série A1 do Paulista. Com muito trabalho, empenho e fé em Deus, vamos conseguir.

VAVEL - Qual o recado à torcida do Moleque Travesso?

TC - O Juventus é um clube que tem uma identidade muito forte e de um ambiente bem familiar. Isso se encaixa bem no homem que eu sou hoje, que preserva e faz tudo pela família. Hoje sou mais um Moleque Travesso, membro da família Juventus da Mooca e farei o que for preciso para honrar essa camisa.

O Juventus estreia na A2 do Paulistão na quarta-feira (22), às 15 horas, diante da Votuporanguense, no Estádio Plínio Marin, em Votuporanga/SP. São 16 equipes na briga por duas vagas na Série A1 do Estadual em 2021. O Moleque Travesso não disputa a divisão principal do futebol paulista desde 2008, quando ficou na 17ª posição e foi rebaixado.

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