Segurar o Flamengo no Maracanã não foi uma tarefa fácil para o Fluminense, mas foi possível. A final da Taça Rio diante do Rubro-Negro teve desfecho positivo para o Tricolor, que venceu nos pênaltis. Entretanto, quando se avalia a postura de ambas equipe na noite da última quarta-feira (08) surpreendeu muita gente, principalmente pela apatia flamenguista. Isso possibilitou o Flu de Odair Hellmann atacar e ficar confortável em alguns momentos. Será que isso se repetirá no próximo domingo (12), data da primeira decisão do Campeonato Carioca?

Para se ter noção do que passou na final da Taça Rio, o Flamengo deu, além do gol igualador de Pedro aos 32 minutos do segundo tempo, apenas um bom chute certo na partida, que obrigou belíssima defesa de Muriel. No mais, foram poucas chegadas do time de Jorge Jesus. Os 52% de posse de bola flamenguista não foram convertidas em ofensivas perigosas.

Quem agradeceu tudo isso foi o Tricolor das Laranjeiras. Num total, a equipe de Odair Hellmann deu 22 chutes livres (contra só 14 do Fla). Tudo bem que apenas dois foram certos, um causando gol de Gilberto e outro defesa de Diego Alves. Mas não foi esse número que pôs a ideia ousada do treinador. Sem Fred (com dores no pé), Evanilson teve espaço e não conseguiu aproveitar, porém puxou a marcação para o meio da área abrindo espaço para Marcos Paulo na esquerda. Nenê formou boa dupla com Gilberto na direita. O lateral, por sua vez, estava praticamente como um ponta.

Essa ousadia de avançar bastante com Gilberto na direita e Egídio na esquerda foi o grande trunfo de Odair Hellmann. Aliás, o gol do próprio Gilberto surgiu através de jogada pela esquerda, do mesmo Egídio.

Gilberto fez nove embates com Filipe Luís na final da Taça Rio (Foto: Lucas Merçon / FFC)
Gilberto fez nove embates com Filipe Luís na final da Taça Rio (Foto: Lucas Merçon / FFC)

Tudo se repetirá na primeira final?

Esta é a grande pergunta que paira no polêmico Campeonato Carioca. Talvez, a mesma apatia do time de Jorge Jesus não seja vista no domingo (12). Jogadores como Gerson, Everton Ribeiro, Bruno Henrique e Gabigol terão chance de apagarem aquela impressão deixada na quarta (08). Com uma final à vera, a eletricidade do Mister deve tomar conta novamente na área técnica, caso contrário, o ego que o comandante do Fla tanto enche será atacado de novo. E Odair?

Colocar os dois laterais tão avançados é uma excelente arma ofensiva, mas também tende a ser um tiro no pé frente a equipes que atacam sincronicamente como Flamengo. Em entrevista ao canal SporTV nesta sexta-feira (10), Odair Hellmann não revelou se manterá o mesmo estilo tático de quarta para este domingo:

"De um jogo para o outro, mesmo que você peça e treine para repetir, cada jogo tem sua história. Qualquer coisa que aconteça no primeiro minuto pode mudar toda a movimentação de uma partida. E também não posso te confirmar, viu? Porque se for manter a mesma estratégia (risos)... Mas certamente o Flamengo é uma equipe que tem poucas vulnerabilidades, te dá poucas situações para você conquistar espaço, criar dificuldades", disse o treinador do Flu.

Agora, resta aguardar até a bola rolar às 16h do domingo no Maracanã, com mando de campo tricolor, para saber o que vai acontecer. Lembrando que ainda há a volta na quarta-feira (15), às 21h30, com mando do Fla, mas sem o critério do gol qualificado fora de casa.