Jorge Sampaoli foi apresentado oficialmente como novo técnico do Atlético-MG, na tarde desta segunda-feira (9). Apresentado pelo presidente do clube, Sérgio Sette Câmara, o argentino citou a cultura que o Galo precisa mostrar dentro de campo: atacar.

"Nós avaliamos muito as caraterísticas dos jogadores do Galo, e há uma diferença do que se pode apresentar e do que está apresentando. Precisamos impor uma cultura de jogo que atacamos o tempo todo, não importa a equipe adversária, o estadio, que o Atlético jogue sempre com entusiasmo. Vi no clássico muito nervosismo, muita luta e pouco jogo".

Sampaoli sendo apresentado ao lado do presidente Sette Câmera, à direita (Fotos: Bruno Cantini / Agência Galo / Atlético ) 

Na temporada passada, Sampaoli treinou o Santos. Quando deixou o Peixe, o Atlético procurou o treinador, porém, havia recusado a proposta em dezembro. Agora, ele revelou os motivos da negação.

"Quando terminou o Brasileirão no Santos, tive a oportunidade de conversar com times brasileiros e de outros lugares do mundo. A exigência do ano passado foi bem dura para mim e, naquele momento, eu não fiquei entusiasmado com as propostas. Naquele momento, achei que o melhor não era aceitar. Depois, o Atlético conversou de novo e agora estava mais preparado para assumir uma instituição tão grande, que está muito machucada. Naquela época eu não me sentia capaz, agora sim".

Com dois anos de contrato, Sampaoli viu de perto as demissões de técnicos no mercado brasileiro. O mesmo aponta que aceitou o desafio para mostrar aos dirigentes e torcida a importância do trabalho a longo prazo. 

"O que vim fazer aqui é emocionar as pessoas pelo trabalho que a gente está fazendo. Sem dúvidas, aqui no Brasil, demos ênfase a essa quebra processo. Eu aceitei o desafio e vou tentar com minha experiência fazer com que os dirigentes e os torcedores entendam que esse é um caminho a longo prazo".

Em questão de elenco, o novo comandante frisa a necessidade de trabalhar o psicológico para conseguir seguir em frente.

"O elenco está um pouco frustrado pelo inicio de ano, porque não conseguiu coisas importantes (classificação na Sul-America e Copa do Brasil). Buscar a maneira de valorizar e fortalecer o grupo, para que encontre a liberdade e liberar toda a pressão, para tentar prevalecer sobre o estilo e a cultura de jogo. Se vê que a equipe é extremamente ansiosa, temerosa. Quero que, a partir de agora, a equipe deixa algumas características que tenha, que algum jogador venha para potencializar isso que falta e construir, em pouco tempo que temos, um elenco extremamente ambicioso". 

Sampaoli cita a importância de estudar com quem poderá contar no grupo. Além de ter um time que agrade os atleticanos.

"Primeiro teremos que convencer e entusiasmar a todos que estão aqui, para que eles possam levar adiante um processo que tenha êxito. No ano passado não imaginei que o Santos pudesse chegar ao lugar que esteve, e mesmo assim conseguimos chegar aos objetivos do time, que foi a vice-liderança do Brasileirão. Creio que temos um processo analítico importante, e que a gente faça um diagnóstico de quem pode e quem não pode nos ajudar. Quem não puder, talvez a gente tenha que substituir. Temos a exigência que é uma característica minha com os dirigentes, com o presidente, mostrando o que está faltando, para ter um time que realmente anime o torcedor, e não ao contrário".