Novamente incomodado com a arbitragem, o técnico Cuca analisou a derrota do Santos por 2 a 1 para o Palmeiras neste domingo (23), no Estádio do Morumbi, pela quinta rodada da Série A do Campeonato Brasileiro.

O primeiro gol do Alviverde foi do atacante Luiz Adriano, de pênalti, após toque no braço de Alison. A arbitragem consultou o VAR. Lance que gerou revolta dos santistas.

"Primeiro tempo do Palmeiras foi um pouco melhor. Jogo muito disputado no meio-campo, tiveram certa vantagem nesse setor. Tem o lance do pênalti. É interpretativo. Essa interpretação... Temos que entender e ainda não consegui. Não é interpretação de campo ao vivo? Dentro de campo, é lance normal. Acontecem diversos. Está subindo no meio da barreira, não ia para o lado. Não usa-se a mão, usa-se o braço, não tem como. Vi o lance, é interpretativo”.

Quando VAR chama, risco de pênalti é grande. E aí Palmeiras saiu na frente. Não determinou o resultado até porque buscamos o empate. Mas existe desequilíbrio emocional grande em coisa assim. Jogador jovem se perde um pouco, corrigi no intervalo para não irem falar. Se é dado pelo árbitro com convicção, ok, mas árbitro deixou seguir, VAR interpretou e chamou. Uma pena que interpretação venha de cima. VAR precisa corrigir erro do árbitro e não vejo como erro. Vejo como interpretação", disse Cuca.

O técnico santista ainda comentou sobre a forma com que seu time jogou e como o Palmeiras jogou, elogiando o rival.

"Fizemos duas trocas, começamos segundo tempo fortes, empatamos e tínhamos equilíbrio e em alguns momentos time mais encorpado. Tivemos erro de saída, Palmeiras foi feliz. Eram sete nossos contra quatro, não distribuímos bem e Patrick fez o gol. Meninos tentaram o empate, se jogaram à frente, até goleiro foi para a área. Falta quase pênalti, cabeceio defendido por Weverton. Buscamos, não podemos negar. De maneira geral, Palmeiras foi um pouco melhor. Palmeiras tem time mais pronto, é óbvio. Time treinado há mais tempo”.

Vanderlei tem controle do esquema, peças deixam time melhor. Ele sabe usar bem isso. Temos que reconhecer isso e a luta do Santos com cinco ou seis meninos. Nunca acharemos culpados em clássico que poderíamos ter empatado. Desgaste não é desculpa, é realidade. Não treinei ontem porque desgaste seria ainda maior. Guardei o time para competir 90 minutos. É minha segunda semana e agora tenho uma cheia para trabalhar e melhorar. Não estou descontente, não. Tristes com a derrota, mas espírito da meninada prevalece", completou o técnico.

Cuca explicou também o objetivo das trocas no intervalo: Jobson e Lucas Braga por Diego Pituca e Kaio Jorge.

"Fizemos 4-3-3 com meio-campo forte e os atacantes de lado com força e o Kaio Jorge na frente. No intervalo mudamos para 4-4-2 com Soteldo e Sánchez de meia e Pituca e Jobson. Para ter diagonais com dois extremos. Corrigimos erros defensivos pelo lado e tomamos gol por dentro em erro de saída. Mudamos de novo com centroavante, Marcos Leonardo, abrindo Soteldo e Tailson pra dentro. Tentamos mexer para se sentir gostando do jogo e às vezes não conseguimos. Jogamos contra equipe forte taticamente, que defende bem, com pegada forte e contra-ataque", analisou.

O treinador também lamentou o erro de Jobson no segundo gol do Palmeiras, de Patrick de Paula.

"Acontece. Não errou porque quis. Forte dele é o passe, vocês sabem disso. Muita gente fala e questiona a titularidade para melhorar o passe e ele errou o passe. Acontece. Nos reorganizamos e depois não tivemos o equilíbrio. Estivemos com mais jogadores, mas mal posicionados em função desse passe. Mas ele não é culpado pela derrota, ninguém é", disse.

Cuca ainda falou sobre o que fazer para recuperar o melhor nível de Diego Pituca, Carlos Sánchez e Soteldo.

"Eles vão atuar melhor, normal, sem pressão. Não adianta pressionar. É momento. Qualquer jogador vive e temos que ter equilíbrio, sem passar peso maior. Eles sabem que não estão rendendo tudo. Precisam de ajuda. E estou aqui para isso", afirmou.

O Santos terá a primeira semana livre sob o comando de Cuca antes de enfrentar o Flamengo no próximo domingo(30), na Vila Belmiro, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro. O treinador já sabe que não vai poder contar com Alison, expulso no finalzinho da partida e aguarda os exames de Marinho, que está com dores musculares e deixou o jogo com a mão na perna.

Com a derrota no clássico, o Peixe caiu para a sexta posição na competição, com sete pontos.