De volta ao Santos para a sua terceira passagem, o técnico Cuca foi apresentado na tarde desta sexta-feira (7) e concedeu uma entrevista coletiva virtual no CT Rei Pelé.

A missão do treinador não é uma das mais fáceis, ele chega para substituir Jesualdo Ferreira, que foi demitido, e chega em um momento em que o clube enfrenta uma crise política, problemas financeiros, além do elenco rachado com a diretoria por conta de salários. Titulares da equipe, o atacante Eduardo Sasha e o goleiro Everson foram a justiça pedir rescisão de contrato.

O treinador explicou como pretende fazer para que os problemas extracampo não interfiram no desempenho dos jogadores.

"Hoje é uma situação diferente daquela que cheguei. Hoje, eu chego sabendo dos problemas do Santos. Eu sei das coisas que podem e devem acontecer ao longo do ano. E estou preparado para isso. Eu faço parte dessa engrenagem. De repente, tenhamos que vender um ou outro jogador, mas que não podemos perder a força. Temos de criar alternativas, descobrir jogadores. Não só aqui no profissional, mas lá na base, também, ir ver jogos", disse Cuca.

"Já conversei com o presidente, os vices, tivemos uma conversa muito boa. Esse é meu trabalho. Fazer essa gestão, é ser a pessoa de confiança dos jogadores, não só como treinador, mas como parceiro. Tenho um conhecimento muito grande da maioria dos jogadores. É jogar sempre aberto, limpo com todos eles, porque esse grupo é muito bom. Não pode contratar, mas temos de extrair o máximo e o melhor de cada jogador que aqui tem. Tem jogadores polivalentes, adoro jogador polivalente", emendou o treinador.

Cuca disse que quer conversar com Everson e Eduardo Sasha sobre os processos contra o clube e diz que quer que o "encham de problema".

"O Sasha e o Everson tiveram imbróglios, problemas. Eu, como treinador, quero saber. Quero conversar com a diretoria. Já conversei com alguns. Quero poder falar com os jogadores, entender alguma coisa. Eu estou zerado. Quero que encham de problema enquanto estou zerado. Se eu puder resolver, quem sabe?", argumentou.

O técnico também reconheceu a necessidade de negociar jogadores para aliviar os cofres. O Santos sofreu uma punição da Fifa e não pode contratar jogadores.

"Eu tenho muita confiança. Sei que o Santos precisa vender jogadores para pagar seus saldos. A gente torce para que outras formas de finanças possam vir ao clube sem ser venda. E a conversa que eu tive com o Peres em relação a isso foi muito boa, e já foi passado aos jogadores. Eu estou com uma expectativa muito boa", completou.

Essa será a terceira passagem de Cuca como comandante do Santos, a segunda na gestão do presidente José Carlos Peres, com quem teve diversos atritos em 2018. Ele falou sobre a relação com o mandatário.

"Os meus problemas que tiveram eram mais em relação ao local do jogo. Eu achava que tinha jogos que podiam ser aqui. Eram problemas pequenos. Sempre tive o máximo respeito pelo presidente, figura máxima. Vai ser bom para mim, também. Preciso fazer um trabalho bom e estou muito determinado para isso. Cada ano que passa é de amadurecimento em todos os sentidos. A gente reflete muitas coisas, entende e sabe que o ser humano só vai sair dessa se for parceiro do próprio ser humano. Estamos todos envolvidos praticamente no mesmo processo, que é essa pandemia. Estou pela primeira vez dando essa entrevista sem ver, só ouvindo. O jogo sem torcida...", explicou o novo treinador do Santos.

Cuca assume o Santos a dois dias da estreia no Campeonato Brasileiro, a partir estreia será contra o RB Bragantino, neste domingo(9), às 16h, na Vila Belmiro. O contrato é válido até março de 2021.