Século XXI, ano de 2020. Avanços como a inteligência artificial, carro autônomo e a possibilidade de se conectar virtualmente com qualquer pessoa em todas as partes do mundo evidenciam a evolução e a capacidade do ser humano em criar soluções e se adaptar a novos desafios. Mas todo esse desenvolvimento ainda não foi capaz de fazer com que o racismo e outros comportamentos preconceituosos fossem extirpados da humanidade. Por isso, o Cruzeiro quer propor uma importante reflexão no jogo contra o Figueirense, marcado para esta sexta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra.  

Para ajudar a apagar de vez expressões racistas que estão enraizadas no vocabulário brasileiro, as camisas dos jogadores celestes usadas no primeiro tempo do duelo terão esses termos estampados na cor preta, com um risco sobre elas, provocando também uma difícil leitura, o que representa também o quanto os negros ainda são ocultados no dia a dia. 

Fazem parte desta lista de expressões racistas termos como “serviço de preto”, “nega maluca”, "denegrir”, “criado mudo”, “lista negra”, “coisa de preto”, “da cor do pecado” e “a coisa tá preta”. 

Além das frases, as camisas dos atletas do Cruzeiro contarão com um patch do Observatório da Discriminação Racial no Futebol, parceiro da Raposa nesta iniciativa. 

Esta ação e outras que também dão luz e voz a importantes causas, vêm sendo tratadas pelo Comitê da Diversidade e Inclusão, criado no Clube em agosto deste ano e chamando a atenção para a força que a instituição tem para sugerir mudanças coletivas. 

O presidente Sérgio Santos Rodrigues destacou a responsabilidade e o poder de transformação social do Clube.

“Está em nossa missão ser protagonista no cenário esportivo e impactar positivamente a trajetória das pessoas, promovendo assim a transformação social. Muitas destas palavras as pessoas falam sem pensar no sentido, muitas vezes sem saber, porque estão enraizadas no nosso vocabulário, mas precisamos mudar isso. O Cruzeiro pode e deve trazer os holofotes a estas causas, que promovem uma conscientização, educação e reforcem a igualdade e o respeito. Temos que aproveitar essas oportunidades para não somente fazer ações pontuais, mas realizar uma série de iniciativas constantes que de fato proporcionem mudanças permanentes”, citou. 

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