O lateral Marcinho, ex-Botafogo, prestou depoimento na manhã desta segunda-feira (4), na 42ª delegacia da polícia civil, no Recreio dos Bandeirantes, sobre o atropelamento de um casal, no último dia 30 de dezembro. O jogador estava acompanhado de seu pai, Sergio Lemos de Oliveira, que também depôs.

Segundo o delegado Alan Luxardo, responsável pelas investigações, os dois confirmaram que Marcinho era o condutor do veículo no momento do atropelamento. No entanto, negaram que o jogador estivesse em alta velocidade ou alcoolizado. Além disso, afirmaram que o jogador fugiu sem prestar socorro porque ficou com medo de ser linchado pelas testemunhas.

Ele alegou que estava dirigindo em velocidade normal, isso vai ser comprovado com a perícia. E que o casal entrou na frente dele de forma repentina, foi isso que ele alegou. Nós vamos atrás de testemunhas, que já estão identificadas, para verificar essa versão” disse o delegado.

Apesar de já saber quem era o condutor do veículo, segundo Luxardo, a polícia ainda vai ouvir testemunhas entre terça e quarta-feira.

Houve fuga, isso eu não vejo como sendo diferente. E isso tudo vai ser levado em consideração no inquérito policial. Houve uma situação grave, uma saída do local”.

Defesa e assessoria do jogador também se manifestaram

Em entrevista à imprensa, o advogado de Marcinho, Gabriel Habib, afirmou que o jogador já vinha recebendo ameaças pela torcida do Botafogo e que evita frequentar alguns lugares por causa disso. No momento do acidente, ficou assustado e fugiu.

Foi um acidente, foi inevitável. O casal atravessou fora da faixa de pedestres. Estava escuro, a praia estava cheia, ele não conseguiu frear a tempo. Mas ele está muito preocupado com a assistência à família. Tudo que ele pode fazer pela família, ele está fazendo” disse Habib.

Além da fala do advogado, o jogador também se manifestou por meio de sua assessoria:

A família do Marcinho, através do seu advogado, Dr. Bruno Cardoso, está em contato direto com quem está respondendo pelas pessoas envolvidas no ocorrido. Num primeiro momento, foi feito o contato com o Dr. Márcio Albuquerque com objetivo de oferecer todo suporte necessário para as vítimas e seus familiares de forma imediata. O contato mais recente foi feito com a Amanda, filha de Maria Cristina, umas das pessoas envolvidas no acidente, que atendeu de forma atenciosa e informou que enviará, em breve, o contato do advogado da família para posterior acompanhamento através do seu representante”.

Advogado das vítimas nega que jogador esteja dando suporte

Já o advogado das vítimas, Márcio Albuquerque, negou que tenha havido suporte às vítimas. Além disso, também informou que a Promotoria de Justiça vai apurar o motivo de Marcinho e o pai só terem prestado depoimento cinco dias após o acidente.

A gente acompanhou o depoimento do jogador Marcinho, ele passou a versão dele do caso. O doutor Allan vai ouvir outras testemunhas, ainda tem a questão da perícia. Então vamos aguardar. O advogado deles disse que estão prestando auxílio, e isso não é verdade. Até agora nenhum auxílio foi prestado. Vamos aguardar, as pessoas têm que responder pelos seus atos”.