Perante à pandemia do coronavírus, o Brasil vive apreensivamente p crescimento dos casos de Covid-19. No entanto, a autoridade máxima do Brasil, alinhado à extrema-direita, Presidente Jair Messias Bolsonaro, ainda insiste em menosprezar a doença que deixa o planeta em estado de atenção.

Em entrevista à CNN Brasil, Bolsonaro disse que a decisão da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) em cancelar jogos para não expor público, jogadores e profissionais ligados ao futebol é equivocada e contribuinte para gerar 'histeria' na população:

"Você cancelar jogos de futebol contribui para o histerismo. A CBF poderia pensar em vender uma carga de ingressos de acordo com a capacidade dos estádios. Porque cancelar não vai conter o vírus. A economia não pode parar. Vai gerar desemprego."

Conflito no ambiente político nacional

Ainda em entrevista à CNN Brasil, Jair Bolsonaro lembrou do PT (Partido dos Trabalhadores), que governou o País de 2002 a 2014, além de dar holofote à suposta conspiração, dizendo que há interesses econômicos por trás de todo o alerta internacional acerca da pandemia: "Tivemos vírus muito mais graves que não provocaram essa histeria. Certamente tem um interesse econômico nisso. Em 2009 teve um vírus também e não chegou nem perto disso. Mas era o PT no governo aqui e os democratas nos Estados Unidos", opinou Jair.

Bolsonaro descumprindo medida cautelar de evitar aglomerações (Foto: Sergio Lima / AFP / EBC)
Bolsonaro descumprindo medida cautelar de evitar aglomerações (Foto: Sergio Lima / AFP / EBC)

Após participar de manifestações deste domingo (15) em defesa do governo e contra o Supremo Tribunal Federal (STF), Jair Bolsonaro foi diretamente criticado pelos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Rodrigo Maia. 'O Presidente da República ignora e desautoriza o seu ministro da Saúde e os técnicos do ministério, fazendo pouco caso da pandemia', tweetou Maia. Em resposta, Bolsonaro desafiou ambos a saírem às ruas e afirmou: 'Proibir isso e aquilo não vai, no meu entender, conter a expansão (do vírus) dessa forma muito rígida'.

"O mundo está passando por uma crise sem precedentes. O Banco Central americano e o da Nova Zelândia acabam de baixar os juros; na Alemanha e na Espanha, os governos decretam o fechamento das fronteiras. Há um esforço global para conter o vírus e a crise. Por aqui, o Presidente da República ignora e desautoriza o seu ministro da Saúde e os técnicos do ministério, fazendo pouco caso da pandemia e encorajando as pessoas a sair às ruas. Isso é um atentado à saúde pública que contraria as orientações do seu próprio governo", divulgou Maia em nota.

"A economia mundial desacelera rapidamente; a economia brasileira sofrerá as consequências diretas. O Presidente da República deveria estar no Palácio coordenando um gabinete de crise para dar respostas e soluções para o país. Mas, pelo visto, ele está mais preocupado em assistir às manifestações que atentam contra as instituições e a saúde da população. A situação é preocupante e exige de todos nós serenidade, racionalidade, união de esforços e respeito. Somos maduros o suficiente para agir com o bom senso que o momento pede", completou o presidente da Câmara.

"É hora de amadurecermos como Nação. Com a pandemia do coronavírus fechando as fronteiras dos países e assustando o mundo, é inconsequente estimular a aglomeração de pessoas nas ruas. A gravidade da pandemia exige de todos os brasileiros, e inclusive do presidente da República, responsabilidade! Todos nós devemos seguir à risca as orientações do Ministério da Saúde", também apontou Davi Alcolumbre.

Afronta do Presidente da República como resposta

Bolsonaro respondeu ao vivo, ainda na CNN Brasil: "Eu gostaria que eles (Maia e Alcolumbre) saíssem às ruas como eu. Saiam às ruas esses dois parlamentares. Espero que não queiram partir para algo belicoso depois. Rodrigo Maia e Alcolumbre: saiam às ruas e vejam como serão recebidos."

Sem máscara e como se nada estivesse acontecendo, o Presidente da República continuou sua resposta ao repórter da emissora, citando os presidentes da Câmara e do Senado ao dizer que 'os acordos não devem ser no ar-condicionado, mas com o povo. Se eles quiserem, os dois, vamos conversar amanhã, posso ir ao Congresso'.

Dessa forma, Jair Bolsonaro se contradiz com seu próprio Ministério da Saúde, que pede para as pessoas evitarem grandes aglomerações. É uma caos político mediante a um caos de saúde pública.


Texto sob responsabilidade de Leonardo José