Na noite deste sábado (29), Fluminense venceu por 2 a 1 o Vasco, no Maracanã, pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro da Série A. O Clássico dos Gigantes proporcionou bons e maus momentos entre as duas equipes que entraram dispostas para vencer a partida. E pelos detalhes, o Tricolor encontrou o caminho da vitória.

O confronto entre Odair Hellmann e Ramon Menezes tinha roteiro pronto para avaliações. O técnico tricolor, adepto do estilo de jogo reativo, poderia ter colocado o time em campo para aproveitar a sobra durante o ataque, com bloco médio sem desgastar os jogadores para encontrar espaços utilizando jogadas verticais e bola longa em meio ao contra-ataque.

Enquanto que com o técnico cruzmaltino, as chances poderiam ser encontradas durante a manutenção da posse de bola a fim de encontrar soluções com toques curtos e bloco alto para sufocar a defesa tricolor.

Tricolor dinâmico e efusivo

No entanto, os papéis se inverteram em determinados momentos da partida, com o Tricolor iniciando a partida sufocando a equipe cruzmaltina posicionando a maioria dos jogadores na defesa adversária, se aproveitando de passes verticais e da boa técnica de Marcos Paulo para se infiltrar dentro do último terço do campo.

E numa dessas, aconteceu o lance do gol com o próprio camisa 11 invadindo a área do Vasco sem pedir permissão na tentativa de distribuir o passe para Evanílson, porém a zaga corta, sobra para Egídio que visualiza e toca para o volante Dodi que de primeira finalizou de três dedos para o fundo da rede, surpreendendo o goleiro Fernando Miguel que jurou que a bola não entraria.

O volante tricolor foi um dos destaques da partida, orquestrando o meio-campo do Fluminense disputando todas as jogadas, demonstrando ter bastante fôlego para jogar como segundo volante ditando as regras para os meias Marcos Paulo, Nenê e Michel Araújo e voltando para recompor com boas interceptações. 

Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C
Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C

A partir daí, o Vasco começa a ter mais vontade de jogar e decide fazer marcação alta, mesmo com o Fluminense até os 20 minutos tentando pressionar o adversário, pois logo em seguida por desgaste ou a mando do técnico Odair, a equipe tricolor abaixa o bloco e se posiciona atrás da linha da bola, marcando apenas por zona e pressionando no erro do adversário.

O fato era de que o time continuaria recuado aguardando a sobra para decidir o jogo por detalhes, especificamente em lançamentos e passes verticais para quebrar linhas e encontrar o camisa 99, Evanílson. O centroavante não fez gol, já é o quarto jogo na seca, mas colaborou com bons passes flutuando pelo último terço do campo. Entretanto, a flutuação não rendeu tanto quanto era esperado, pois não tinha nenhum companheiro para distribuir ou fazer um cruzamento para criar lances de perigo.

Gigante da Colina abusou das falhas defensivas

O Vasco de Ramon Menezes, mais uma vez com Pikachu avançado pela ala direita com o zagueiro Ricardo Graça mais aberto pra cobrir a lateral foi um dos motivos que deram mais oportunidades para o Tricolor criar. Em determinados lances da partida, a bola longa do Fluminense só caía pelo lado do zagueiro que quando via o time perder a posse de bola no ataque, não conseguia correr a tempo para recompor na defesa. E o Tricolor só não ampliou o placar na primeira etapa pelas tomadas de decisões equivocadas no último terço. 

Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C
Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C

No segundo tempo, o Fluminense manteve o bloco médio, pressionando no erro do adversário mas sem sufocá-lo, enquanto o Vasco avançava as linhas para roubar a bola na marcação pressão porque sabia das limitações técnicas de Calegari pelo lado direito que sofreu com Talles Magno, novamente mais aberto como ponta-esquerda, e pelo lado direito com Guilherme Parede sufocando o lateral Egídio que errou em quase todas as oportunidades.

Enquanto que com o Vasco, a marcação pressão poderia ter funcionado se tivesse tido um pouco mais de paciência para finalizar as jogadas. O centroavante Cano apareceu em único momento da partida quando foi pego de surpresa num escanteio devolvendo a bola sem querer para o goleiro Marcos Felipe. Com a ausência do meia Andrey, a equipe cruzmaltina perdeu bastante eficiência nas criações das jogadas, o que desiquilibrou quase em todas as tomadas de decisão do ataque, contando também com o dia ruim do camisa 10, Martín Benitez.

As equipes se mantiveram assim até o final da partida, porém com as entradas de Ganso e Fred, os toques curtos e dinâmicos foram mais eficientes, e em um deles saiu o segundo do Fluminense com a progressão de Ganso tocando para Fred que arriscou de fora da área com uma bela finalização para ampliar o placar. 

Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C
Foto: Lucas Merçon/Fluminense F.C

O recuo do Tricolor propiciou para o Gigante da Colina a invasão na área com a ajuda de Egídio que perdeu a bola permitindo que Bruno César finalizasse para o gol de Marcos Felipe que espalmou nos pés do jovem Talles Magno que só devolveu pro fundo da rede, diminuindo o placar.

E falando no Talles, o atacante perdeu a cabeça numa dividida com Igor Julião que culminou em sua expulsão, aumentando a pressão da equipe cruzmaltina que tentou ir para o abafa, mas já era tarde demais.

Próxima rodada

Com este resultado, Fluminense sobe para a quarta posição com 10 pontos, enquanto o Vasco fica na segunda posição também com 10 pontos. Para a próxima rodada, o Tricolor continua no Maracanã e  enfrenta o Atlético-GO, e o Vasco pega o Santos fora de casa.

VAVEL Logo
Sobre o autor