O Bahia começou o Campeonato Brasileiro 2021 com o pé direito. Jogando em Pituaçu, neste sábado (30), o Esquadrão de Aço fez 3 a 0 no Santos na primeira rodada da competição - com todos os tentos marcados nos primeiros sete minutos da segunda etapa. Perguntado sobre como esse feito ocorreu, Dado Cavalcanti, técnico da equipe, deu explicações táticas.

Para Dado Cavalcanti, a explicação não está em uma mudança de postura, mas, sim, no desenho tático da equipe.

"Não falo tanto em mudança de postura, porque nós ajustamos a condição tática, da pressão alta. Nós subimos marcação no primeiro tempo e não levamos vantagem nessa subida de marcação. Já no segundo tempo, nos primeiros momentos do jogo, nós já conseguimos fazer com que o Santos rifasse duas bolas e roubamos uma bola no campo de ataque e fizemos o gol. O gol a favor nos traz confiança. Nos traz, acima de tudo, nos traz benefícios de arriscar um pouco mais. E foi isso que aconteceu. Nós retornamos muito bem no segundo tempo, fizemos o que precisávamos fazer de pressão alta, de marcação no campo do adversário. Levamos essa vantagem, soubemos administrar o placar no restante do jogo. Saímos com uma largada boa nessa competição", destacou o treinador do Bahia.

Apesar do grande resultado, o treinador evitou exaltar demais a atuação ou o placar contra o Santos.

"Nem tanto, nem tão pouco. Não penso que houve pressão pela eliminação na Sul-Americana. Como não podemos supervalorizar triunfo dentro de casa. Estou satisfeito com rendimento, estratégia, com os gols, com o fato de não termos tomado gols, que já é um pontapé inicial significativo numa competição longa. Mas tem muita coisa para acontecer, muitos jogos. Junho é um mês muito difícil. Temos uma sequência muito desgastante para todos os atletas. Termos a Copa do Brasil na terça. Nossa tarefa é sempre fazer uma provação a cada jogo. Então já passou o jogo de hoje. Procurar nosso melhor na terça", comentou, analisando a estreia do Brasileirão 2021.

Apesar do resultado, as estatísticas favoreceram o Santos, comandado por Fernando Diniz e jogando no 4-3-3: 66% de posse de bola e 12 finalizações (contra cinco do Baêa) - sendo quatro certas. Também no 4-3-3, os nordestinos acertaram três chutes certos em direção ao gol.

Desgaste

Indagado sobre o começo do Campeonato Brasileiro 2021 e a consequente maratona de jogos após a disputa do estadual, da Copa do Nordeste e da Copa Sul-Americana, o treinador do Esquadrão de Aço destacou que as avaliações serão periódicas e pontuais.

"Deixar claro que a questão "momento" é importante demais. Nós teremos jogos, pela frente, com intervalo muito curto. Jogamos quarta, sábado, e vamos jogar terça. A sequência de três jogos traz alguns efeitos negativos, do ponto de vista físico. Degaste excessivo, perda de força, muito a questão da força e potência dos jogadores, que acaba reduzindo pela sequência de jogos. E essas são valências físicas importantíssimas para a marcação em pressão alta. Não é uma marcação linha alta, é uma marcação pressão, que é um pouquinho diferente. É necessário um desprendimento energético forte dos atletas. Os caras precisam correr forte, precisam bater perna rápido, precisam acelerar e desacelerar muito forte, para não serem vencidos pelo adversário. Então a lógica precisa ser respeitada por conta disso. Terão jogos em que não teremos a força que tínhamos hoje. Não sei se terça-feira vai ser um. Vamos analisar ainda o retorno dos atletas, vamos ver como eles vão se reapresentar. E vamos avaliar jogo a jogo. Havendo a possibilidade, tendo o tanque cheio, toda a força disponível, a nossa ideia é repetir essas ações, que deram muito certo hoje", finalizou.