Flamengo e Botafogo empataram em 1 a 1 neste domingo (23) pela quinta rodada do Brasileirão 2020, com os dois gols saindo já nos acréscimos. No Maracanã, Pedro Raul fez o belo gol alvinegro de voleio, e Gabriel Barbosa empatou de pênalti no último lance do jogo pela segunda vez seguida.

O Flamengo entrava em campo mais uma vez com o objetivo de convencer além de vencer. O time, apesar da evolução jogo a jogo, ainda precisava retomar a ofensividade que tanto o consagrou na última temporada. Já o Botafogo vinha revigorado após sua primeira vitória no campeonato, justo em cima do então líder Atlético-MG, com Paulo Autuori ousando na escalação e tendo resultado tático. Restava saber o que os técnicos armariam para o clássico carioca.

Estratégias

Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

A principal dúvida de Domènec Torrent era a lateral-direita, pois João Lucas saiu lesionado do empate contra o Grêmio. Matheuzinho ganhou a disputa com Renê e começou jogando. Mas o catalão promoveu mais duas mudanças: Diego e Pedro Rocha nos lugares de Gerson e Arrascaeta, jogando no 4-3-3. A zaga contou com Léo Pereira e Rodrigo Caio. Nas laterais, Matheuzinho pela direita e Filipe Luís pela esquerda. Willian Arão ficou na frente dos zagueiros, enquanto Diego e Everton Ribeiro flutuavam na intermediária ofensiva, armando as jogadas. No ataque, Bruno Henrique chegava em velocidade pela direita, Pedro Rocha pela esquerda, e Gabriel Barbosa tomava conta da área, mas também saindo para buscar jogo.

Paulo Autuori optou por mais modificações de peças e posicionamentos, com as voltas de Caio Alexandre, Honda e Bruno Nazário na equipe titular. Uma alteração forçada de última hora foi na ponta-direita, visto que Luiz Fernando foi para o Grêmio por empréstimo. O time foi no 4-4-2, podendo virar um 3-5-2 pela presença de Rafael Foster. Marcelo Benevenuto e Kanu formaram a dupla de zaga, enquanto Kevin e Guilherme cuidaram das laterais, com o último substituindo Victor Luis, que se recupera de cirurgia. No meio-campo, Rafael Foster e Caio Alexandre compuseram a dupla de volantes. Mais à frente, onda e Bruno Nazário ficaram responsáveis pela criação das jogadas ofensivas. E, no ataque, Luis Henrique apostava na velocidade pela esquerda, enquanto Matheus Babi marcava posição na área, além da mobilidade característica.

Equipes cariocas criam poucas chances reais novamente

Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

A primeira etapa já começou com posicionamentos alternativos dos dois lados. Pelo Flamengo, Bruno Henrique centralizado na área, como centroavante, e Gabriel Barbosa pela direita. Pelo Botafogo, Rafael Foster já fazendo a linha de três na zaga. E a nova função de Bruno Henrique proporcionou dois pedidos de pênalti com apenas cinco minutos de jogo, mas árbitro e VAR mandaram seguir.

O Rubro-negro teve o domínio da partida até os 30 minutos, além da superioridade em posse de bola durante todo o jogo, o que era esperado pelas características das equipes, com o Alvinegro dando preferência ao contra-ataque. Outro posicionamento que logo chamou atenção foi o de Diego, atuando de meia-esquerda, não segundo volante.

Aos dez minutos, finalização de Matheuzinho de longe e Gatito espalmou para o lado. O Botafogo não conseguia chegar no ataque, precisando apostar nas subidas pelos lados, mas sem qualidade até então. Aos 23, Pedro Rocha ganhou mais uma pela esquerda, cruzou na cabeça de Bruno Henrique na pequena área de frente para o gol, mas Gatito fez bela defesa com uma das mãos no reflexo.

Dois minutos depois, o Glorioso desperdiçou sua principal chance do primeiro tempo, além de uma das únicas. Em contra-ataque, Luis Henrique inverteu para Kevin dentro da área pela direita, que devolveu em cruzamento da linha de fundo, mas Luis Henrique perdeu o gol na pequena área, isolando por cima. Pouco tempo depois, finalização de Honda na entrada da área para fora com perigo.

Após a chance perdida, Luis Henrique começou a encontrar os espaços para explorar a velocidade no corredor esquerdo, e o Botafogo melhorou em campo, conseguindo chegar no ataque. Aos 34, chute de Gabriel Barbosa da ponta-esquerda para Gatito espalmar mais uma vez. Antes do intervalo, Bruno Henrique já saiu da posição de centroavante e foi para a direita, trocando com Gabriel Barbosa, posicionamento que se manteria na segunda etapa.

Definições nos acréscimos do segundo tempo

O segundo tempo teve Matheus Babi mantendo a postura do primeiro, voltando muito para buscar jogo e ajudar na saída de bola. A equipe alvinegra errava bastante na saída de bola, proporcionando roubadas perigosas do Flamengo. Além disso, desde o primeiro tempo, perdia a bola com facilidade, ajudando na superioridade em posse do adversário.

Honda, mais uma vez, jogava longe da área e não conseguia auxiliar ofensivamente. Autuori resolveu promover várias trocas. Foster saiu para a entrada de Pedro Raul, tirando os três zagueiros e colocando mais um centroavante. Kevin deu lugar a Barrandeguy na lateral-direita. E Caio Alexandre saiu para a entrada de Danilo Barcelos na lateral-esquerda, deslocando Guilherme Santos para o meio-campo como na vitória sobre o Galo.

Domènec também mudou. Rodrigo Caio, machucado, deu lugar a Thuler. Pedro Rocha, que já não tinha mais as boas chegadas pela esquerda, saiu para a entrada de Vitinho. E Diego deu vez a Thiago Maia. Vitinho foi o substituto que mais tentou abrir o placar, em cobranças de falta e chutes de longe.

A segunda etapa seguia mais truncada que a primeira, com ainda menos criações e chances reais de ambos os lados. Até que, aos 29 minutos, Bruno Henrique invadiu a área, caiu pedindo pênalti, a bola sobrou para Filipe Luís na esquerda, que passou para Gabriel Barbosa colocar para dentro sem goleiro. Porém o gol foi anulado pelo VAR por mão de Bruno Henrique na queda.

Os comandantes optaram por mais trocas. No Botafogo, Luiz Otávio e Rhuan nos lugares de Honda e Matheus Babi respectivamente. No Flamengo, Pedro no lugar de Everton Ribeiro. Aos 32, Luis Henrique arrancou pela esquerda, mas finalizou muito fraco para fora. O Alvinegro não apresentava construções de jogadas pelo meio.

Já o Rubro-negro começou a jogar em função de Pedro na área, principalmente por cima. Aos 43, Bruno Henrique invadiu a área deixando os adversários para trás, finalizou em cima de Gatito, que espalmou para cima e agarrou em seguida. No minuto seguinte, Arão chutou forte de fora, mas a bola pegou curva e passou à direita do gol.

Foto: Vítor Silva / Botafogo
Foto: Vítor Silva / Botafogo

Quando o 0 a 0 já parecia certo, as equipes resolveram balançar as duas redes. Aos 47 minutos, cobrança de escanteio pela direita, Bruno Nazário raspou de cabeça, a bola sobrou para Pedro Raul na segunda trave, que pegou de primeira em um belo voleio, marcando já nos acréscimos.

E, três minutos depois, já aos 50, Gabriel Barbosa finalizou dentro da área no travessão. Na sequência do lance, Bruno Henrique chutou na entrada da área, a bola pegou no braço de Marcelo Benevenuto, e o árbitro marcou pênalti após revisão na tela do VAR. Gabriel Barbosa converteu, empatando a partida no fim da mesma forma que no jogo anterior do Rubro-negro.

Foto: Alexandre Vidal / Flamengo
Foto: Alexandre Vidal / Flamengo

Classificação e próximos compromissos

Com mais um empate no fim dentro de casa, o Flamengo saltou para a 12ª posição, com cinco pontos. O próximo compromisso do Rubro-negro é fora de casa contra o Santos no próximo domingo (30) às 16h. 

Já o Botafogo, que saiu de campo com um ponto de gosto amargo, se manteve na oitava colocação agora com seis pontos, ainda com um jogo a menos. O Glorioso volta a campo no próximo sábado (29) às 16h, quando recebe o Internacional. Antes, pela Copa do Brasil, o Fogão visita o Paraná, na quarta-feira (26), às 19h.

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