Na noite desta quarta-feira (28), o Vasco venceu o Caracas por 1 a 0, em São Januário, pela segunda fase do jogo de ida na Copa Sul-Americana, com gol de Tiago Reis. Com o resultado, o Cruzmaltino tem na segunda partida o gol de vantagem no Estádio Olímpico de la Universidad Central de Venezuela.

Formação tática

O Vasco, de Ricardo Sá Pinto, entrou em campo no 3-4-3, com uma linha de três zagueiros, quatro jogadores no meio, incluindo os alas e mais três atacantes na área. A mudança no esquema tático evidenciou a ausência do camisa 10, Martín Benítez, que lesionou a coxa esquerda e está fora da equipe há duas partidas, além dele, o atacante Germán Cano também lesionou a coxa, dessa vez, a da direita.

O Caracas, de Noel Sanvicente, entrou em campo no 4-4-2, com duas linhas de quatro jogadores e mais dois atacantes na área. Com a intenção de sair em contra-ataque, a equipe venezuelana apostou na velocidade dos homens de frente, que são eles: Hernández, Celis e Blanco. Sabendo da dificuldade que o cruzmaltino tem para se defender, uma das melhores formas de aproveitar, foi com a velocidade.

Caracas não conseguiu sair da própria área

No entanto, ao contrário do que estava se imaginando, a zona de ataque venezuelana teve muita dificuldade para sair com a bola no pé, embora tenha tido a mesma dificuldade com a bola longa durante a primeira etapa.

O lado esquerdo foi bastante utilizado pelo El Rojo, que tentou insistentemente sair em velocidade para surpreender o adversário. Entretanto, a linha defensiva do cruzmaltino dificultou a chegada da equipe venezuelana.

As finalizações foram a que mais chamou atenção, pelo fato de ter havido pouquíssimas, principalmente no primeiro tempo. O envolvimento do Vasco com a posse de bola é um dos artifícios de Ricardo Sá Pinto, que prioriza a posse, apesar de não abdicar da bola longa se for preciso.

A saída desde o goleiro apresenta uma curiosidade do novo técnico, que é adepto da saída “lavolpiana”, em referência ao técnico argentino Ricardo La Volpe, que apresentou este método de saída de bola na seleção mexicana com dois ou três jogadores no máximo.

O Vasco não estava com a eficiência em dia

O ataque do Vasco com Talles Magno e Ribamar, novamente, não foi eficiente e deixou a desejar. O destaque fica para Cayo Tenório, o lateral mais avançado do cruzmaltino que, ofensivamente, é uma boa opção para o técnico português, que ainda precisa aperfeiçoar para sustentar defensivamente na recomposição.

O volante Leonardo Gil voltou a dar mais dinâmica para o meio-campo, principalmente pela ausência de Martín Benítez, que era uma das armas de ataque do cruzmaltino.

O El Rojo pouco fez, além de ter desaparecido em determinada parte do jogo tentando se defender do ataque cruzmaltino. A equipe venezuelana saiu muito pouco da própria área, e quando conseguia, era sempre pelo lado esquerdo, apesar de ter chegado ao último terço em poucos momentos, diferente do Vasco, que a todo momento arriscava alguma finalização, mesmo sabendo da dificuldade que tem com a equipe limitada.

A chance que o Vasco teve para determinar o resultado foi desperdiçada numa cobrança de pênalti pelo meia Carlinhos aos 14 minutos do segundo tempo. Sem mais nem menos, a penalidade foi muito mal cobrada, praticamente recuando a bola para o goleiro Velásquez que não teve dificuldade para defender.

A limitação da equipe cruzmaltina não excluiu a possibilidade de controlar a partida e possuir a maior posse de bola, porém, quando tentava chegar ao último terço, era notável os constantes erros que a equipe de Ricardo Sá Pinto encontrava e provocava dificuldade para não terem a felicidade de encerrar uma jogada com gol.

O sofrimento da equipe cruzmaltina chegou ao fim quando aos 42 minutos, Tiago Reis aproveita o cruzamento rasteiro pela direita e toca com precisão para o fundo do gol. O lance foi um balde de água fria para o time do Caracas que esperava sair com pelo menos a vantagem de não ter levado gols para decidir na próxima partida em casa.