O técnico de futebol, natural de Paraíba do Sul, está atualmente sem clube. Seu último trabalho foi realizado no Goiás, onde disputou o Campeonato Brasileiro deste ano. Larghi iniciou sua carreira no ano de 2011, como analista de desempenho do Botafogo.

Além disso, foi auxiliar técnico do Corinthians, Sport e Atlético Mineiro. Vale destacar que Thiago participou da comissão técnica da Seleção Brasileira, na disputa da Copa do Mundo de 2014. Como treinador, o profissional de 40 anos comandou dois clubes, respectivamente, Atlético-MG e Goiás. A VAVEL Brasil realizou uma entrevista exclusiva, onde Larghi contou sobre sua história, além de alguns pensamentos e projeções no futebol.

VAVEL Brasil: Você sempre teve o sonho de ser treinador de futebol? Teve alguma grande influência?

Thiago Larghi: Eu sempre tive o sonho de ser jogador de futebol. Joguei nas categorias de base desde os oito anos até os 18, quando vi que eu era um jogador mediano e achava que não teria muito futuro. Por conta disso, com a minha família, cheguei à conclusão de que iria estudar. Eu sempre tive imagens estrategistas na minha cabeça, mas também sempre fui muito líder, pois tomava inciativa para as coisas. Ao decorrer dos meus 20 anos, tudo isso juntou e decidi que iria ser treinador. A ‘coisa’ foi crescendo na minha mente, mesmo sabendo que era preciso passar por certas etapas antes. Com certeza, o Parreira foi uma grande referência para mim, pelo caráter estrategista e de pessoa dele. Além disso, Jairo dos Santos, que foi o observador da Seleção Brasileira em oito Copas do Mundo, me influenciou bastante, especialmente com sua forma de estudar futebol.

Conte sobre as principais diferenças e dificuldades na transição das categorias de base ao profissional.

Em relação a essas diferenças, a principal é o funil. O jogador profissional já passou por uma série de peneiras em que nesses funis as coisas vão se afunilando. São muitos jogadores nas categorias de base, que quando vão se aproximando do profissional, vai diminuindo cada vez mais o número de vagas. Resumindo, esse funil vai selecionando os jogadores que estão mais aptos para se tornar profissional.

Quando você trabalhava como auxiliar técnico, qual treinador te ensinou mais?

Como auxiliar técnico, diretamente falando, foi o Oswaldo de Oliveira, pois o tempo que eu mais convivi nessa função foi com ele. Mas como analista de desempenho, eu aprendi muito com todos os profissionais que trabalhei, seja o Caio Júnior, Parreira, Felipão, Jairo etc. Eu sempre procurei aprender muito porque esses profissionais têm muito experiência, rodagem e foram muito vitoriosos, além de pessoas boas para o futebol.

Como foi a experiência de estar na comissão técnica da Seleção Brasileira em uma Copa do Mundo?

Foi muito especial. Essa chegada na Seleção Brasileira, por muitos anos, eu já projetava a oportunidade, especialmente no período em que trabalhei com o Jairo dos Santos. Eu cheguei a servir a seleção em outros momentos, desde o ano de 2006. Ocorreu o convite para mim chegou em 2013, quando o Parreira, junto com o Felipão, voltou para a seleção. A oportunidade foi incrível, pois esses dois profissionais que contribuíram demais para o futebol brasileiro, vencendo as duas últimas Copas do Mundo do Brasil, me ensinaram muito. Minha experiência na Seleção Brasileira foi muito positiva, foram 29 jogos e muitas viagens, sendo bastante enriquecedor para o meu conteúdo.

Na Alemanha, quando você fez estágio com o Guardiola, quais foram os principais conhecimentos adquiridos?

O contato com o Guardiola foi muito especial porque na maneira de ver o jogo dos alemães, principalmente na comissão técnica do espanhol, tinham de ser objetivos em relação a leitura do jogo, execução dos treinamentos, montagem de estratégias, observação do adversário e como explorar suas características. O quanto que se colocava dentro da metodologia, aquilo que era treinado, era executado no jogo. Isso eu vi de modo muito claro, sendo o que mais me impactou nessa passagem. Eu acho que o futebol tende a evoluir, independente das diferenças de culturas, ainda que o tempo de trabalho seja preponderante em qualquer lugar do mundo.

Qual são as diferenças notadas em treinar clubes de divisões distintas?

Eu imagino que são diferenças de ordem técnica e preparação de um modo geral. O clube grande oferece uma estrutura que permite o jogador ter treinamento em campos mais qualificados e com uma recuperação melhor. Todo esse processo de treinar e se recuperar é o que desenvolve o atleta. Então, a nível de informação, acredito que seja mais fácil se informar de divisões maiores, seja de jogadores adversários e estratégias. Esses recursos que envolvem isso, vão diretamente contribuir para a formação do jogador, pois a preparação acaba fazendo uma grande diferença.

Para você, um treinador de apenas 40 anos, qual é o seu maior objetivo profissional no meio do futebol?

Meu maior objetivo é ser vitorioso e conseguir promover um futebol de qualidade, montando equipes vencedoras que joguem bem. Eu imagino que os torcedores e o público querem o seu time jogando bem, se possível. O que mais sonho é ter equipes que vencem, jogando com qualidade e promovam o bem do futebol.