Keisuke Honda chegou ao Botafogo com status de ídolo. Carente de nomes de peso, o meia da seleção do Japão foi recebido pela torcida com festa no aeroporto do Rio de Janeiro e apresentado no Estádio Nilton Santos com a presença de mais de 12 mil alvinegros no dia 8 de fevereiro.

Em sua estreia, no dia 15 de março, o camisa 4 foi titular enfrentando o Bangu pelo Campeonato Carioca. De pênalti, já marcou o primeiro gol com a camisa da estrela solitária. Mas Honda saiu de campo na ocasião deixando mais que bola na rede: a qualidade no passe e a visão de jogo foram características que animaram o torcedor botafoguense.

Apesar da notória integração do japonês à cidade e aos colegas de equipe, as partidas seguintes não seguiram a empolgação e a expectativa criada pela primeira atuação. Jogando como volante, Honda aparecia recuado, longe dos jogadores da linha de frente. Posicionado ao lado do também volante Caio Alexandre, que muitas vezes jogou mais avançado que o próprio japonês, o camisa 4 pouco conseguia contribuir em construção e criação. Da mesma forma, por chegar pouco à frente, pouco finalizava.

Paulo Autuori, então técnico do Botafogo, insistia em suas ideias de posicionamento, mesmo com o rendimento de Honda sendo abaixo daquilo que dele se esperava. Ficava para o meia Bruno Nazário toda a função de armação, o que trouxe algumas boas atuações e resultados para a equipe alvinegra. Até a lesão do camisa 10.

Na partida seguinte, já com Bruno Lazaroni no comando técnico, o Glorioso foi para o clássico contra o Fluminense no 4-3-3 com três volantes (Honda foi poupado) e três atacantes, ou seja, sem um homem de criação. Entretanto, nos dois jogos seguintes, duas vitórias contra o Palmeiras em casa e o Sport fora. Nelas, algo em comum: Honda atuando como camisa 10. Jogando agora perto da área adversária, o meia japonês tem a oportunidade de utilizar seu passe e sua visão de jogo diferenciados, servindo nomes como Rhuan, Pedro Raul, Babi e Kalou, com quem ainda pode formar uma dupla de muita qualidade no ataque alvinegro.

Na última partida, Honda mostrou ainda que pode ser mais do que um articulador. Autor do primeiro gol contra o Sport, o camisa 4 demonstrou atenção à saída de bola adversária e qualidade para finalizar, marcando em chute colocado na saída errada do goleiro Luan Polli. Minutos depois, conseguiu boa arrancada, recebeu o passe, driblou o goleiro e quase fez mais um, chutando na rede pelo lado de fora.

Com o bom momento, fica o questionamento sobre como Lazaroni irá arrumar o meio-campo alvinegro quando Bruno Nazário estiver recuperado e à disposição. No entanto, enquanto isso, o Botafogo aproveita o feito de duas vitórias seguidas pela primeira vez no Brasileirão 2020 e espera ver o craque japonês deslanchando de vez.

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