Flamengo venceu o Fluminense por 1 a 0 na noite desta quarta-feira (15), no Maracanã, com gol de Vitinho nos acréscimos selando de vez a conquista do Campeonato Carioca pela 36ª vez. O Rubro-Negro, jogando de uma forma cautelosa, levantou a taça diante de um Tricolor comedido, com opções no banco, mas sem atitude para impor a equipe atrás do resultado.

Tecnicamente, a equipe do Fluminense é inferior, mas jogando em bloco baixo e com marcação forte em cima de Bruno Henrique e Pedro, o esquema de Odair foi bastante convincente para tentar neutralizar o Flamengo. No entanto, o Tricolor das Laranjeiras entrou dentro de campo sabendo que precisava vencer por dois ou mais gols de diferença para levar o título.

O Flamengo de Jorge Jesus voltou a jogar da maneira que o português gosta, mesmo com dificuldade de infiltração no último terço do campo neutralizado pelos zagueiros tricolores Nino e Matheus Ferraz, o que não impediu da equipe rubro-negra ter mais chances de gols, uma delas com a bola raspando na trave depois de uma finalização do centroavante Pedro. Bruno Henrique foi outro jogador que perdeu gol logo no início do primeiro tempo em um contra-ataque perigoso, mas que acabou atrasando o toque na bola permitindo a chegada do adversário na marcação.

Um dos lances de perigo do Fluminense saiu em uma arrancada do centroavante Evanílson num contra-ataque contra três jogadores do Flamengo, conseguindo chegar dentro da área e finalizando para a rede do lado de fora. É peculiar ver que a jogada saiu nos pés do camisa 99 tricolor e não dos jogadores do meio de campo, muito menos do experiente meia-atacante Nenê.

Nenê em arrancada contra Rafinha (Foto: Lucas Merçon/Fluminense)
Nenê em arrancada contra Rafinha (Foto: Lucas Merçon/Fluminense)

E falando em Nenê, o meia-atacante que foi transformado por Odair em ponta direita, tentou ajudar da melhor forma que pôde, mas como não é a função do camisa 77, acabou anulando jogadas de contra-ataque da equipe tricolor quando estava prestes a dar perigo, levando a bola de volta para defesa e sofrendo a falta. Existem diversas formas de jogar com três volantes no meio, mas a de Odair necessita de jogadores velozes nas pontas, e não de jogadores técnicos que jogam mais cadenciados com a intenção de parar e visualizar o jogo.

Sabendo disso, a equipe rubro-negra, apesar do técnico Jorge Jesus ter colocado o jovem atacante Michael, que é velocista, para agredir mais a linha da defesa adversária, percebeu que o tempo era o seu maior amigo, e por isso, colocou Diego no lugar de Gérson para segurar a partida e proteger o setor de marcação junto com o volante William Arão.

E foi dessa forma que saiu o gol mastigado da vitória do Flamengo nos acréscimos pelos pés de Vitinho com desvio da defesa tricolor encobrindo o goleiro Muriel, totalmente vendido no lance. O empate era o resultado normal da partida com duas equipes tentando encontrar o erro do outro, mas que acabou saindo com sorte para a equipe rubro-negra.

Vitinho comemorando gol do título (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)
Vitinho comemorando gol do título (Foto: Marcelo Cortes/Flamengo)

A fórmula mágica para ser campeão jogando com desvantagem no placar não é apenas de colocar velocistas nas pontas de uma equipe que joga priorizando o setor defensivo e com intenção de sair com a bola de uma forma compacta, mas é uma das possibilidades para impor o time criando jogadas para dar perigo a equipe adversária, atacando com intensidade, uma vez que, os laterais rubro-negros são jogadores com mais de trinta anos, o que não os impedem de sentir cansaço na segunda etapa da partida.

Mérito para o Flamengo, que mesmo quando não joga com intensidade, demonstra segurança no toque de bola com todas as linhas formadas sem desvincular e desestruturar a formação tática imposta pelo técnico Jorge Jesus. A técnica e qualidade falam mais alto e mantém a segurança quando estão nos pés de Gérson e Éverton Ribeiro que flutuam pelos lados do campo oferecendo a bola para os atacantes Pedro e Bruno Henrique.