O meio-campista japonês Keisuke Honda não é mais jogador do Botafogo. O clube ainda não anunciou, oficialmente, a rescisão contratual, mas o ex-camisa 4 alvinegro utilizou sua conta no Twitter, como de costume, para se pronunciar à torcida botafoguense e ao público em geral. Aproveitou para agradecer o apoio e carinho dos torcedores, especialmente em sua chegada ao Rio de Janeiro (devido à pandemia de Covid-19, o encontro entre torcida e jogador no estádio com bola rolando não chegou a acontecer), e aos companheiros de equipe, além de pedir desculpas pelo baixo rendimento em campo ao longo desses mais de dez meses.
Tenho uma coisa que quero lhes contar diretamente. Como vocês sabem, vou sair do Botafogo.
— KeisukeHonda(本田圭佑) (@kskgroup2017) December 30, 2020
No início, aceitei todas as suas críticas de que eu não poderia ter resultados. As críticas são naturais e não estou dando desculpas, eu também me decepcionei, eu sinto muito.
Segundo Honda, sua decisão de deixar o clube foi por motivos pessoais e profissionais, os quais não detalhou em seu anúncio. Fato é que a rescisão do contrato, que previa vínculo até o fim do Brasileirão 2020, era aguardada desde segunda-feira (28), quando o japonês pediu para deixar o Glorioso, e o próprio novo presidente do clube, Durcesio Mello, foi comunicado. Entretanto a relação entre o jogador e a diretoria alvinegra já vinha conturbada, principalmente após um tweet de Honda cobrando que dirigentes do Botafogo o convencessem a permanecer no time. A intensa troca de técnicos pelo clube nos últimos meses, atrasos salariais e outros problemas internos desgastaram a relação.
O meio-campista não participou dos últimos compromissos da equipe por estar lesionado. Com previsão de retorno apenas para fevereiro, Honda optou por exercer a cláusula de rescisão sem custos, válida para os dois lados durante todo o contrato. Marcos Leite, empresário, garantiu ao portal FogãoNET que o jogador não irá priorizar dinheiro ou prejudicar o Botafogo.
“Honda vai sair mesmo, mas será sem custo. Ele nunca se preocupou com dinheiro, pediu para não receber salário quando pararam de treinar. Sempre quis ajudar e jamais irá prejudicar o Botafogo, muito pelo contrário”, disse.
Já em relação aos motivos pessoais, ele chegou a alegar problemas familiares e uma proposta do futebol europeu. De acordo com o jornal português A Bola, o japonês já é aguardado em Portugal pelo Portimonense para realizar exames médicos e assinar contrato de seis meses no domingo (3).
No Botafogo, os números ficaram bem abaixo do esperado, assim como a maior parte das atuações, funcionando mais como um volante pouco participativo que como um meia organizador desejado pela torcida. Foram 27 partidas, três gols, nenhuma assistência e média de somente um chute por jogo. Com Honda em campo, o aproveitamento do time foi de 38% (seis vitórias, 13 empates e oito derrotas), porcentagem igual à de sua ausência (porém com seis vitórias, cinco empates, nove derrotas).
Em seus tweets de esclarecimento e despedida, o japonês ainda anunciou que pretende “buscar uma oportunidade de continuar apoiando o clube como embaixador do Botafogo na Ásia”.