O meio-campista japonês Keisuke Honda não é mais jogador do Botafogo. O clube ainda não anunciou, oficialmente, a rescisão contratual, mas o ex-camisa 4 alvinegro utilizou sua conta no Twitter, como de costume, para se pronunciar à torcida botafoguense e ao público em geral. Aproveitou para agradecer o apoio e carinho dos torcedores, especialmente em sua chegada ao Rio de Janeiro (devido à pandemia de Covid-19, o encontro entre torcida e jogador no estádio com bola rolando não chegou a acontecer), e aos companheiros de equipe, além de pedir desculpas pelo baixo rendimento em campo ao longo desses mais de dez meses.

Segundo Honda, sua decisão de deixar o clube foi por motivos pessoais e profissionais, os quais não detalhou em seu anúncio. Fato é que a rescisão do contrato, que previa vínculo até o fim do Brasileirão 2020, era aguardada desde segunda-feira (28), quando o japonês pediu para deixar o Glorioso, e o próprio novo presidente do clube, Durcesio Mello, foi comunicado. Entretanto a relação entre o jogador e a diretoria alvinegra já vinha conturbada, principalmente após um tweet de Honda cobrando que dirigentes do Botafogo o convencessem a permanecer no time. A intensa troca de técnicos pelo clube nos últimos meses, atrasos salariais e outros problemas internos desgastaram a relação.

O meio-campista não participou dos últimos compromissos da equipe por estar lesionado. Com previsão de retorno apenas para fevereiro, Honda optou por exercer a cláusula de rescisão sem custos, válida para os dois lados durante todo o contrato. Marcos Leite, empresário, garantiu ao portal FogãoNET que o jogador não irá priorizar dinheiro ou prejudicar o Botafogo.

Honda vai sair mesmo, mas será sem custo. Ele nunca se preocupou com dinheiro, pediu para não receber salário quando pararam de treinar. Sempre quis ajudar e jamais irá prejudicar o Botafogo, muito pelo contrário”, disse.

Já em relação aos motivos pessoais, ele chegou a alegar problemas familiares e uma proposta do futebol europeu. De acordo com o jornal português A Bola, o japonês já é aguardado em Portugal pelo Portimonense para realizar exames médicos e assinar contrato de seis meses no domingo (3).

No Botafogo, os números ficaram bem abaixo do esperado, assim como a maior parte das atuações, funcionando mais como um volante pouco participativo que como um meia organizador desejado pela torcida. Foram 27 partidas, três gols, nenhuma assistência e média de somente um chute por jogo. Com Honda em campo, o aproveitamento do time foi de 38% (seis vitórias, 13 empates e oito derrotas), porcentagem igual à de sua ausência (porém com seis vitórias, cinco empates, nove derrotas).

Em seus tweets de esclarecimento e despedida, o japonês ainda anunciou que pretende “buscar uma oportunidade de continuar apoiando o clube como embaixador do Botafogo na Ásia”.