Após saber das duras criticas feitas pelo ex-treinador santista Jesualdo Ferreira, o presidente José Carlos Peres, presidente do Santos, em entrevista ao "ESPN Brasil" afirmou que a demissão do português, que ocorreu em agosto após a eliminação do Peixe nas quartas de final do Campeonato Paulista, se deu não só pelos resultados negativos, mas também pelo ajuste do calendário do futebol em função da pandemia de Covid-19.

"O Jesualdo não vinha tendo bons resultados e houve pressão grande. Eu segurei o máximo que pude, e não foi só pelos resultados, mas pela idade diante do novo cenário do futebol brasileiro. No cenário na contratação foi um, na demissão foi outro. Ele é grupo de risco", disse o dirigente em entrevista ao "BB Debate", da ESPN Brasil, na tarde desta sexta-feira (25).

Peres aproveitou para elogiar o técnico português e confirmou que não conseguiu conversar com Jesualdo após sua saída.

"Como técnico, [Jesualdo foi] nota 10. O problema analisado nele não foi deficiência técnica, e quis até dizer isso a ele, mas não tive oportunidade. A questão foi o novo cenário de muitos jogos e que não é coerente com técnico de 74 anos. Até tentei falar com ele em seguida, mas não consegui. Tentei pelo celular. Queria ter essa conversa para não ficar nada no ar, mas ele foi embora", prosseguiu.

Vivendo um dos períodos mais delicados do clube, em âmbito econômico, o presidente santista não descartou vender os principais jogadores do elenco. E confirmou que espera uma proposta por Marinho e Soteldo, a quem ele denomina como "ativos e valiossisimos" do elenco.

"Soteldo é um ativo valiosíssimo, assim como Marinho, considerado o melhor do Brasil. Santos tem dois jogadores extraordinários que ninguém tem no Brasil. Marinho e Soteldo. Decidem jogos", comentou Peres.

"Nenhum jogador é inegociável. Ponto. Não é padrão Santos, é padrão Brasil. Time soltou jogador importante... É dinheiro. Se chegar proposta interessante, vamos levar ao Comitê de Gestão. E comitê vai aprovar ou não. Faremos o melhor para o Santos", completou.

Como está nos meses finais de sua gestão, quer termina em dezembro, José Carlos Peres não poderá, em respeito ao estatuto do Santos, vender ou comprar jogadores em decisão unilateral. Para que isso aconteça, ele deve levar a questão ao Comitê de Gestão do clube, que então poderá avalizar ou não as chegadas e saídas.